Cana
Hidrólise
Autor
Carlos Eduardo Freitas Vian - Consultor autônomo
Para substituir 10% de toda a gasolina que será consumida no mundo em 2025, pesquisadores apostam em uma tecnologia complexa, que desperta interesse em países de todo o mundo: o processo de hidrólise, técnica que permite o aproveitamento do bagaço e da palha da cana-de-açúcar para obtenção de biocombustíveis e geração de energia.
Os estudos se concentram na transformação da celulose, presente nas biomassas, em açúcares que possam ser fermentados. A expectativa é que, com o processo de hidrólise, a quantidade de álcool produzido por tonelada de cana processada seja ampliada, significativamente, sem aumento da área plantada.
Além do etanol, o bagaço e a palha também servem para a geração de eletricidade. A tecnologia da hidrólise só deverá estar disponível comercialmente a partir de 2015. Estima-se que, em 2025, com a tecnologia para hidrólise do bagaço da cana adotada na linha de produção de uma usina que, atualmente, produz 1 milhão de litros por dia de etanol, passará a produzir mais 400 mil litros por dia, representando um aumento de 40% da produção.
O processo de hidrólise para gerar etanol tem como objetivo a retirada de todo o açúcar contido no bagaço e na palha da cana que não é possível ser aproveitado pelos métodos normais de retirada do açúcar para a produção de álcool.
Complexidade
A fibra vegetal, matéria-prima para a hidrólise, é basicamente composta por celulose (polímero dos açúcares), hemicelulose (polímero mais complexo) e lignina, substâncias responsáveis pela estrutura e forma da planta, que pode ser fonte de outras matérias químicas ou de combustíveis. Desse material pode ser extraído açúcar, cuja fermentação gera álcool.
Os materiais fibrosos, como o bagaço da cana, são muito resistentes aos processos químicos para a retirada do açúcar e necessitam de enzimas específicas para a produção de açúcar. Em escala industrial, a enzima precisa promover a transformação em açúcares muito mais rapidamente, além de permanecer por longo tempo estável e não deve ser inibida pelos agentes formados com sua própria atividade.
É necessário investir na produção de enzimas mais eficientes a fim de otimizar o processo de transformação da celulose em açúcares simples.