Caju
Estatística de produção
Autores
Lucas Antonio de Sousa Leite - Embrapa Agroindústria Tropical
Pedro Felizardo Adeodato de Paula Pessoa - Embrapa Agroindústria Tropical
O cajueiro é encontrado em todo o território brasileiro. Entretanto, tem uma contribuição econômica mais relevante na Região Nordeste, principalmente nos estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte (Tabela 1). No período de 2000 a 2008, o Ceará deteve 50% da produção brasileira, vindo em seguida o Rio Grande do Norte com 20% e o Piauí com 18%.
Tabela 1. Produção brasileira de castanha de caju (em t)
Fonte: IBGE (2009)
A cultura do cajueiro foi considerada, por algum tempo, uma atividade extrativa. Entretanto, a existência de um mercado promissor para a exportação dos seus derivados e a instituição dos incentivos fiscais e subsídios creditícios, através da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Banco do Brasil (Proterra) e, posteriormente, Fundo de Investimento Setorial (Fiset) e Fundo de Investimento do Nordeste (Finor), foram os principais mecanismos indutores do estabelecimento de plantios organizados e da rápida expansão na área cultivada. Há fortes evidências que a expansão das áreas foi baseada em tecnologias poupadoras de mão de obra que, além de não terem correspondido em produção, provocaram decréscimo nos salários agrícolas e aumentaram os lucros dos capitalistas e proprietários do fator terra. Por outro lado, o baixo preço da terra também motivou os usuários dos incentivos fiscais à implantação de grandes áreas (em solos às vezes inadequados), o que lhes facultava acesso à captação de maior volume de recursos financeiros.
Os sistemas de produção adotados diferenciavam-se apenas no uso da mecanização mais intensiva, nas operações de preparo do solo e manutenção da cultura, no caso das grandes plantações. Os pequenos e os médios plantios caracterizam-se pelo uso mais intensivo do fator mão de obra.
De um modo geral, os estabelecimentos eram e continuam sendo pouco capitalizados e praticamente não usam insumos modernos. A baixa produtividade, decorrente do seu baixo nível tecnológico, pode também ser explicada, em parte, pela estrutura fundiária concentrada, pois se sabe que nos minifúndios e nos estabelecimentos nos quais o produtor não é o proprietário da terra pouca ou nenhuma tecnologia é adotada.
Diante desse quadro, a Embrapa Agroindústria Tropical e Universidades, Ministérios, Secretarias Estaduais de Agricultura, Sebrae, Empresas Estaduais de Pesquisa e Extensão Rural, Empresas Privadas, dentre outros têm apoiado e desenvolvido pesquisas, tanto para o segmento agrícola, como para os outros segmentos, visando tornar o agronegócio caju mais competitivo.
No segmento agrícola, as altas produtividades de castanha e de pedúnculo obtidas com o cajueiro-anão precoce enxertado em condições de sequeiro, sinalizam positivamente a possibilidade de uma quebra de paradigma, mediante a aceitação de que a cajucultura tradicional pode se transformar em uma atividade empresarial moderna.
Fonte consultada:
IBGE. Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias. Castanha de caju. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola: Rio de Janeiro, v.21, n.7, p. 35, jul. 2009.