Caju
Sistema semimecanizado
Autores
Francisco Fabio de Assis Paiva - Embrapa Agroindústria Tropical
Raimundo Marcelino da Silva Neto - Embrapa Agroindústria Tropical
Tecnologia do Processamento da Castanha do Caju – Sistema de corte Semimecanizado
O processamento da castanha do caju utilizando o processo de corte semimecanizado característico nas minifábricas instaladas principalmente na região Nordeste do Brasil por produtores rurais, associações comunitárias e cooperativas produzem uma amêndoa diferenciada e de melhor qualidade, porém sua eficiência e produtividade são baixas não chegando a competir nem em custo e nem em escala de produção com a industria que adota o processo mecanizado. A competitividade das minifábricas de castanha em comparação com o corte mecanizado que produz em maior escala e menor custo, está na obtenção de amêndoas inteira no final do processo, que chega a superar em até 40%, quando comparado somente o atributo de integridade física. Outra vantagem do corte manual está na qualidade final da amêndoa com relação à cor e o sabor.
A operação de descasque da castanha, tradicionalmente realizada pelo processo manual, sempre apresentou problemas quando se tentou mecanizá-la, devendo-se a isto algumas características apresentadas pela castanha do caju como, a casca flexível e dura; existência de substância cáustica (LCC) na casca com perigo de contaminação da amêndoa; grande variação do tamanho individual das castanhas e o tamanho irregular de uma mesma castanha em quaisquer das dimensões, dado ao seu formato semelhante à de um rim.
A seguir serão descritas as principais operações do processamento da castanha do caju pelo sistema de corte semi-mecanizado conforme também ilustrado com maiores detalhes no fluxograma apresentado na figura 2.
As castanhas, previamente com umidade reduzida, limpas, selecionadas e armazenadas, são submetidas a uma autoclavagem com vapor saturado a uma pressão de 10 psi por 15 a 20 minutos. Esta operação tem como objetivo proporcionar uma expansão ou dilatação do mesocarpo, ou da casca da castanha, que facilitara a extração da amêndoa após o seu corte. Após o resfriamento da castanha segue-se o corte em máquinas de operação manual providas de navalhas ajustáveis em relação ao tamanho da castanha, quando é feita também a separação das amêndoas e cascas. As amêndoas com película são levadas para a estufa, para posterior despeliculagem, seleção, classificação e embalagem.
Figura 2. Fluxograma do processamento da castanha de caju pelo sistema de corte semimecanizado
Fonte: SILVA NETO (2000).
Fonte consultada:
SILVA NETO, R. M. da. Inspeção em indústria de beneficiamento da castanha de caju visando a implantação das boas práticas de fabricação. 2000. 128 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.