Manejo integrado de pragas e doenças

Conteúdo atualizado em: 22/02/2022

Autores

Antonio Dias Santiago - Embrapa Tabuleiros Costeiros

Raffaella Rossetto - Consultora autônoma

 

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) define Manejo Integrado de Pragas (MIP) como o sistema de manejo de pragas que associa o ambiente e a dinâmica populacional da espécie, utiliza todas as técnicas apropriadas e métodos de forma tão compatível quanto possível e mantém a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar dano econômico.

O MIP tem como ferramentas de trabalho, basicamente, o monitoramento da população de insetos, pragas e doenças; o controle biológico de pragas com o intuito de favorecer o aparecimento de inimigos naturais; utilização de controle químico somente quando o ataque à lavoura atinge o nível de dano econômico, ou seja, para um inseto ser chamado de praga é necessário que haja prejuízo para a lavoura.

No Brasil, o MIP é mais difundido em cultivos de frutas, como banana, goiaba, citros e manga para exportação, pois a técnica é uma das exigências de boas práticas agrícolas dos países desenvolvidos.

Atualmente, o controle biológico de alguns insetos considerados pragas tem sido utilizado para o cultivo da cana-de-açúcar, sendo que o emprego desta técnica tende a aumentar, já que com o corte da cana verde ocorre o aumento da infestação de insetos no solo, como a cigarrinha-da-raiz.

Esta cigarrinha tem seu nível de dano econômico em 20 larvas por metro quadrado dentro da lavoura, ou seja, se a infestação estiver abaixo desse valor, não haverá prejuízo para a produção de cana-de-açúcar. Assim, não haveria necessidade de uma intervenção com controle químico da larva (Figura 1).

Figura 1. Nível de infestação de cigarrinha-da-raíz e rendimento (em R$) por hectare de cana.
Fonte: Dinardo-Miranda e Gil (2007).


Fonte consultada:

DINARDO-MIRANDA, L. L.; GIL, M. A. Estimativa do nível de dano econômico de Mahanarva fimbriolata (Stäl) (Hemiptera: cercopidae) em cana-de-açúcar. Bragantia, Campinas, v. 66, n. 1, p. 81-88, 2007.