Castanha do Brasil
Industrialização
Autor
Joana Maria Leite de Souza - Embrapa Acre
A utilização da tecnologia de alimentos desenvolve processos tecnológicos orientados para o aproveitamento de derivados ou subprodutos da castanha, visando a produção de alimentos mais nutritivos que possam ser oferecidos a preços acessíveis e utilizados por grande parcela da população mundial, hoje carente de alimentos.
A agroindustrialização de matérias-primas regionais poderá contribuir para a melhoria da dieta e do estado nutricional da população. A tecnologia de alimentos une produção e consumo, ocupando-se de sua adequada manipulação, elaboração, preservação, armazenamento, transporte e comercialização, associando rendimentos relacionados a métodos e processos de produção agropecuária e princípios e práticas de nutrição.
Com alto valor nutritivo, a castanha-do-brasil possui grande demanda em muitos países, apresentando em sua composição proteínas e vitaminas, principalmente Tiamina e Riboflavina, minerais como Cálcio e Fósforo, e Selênio, antioxidante com efeito anticancerígeno.
A Embrapa realizou no Acre entre 2005 e 2007, em parceria com outras instituições, projeto com objetivo de combater a desnutrição infantil pela utilização da castanha-do-brasil e outras matérias-primas regionais em composições alimentares de baixo custo, com resultados positivos. A industrialização da castanha-do-brasil inicia-se com a chegada das amêndoas com casca à unidade de beneficiamento. Nesta seção, serão apresentadas as etapas do seu beneficiamento primário, para obtenção de castanhas desidratadas.
No Brasil, as únicas unidades fabris com planta mecanizada encontram-se no estado do Acre. As usinas de beneficiamento mecanizadas do Brasil estão localizadas nos municípios de Xapuri (AC) e Brasiléia (AC), na região conhecida como Vale do Acre, próxima à fronteira com Peru e Bolívia. Outras usinas possuem uma planta agroindustrial relativamente simples, com beneficiamento manual.
A Bolívia e o Peru trabalham com plantas industriais totalmente mecanizadas e também unidades menores, onde o processamento ainda é manual.