Descarregamento

Conteúdo atualizado em: 22/02/2022

Autor

Raffaella Rossetto - Consultora autônoma

 

A sincronização das etapas de transporte da cana do campo até o descarregamento na usina é fundamental para o máximo rendimento e economia das máquinas envolvidas nesse processo. Um atraso no descarregamento pode gerar congestionamento de caminhões carregados com cana. Com isso, haverá falta de caminhões vazios no campo para a colheita. Consequentemente, as colhedoras serão obrigadas a parar suas atividades, o que diminuirá a eficiência do processo de transporte e recebimento da cana na usina.  

Os veículos de transporte carregados com cana  - inteira ou picada - passam por uma balança na qual são pesados e retiradas amostras da matéria-prima para análise de brix (teor de sólidos solúveis - ácidos orgânicos e açúcares) e determinação do preço que será pago ao produtor (Figura 1). Após o descarregamento, o veículo retorna à balança para obter, assim, o peso da cana.

Foto: Raffaella Rossetto.

Figura 1. Amostrador de cana para análise e cálculo
de preço para o produtor.

 

Após passar pela balança, os veículos carregados vão para os pontos de descarga da usina, dependendo do tipo de caminhão, da cana (inteira ou picada), situação das filas e quantidade de cana a ser descarregada. Há diferentes maneiras de descarregar a cana nas mesas alimentadoras, o que depende, também, do tipo de veículo que a transporta. A seguir, estão descritos os principais tipos de descarregamento.

Descarregamento com rede: são montadas caixas de tela metálica sobre semi-reboques com peso entre 25 e 40 toneladas. Uma rede metálica é fixada em uma das laterais e forra inteiramente o fundo da caixa. A cana é depositada sobre a rede. Sua extremidade fixa encosta ao lado da mesa alimentadora e um guindaste desengata a outra extremidade e a levanta, despejando, assim, a cana sobre a mesa alimentadora (Figuras 2 e 3). 

Figura 2. Guindaste Hilo para cana inteira.
Fonte: Ripoli e Ripoli (2005).

 

Figura 3. Guindaste Hilo para cana picada.  
Fonte: Ripoli e Ripoli (2005).

 

Descarregamento com garras: a garra é um equipamento com dentes e  possui acionamento hidráulico, que descarrega a cana em mesas alimentadoras ou em pátios de estoque (Figura 4).

Figura 4. Ponte rolante com garras para cana inteira.
Fonte: Ripoli e Ripoli (2005).

 

Descarga lateral: alguns veículos possuem mecanismos para descarregar a cana lateralmente nas mesas ou no pátio, conforme mostra a Figura 5. Já, a Figura 6 representa o descarregamento, na mesa alimentadora, de cana que estava estocada.

Figura 5. Descarga lateral em mesa rebaixada.
Fonte: Ripoli e Ripoli (2005).
Figura 6. Descarregamento de cana estocada em mesa alimentadora.
Fonte: Ripoli e Ripoli (2005).

 

Das mesas alimentadoras a cana segue para a lavagem e, em seguida, é despejada nas mesas metálicas de onde é encaminhada para a moagem.

 

Fonte consultada:

RIPOLI, T. C. C.; RIPOLI, M. L. C. Biomassa de cana-de-açúcar: colheita, energia e ambiente. 2.ed. Piracicaba: Ed. Autor, 2005. 302 p.