Cosméticos

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autor

Joana Maria Leite de Souza - Embrapa Acre

 

A industrialização de oleaginosas constitui uma das mais importantes atividades em crescimento devido às amplas possibilidades de uso dos coprodutos obtidos na formulação de cosméticos e de fármacos.A obtenção do coproduto de castanha-do-brasil ocorre durante a extração do óleo da amêndoa.

Os métodos empregados, mecânico ou tradicional, são os mesmos empregados na extração de óleos de sementes oleaginosas como girassol, soja, amendoim, palma, entre outras.

Na remoção mecânica ocorre a utilização de prensas (Figura 1). No entanto, esta técnica não extrai com eficiência o óleo das sementes, o que leva a produção de um coproduto com teor lipídico muito acima do recomendado (no máximo, até 5% de óleo residual).

Foto: Joana Souza

Extração de oleo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Prensa utilizada na extração de óleo de castanha-do-brasil
 

Para minimizar este problema, a remoção mecânica tradicional pode ser associada à remoção mecânica sob alta pressão (prensagem hidráulica) ou à remoção mecânica seguida por uma remoção química.

Na remoção mecânica tradicional, faz-se necessário o aquecimento prévio das amêndoas, o que pode promover a rancificação dos óleos, um processo de deterioração decorrente da exposição a altas temperaturas. Com a prensagem hidráulica, é possível reduzir em até 95% o teor de lipídeos na farinha.
 
A remoção química utiliza solventes para obter o óleo. As sementes devem ser trituradas e laminadas o máximo possível para facilitar a penetração do solvente.
 
O óleo que aparece no material submetido à extração apresenta-se em duas formas:
 
1) na forma de uma camada ao redor das partículas das sementes trituradas e laminadas, recuperado com processo de simples dissolução;
2) contido em células intactas, removido através de difusão.
 
O processo de extração de óleo da castanha-do-brasil apresenta desvantagens no emprego de temperaturas elevadas, que devem ser próximas ao ponto de ebulição do solvente, a inflamabilidade, toxicidade, custos elevados e a possibilidade de obtenção de um coproduto com pouca aceitabilidade no mercado em função de alterações no seu sabor e odor.
 
A vantagem consiste no conteúdo de óleo encontrado no coproduto após a extração com solvente, ao redor de 0,5% a 0,6%.