Caju
Tratos culturais
Autor
Antonio Renes Lins de Aquino - Consultor autônomo
Os principais tratos culturais recomendados para o cajueiro-anão são: desbrota, retirada de panículas, poda, controle de plantas daninhas e coroamento. Essas operações são fundamentais para que a planta expresse todo o seu potencial produtivo, assegurando o retorno econômico do investimento.
Desbrota
Consiste na retirada das brotações laterais inferiores da planta, próximas aos cotilédones (primeiras folhas que surgem) ou desenvolvidas no porta-enxerto. Efetua-se logo após o período chuvoso, no ano de instalação do pomar. As principais vantagens são: menor desgaste da planta no período seco pela redução da área foliar, equilíbrio entre as raízes e a parte aérea e redução dos custos da poda nos anos subsequentes.
Retirada de Panículas
Em razão de sua precocidade, o cajueiro-anão pode emitir panículas imediatamente após o plantio. Elas devem ser removidas até o oitavo mês de idade da planta, já que nessa fase constituem-se numa fonte de desvio de energia, que deve estar direcionada para o seu crescimento vegetativo. Esta operação deve ser feita com o emprego de um canivete ou tesoura de poda, tendo-se o cuidado de evitar danos às plantas.
Foto: Vitor Hugo de Oliveira
Figura 1. Detalhe da retirada de panículas em plantas de cajueiro anão precoce aos quatro meses após o plantio.
Poda
Os pomares jovens devem ser conduzidos de modo a formar uma copa compacta, com ampla superfície produtiva, livre de entrelaçamento e da concorrência de plantas daninhas e ainda facilitar a mecanização dos cultivos, as operações de adubação de manutenção e calagem, roçagem (manual e mecânica), além da inspeção do sistema de irrigação, quando o cultivo é irrigado.
A poda, de modo geral, está limitada à retirada dos ramos praguejados, secos, caídos e do hábito de crescimento da planta. Sendo a frutificação do cajueiro periférica, sobretudo nos dois terços inferiores da planta, a eliminação dos ramos inferiores deve ser diminuída.
Foto: Vitor Hugo de Oliveira
Figuras 2 e 3. Cajueiro-anão precoce irrigado (CCP 09), com um ano e seis meses de idade, antes e depois da poda.
Nos pomares sob sequeiro, deve-se realizar a poda de formação a partir do segundo ano, eliminando-se ramos emitidos próximo ao solo ou no porta-enxerto e, anualmente, aqueles com crescimento lateral anormal. Isso possibilitará maior eficiência aos tratos culturais e posterior colheita, evitando problemas de entrelaçamento de galhos e dificuldade de mecanização. Neste particular, deve-se manter a primeira ramificação, na fase produtiva, próxima a 0,5m da superfície do solo, no tipo anão precoce e a 1m, no comum.
Em pomares adultos, deve-se efetuar um adequado balanço entre o crescimento vegetativo e a frutificação. Como a produção do cajueiro é periférica e concentrada nos dois terços inferiores da copa, há necessidade de se manter a planta livre e com adequada iluminação, principalmente nas laterais, onde ocorre a quase totalidade da floração e frutificação.
As podas nas plantas adultas devem ser feitas após a colheita e antes do início do fluxo foliar, quando as plantas encontram-se, aparentemente, em repouso vegetativo.
Controle de Plantas Daninhas e Coroamento
As entrelinhas da cultura devem ser roçadas para diminuir a concorrência com plantas daninhas. Esta prática reduz muito os efeitos nocivos da erosão causada pela água e pelo vento.
O controle das plantas daninhas pode ser realizado por capina mecânica. Caso necessário, efetua-se mais de uma roçagem mecânica no período chuvoso. No período seco, realiza-se o coroamento, que consiste na capina mecânica, seguida de capina manual ou química na área sob a copa do cajueiro.