Banana
Plantas infestantes
Autores
José Eduardo Borges de Carvalho - Embrapa Mandioca e Fruticultura
Ana Lúcia Borges - Embrapa Mandioca e Fruticultura
Élio José Alves - Consultor autônomo
Marcelo Bezerra Lima - Embrapa Mandioca e Fruticultura
A bananeira é muito sensível à competição com plantas infestantes por água, luz e nutrientes. Ao definir-se um programa de controle de plantas daninhas na cultura da banana, é muito importante levar em consideração que o sistema radicular é superficial, sendo freqüentemente danificado pelas capinas. Além disso, no Brasil, a maioria dos plantios está implantado em áreas com inclinação acentuada, exigindo dessa forma um manejo adequado das plantas infestantes e das coberturas vegetais, como prática conservacionista.
Apesar da necessidade de limpas constantes em todo o ciclo da cultura, os primeiros cinco meses após a instalação são os mais limitantes, requerendo cinco a seis capinas. Nessa etapa, o controle das plantas infestantes deve ser realizado adequadamente, para que o crescimento das bananeiras não seja afetado. Os principais métodos de controle de plantas infestantes são:
Capina
O controle com a enxada deve ser realizado com restrições, uma vez que este método tem efeito de curta duração. Nos períodos chuvosos, pode elevar os custos de produção. Além disso, causa danos às raízes mais superficiais facilitando a entrada de doenças e pragas.
Roçagem
Em áreas não mecanizáveis, é recomendável o controle de plantas infestantes com estrovenga ou roçadeira manual, entre as fileiras das bananeiras (ruas) ou em toda a área. A roçagem manual é um método viável, apresentando grande rendimento de trabalho, sem as limitações da capina manual. Outra vantagem desta prática cultural é a manutenção da integridade do solo, pois evita sua manipulação e a propensão a doenças altamente destrutivas, como o mal-de-Panamá. O rendimento pode ser ainda maior com a utilização da roçadeira motomecanizada. Essa operação deve ser executada com a freqüência requerida para minimizar a competição, até que o sombreamento proporcionado pela bananeira seja suficiente para retardar o surgimento ou rebrota das plantas infestantes.
Controle mecânico nas ruas
O uso da grade de discos e da enxada rotativa para o controle de plantas infestantes, apesar de ser um método eficiente, não é o mais recomendado, por acarretar problemas de compactação na camada superficial do solo e danos as raízes.
Controle químico
Na tabela abaixo são apresentados herbicidas registrados no Brasil e recomendados para o controle de plantas infestantes na cultura da bananeira. A escolha do herbicida ou da mistura de herbicidas a ser utilizada vai depender dos tipos de plantas infestantes presentes na área. Em virtude da facilidade de manuseio, do menor impacto ambiental e da formação de uma cobertura morta que possibilita a conservação da umidade do solo por um período mais longo, existe atualmente uma forte tendência ao uso de herbicidas pós-emergentes sistêmicos por apresentarem um custo de controle muito menor que as capinas manuais.
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Controle integrado com manejo de coberturas vegetais
O controle integrado é definido como a combinação de métodos que, de forma eficiente, promovem o controle de plantas infestantes na bananicultura, reduzindo custos e uso de herbicidas, possibilitando um ambiente mais ecológico no bananal, preservando os recursos naturais, como solo e água, proporcionando maior competitividade e sustentabilidade ao produtor.
O controle integrado do mato na bananeira pode ser realizado das seguintes formas:
- Coberturas mortas utilizando restos culturais da própria bananeira, capim picado, bagaço de cana, palha de arroz, de café ou de cacau, são recomendáveis para pequenos plantios, do tipo familiar.
- Integração do método mecânico com o químico pela aplicação de herbicidas pós-emergentes no espaço estreito (entre plantas nas fileiras) e uso de roçadeira no espaço largo (entre as fileiras), em determinadas épocas do ano, onde a concorrência por água é minimizada.
- Uso de feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) no espaço largo (entre as fileiras), para melhorar as propriedades do solo, sendo plantado no início das chuvas e ceifado logo após o início da floração. Como o método anterior, este também é viável em qualquer extensão de cultivo e deve ser usado no primeiro ano de instalação do bananal. Tanto esta, como a alternativa anterior são viáveis a qualquer extensão de cultivo.