Pragas

Conteúdo atualizado em: 22/02/2022

Autores

Raffaella Rossetto - Consultora autônoma

Antonio Dias Santiago - Embrapa Tabuleiros Costeiros

 

Os danos causados pelos insetos às plantas são variados e podem ser observados em todos os órgãos vegetais. Um inseto só pode ser considerado praga quando atinge um determinado índice de dano econômico para a cultura plantada. Dependendo da espécie, do tamanho populacional da praga, da fase de desenvolvimento, estrutura vegetal atacada e da duração do ataque, pode haver maior ou menor prejuízo, em quantidade e em qualidade. Mundialmente, a cana-de-açúcar contabiliza perdas de aproximadamente 20% ao ano, considerando somente o ataque de pragas.

Prejuízos econômicos

A cana-de-açúcar pode ser atacada por mais de 80 espécies de pragas, sendo que algumas delas, como alguns besouros e cupins, muitas vezes são observadas nas lavouras somente após terem causado danos, uma vez que são pragas de solo e, por isso, de difícil observação. Para uma produtividade de 80 toneladas por hectare, as perdas ocasionadas pela broca para cada 1% de intensidade de infestação são de 616 quilos de cana, 28 quilos de açúcar e 16 litros de álcool, aproximadamente.

Os prejuízos causados pela cigarrinha-da-folha têm chegado a 17,5% de perda no processo industrial, quando a população de adultos chega a 0,7 indivíduos por colmo. A espécie Heterotermes tenuis chega a causar perdas da ordem de dez toneladas por hectare, por ano, sobretudo em solos arenosos. A cigarrinha-da-raíz chega a causar perdas de 11% na produtividade agrícola e 1,5% na produção de açúcar.

Acredita-se que o aumento das perdas ocasionadas por pragas agrícolas seja devido ao uso indiscriminado de agrotóxicos, que forçaram uma evolução dessas pragas e o surgimento de espécies resistentes a determinados inseticidas.

Controle de Pragas

Métodos culturais: baseiam-se na utilização dos conhecimentos ecológicos e biológicos das pragas, empregando práticas culturais. As mais comuns são:

  • rotação de culturas;
  • aração do solo;
  • época de plantio e colheita;
  • destruição de restos de cultura;
  • cultura no limpo;
  • poda;
  • adubação e irrigação;
  • plantio direto e outros sistemas de cultivo.

 

Método de resistência de plantas: baseia-se no emprego de plantas resistentes a insetos, considerado o método ideal de controle devido à possibilidade de permitir a manutenção da praga em níveis inferiores ao de dano econômico, sem causar prejuízos ao ambiente e sem ônus adicional ao agricultor. É ideal para ser utilizada em qualquer programa de manejo de pragas.


Métodos de controle por comportamento: baseiam-se nos estudos de fisiologia dos insetos. Esses métodos não apresentam riscos de intoxicação para o homem e para animais domésticos, não geram resíduos tóxicos e evitam desequilíbrios ecológicos. Uma das formas de controle por comportamento é o uso de hormônios de inseto.


Métodos de controle físico: envolvem processos como queima, drenagem, inundação e temperatura.


Método biológico: trata-se do controle de pragas por meio de inimigos naturais, que se dividem em:

  • entomopatógenos: organismos causadores de doenças em seus hospedeiros;
  • parasitóides: organismos que se desenvolvem no interior dos hospedeiros;
  • predadores: organismos que matam suas presas.

 

Método químico: constitui-se no uso de inseticidas – compostos químicos e biológicos – que são aplicados, direta ou indiretamente, para matar insetos.

O controle de pragas é regulamentado por leis e portarias federais e estaduais, distribuídas em diversas modalidades. O cumprimento dessas leis proporciona um controle a nível nacional, o que ajuda a diminuir a incidência das diferentes pragas.