Cana
Variedades
Autor
Fábio Ricardo Marin - Consultor autônomo
Para garantir rentabilidade ao setor sucroalcooleiro é fundamental obter elevada produtividade da cana-de-açúcar. O melhoramento genético é considerado um dos principais fatores agronômicos que podem contribuir com o aumento da produtividade, permitindo desenvolver variedades que se adaptem melhor às condições adversas de solo e clima e à incidência de pragas e doenças, assim como ao sistema de colheita.
A produtividade média dos canaviais aumentou de 43 toneladas por hectare, em 1961, para 74 toneladas por hectare, em 2005, e grande parte desse aumento pode ser atribuída ao uso de variedades geneticamente melhoradas. A máxima produtividade em cana-de-açúcar depende, também, de um correto planejamento de plantio e de adequado manejo das variedades, as quais devem atender a exigências tanto no campo como na indústria, para maximizar lucros.
A existência de muitas variedades (Figura 1 e Tabela 1) é uma vantagem, embora isto torne difícil a tomada de decisão, já que requer muito mais conhecimento do produtor rural acerca das opções disponíveis. É importante que o produtor possua uma diversidade de variedades e cultivares de cana-de-açúcar na lavoura, pois assim pode diminuir a possibilidade de que uma praga ou doença se prolifere dentro do canavial, causando prejuízos.
Foto: Raffaella Rossetto. |
Figura 1. Variedades de cana-de-açúcar. |
Tabela 1. Variedades de cana-de-açúcar mais utilizadas no Brasil, distribuídas por instituição de pesquisa.
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Para se ter máxima produtividade, é importante que cada produtor selecione, dentro das opções de variedades ofertadas pelas instituições de pesquisa, aquelas que melhor se adaptam às condições locais. Para isso, deve-se prestar atenção em características como o porte da cana e o fechamento da entrelinha - que podem levar à redução dos custos de manejo e colheita - além de maturação, volume de matéria-prima, entre outros, como pode ser observado na Tabela 2, para a Região Centro-Sul.
Tabela 2. Características das variedades de cana-de-açúcar mais plantadas na Região Centro-Sul do Brasil.
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Deve-se, também, procurar minimizar os riscos em relação às doenças e pragas, até mesmo aquelas que ainda não ocorreram. Em 1984, a variedade mais plantada, NA56-79, ocupava 43% da área nacional, sendo que a soma das quatro variedades mais plantadas correspondiam a 70% de toda área plantada com cana. Em 2005, foi necessário somar as áreas das oito variedades mais significativas para atingir 60% da área plantada, sendo que as variedades mais utilizadas ocupam apenas 12% da área de cana no país. Este fato contribui para a estabilidade da cultura diante de possíveis epidemias, uma vez que a diversificação genotípica cria uma barreira para os surtos epidêmicos.