Caju
Sistema artesanal
Autores
Francisco Fabio de Assis Paiva - Embrapa Agroindústria Tropical
Raimundo Marcelino da Silva Neto - Embrapa Agroindústria Tropical
Tecnologia do Processamento da Castanha do Caju – Sistema de Corte Manual ou Artesanal
A extração artesanal da amêndoa da castanha do caju se justifica quando o produtor dispõe de pequena produção. O método mais usual, nesses casos, é a instalação de uma unidade caseira de beneficiamento, nos moldes do que acontece na África, em parte da Índia e também no Nordeste do Brasil mais especificamente nos estados do Piauí, Bahia e Ceará.
Foto: Raimundo Marcelino da Silva Neto.
Inicia-se o processo com a operação da queima das castanhas, em chapas de metal, por aproximadamente 8 minutos. Isso provocará o rompimento das estruturas de suas cascas liberando parte do líquido cáustico ou LCC (liquido da casca da castanha), que intensificará as chamas e combustão das castanhas. Em seguida e feito o resfriamento das castanhas, cobrindo-as com uma camada de pó de madeira para que seja absorvido o excesso de líquido da casca liberado durante o processo anterior.
As castanhas são então submetidas ao corte manual, em bancadas onde se fará a quebra das cascas, utilizando-se um pedaço de madeira com formato cilíndrico. É aplicado uma força suficiente para ocasionar a abertura da casca em duas bandas, mas sem danificar as amêndoas. Essas são retiradas do interior das cascas, colocadas em bandejas para secar ao sol, por até dez horas, dependendo das condições de clima da região, ou em forno de alvenaria a lenha (tipo capelinha). Nesse caso, as amêndoas são dispostas em bandejas perfuradas e estas colocadas no interior do forno, por seis horas em média. É fundamental o rígido controle da temperatura, que nunca deve exceder os 60ºC.
Uma vez secas, retira-se a película que envolve cada amêndoa. O trabalho pode ser feito utilizando um rolo cilíndrico rotativo com superfície de atrito, mesas teladas com escovas, facas apropriadas ou até mesmo manualmente. A próxima fase é selecionar as amêndoas por cor, tamanho e integridade física (inteiras, em bandas, pedaços, entre outros), as quais são embaladas em saquinhos de polietileno.