Poucos são os estudos sobre a biologia reprodutiva da castanheira, no entanto sabe-se que a floração e frutificação estão intimamente ligadas às condições climáticas. A floração da castanha ocorre em inflorescências dispostas em panículas terminais, pouco ramificadas e eretas, com flores zigomórficas pedunculadas, subsésseis ou sésseis, com cálice verde-claro e pétalas carnosas branco-amareladas, ofertando néctar e pólen para os visitantes. No sudoeste da Amazônia (Acre, Rondônia, Bolívia e Peru), as flores geralmente começam a desabrochar em outubro e novembro, chegando ao pico de floração nos meses de novembro e dezembro, e encerrando o ciclo no final de janeiro.

Na região de Belém (PA), a floração de árvores plantadas ocorre um pouco mais cedo, de agosto a novembro. No Sul do Estado de Roraima, a floração ocorre entre janeiro e março, época totalmente distinta dos outros Estados da Amazônia. Abelhas grandes do gênero Bombus são os principais polinizadores da castanheira. Em área de plantio, na região de Belém (PA), abelhas dos gêneros Epicharis, Xilocopa, Eulema e Bombus foram as mais frequentes, sendo que apenas Xilocopa e Bombus foram consideradas responsáveis pela polinização da castanheira.

No estado do Acre, observou-se que somente abelhas do gênero Xilocopa penetraram nas flores das castanheiras, sendo consideradas as principais polinizadoras na região de Rio Branco . Em Itacoatiara (AM), outro estudo também em plantio registrou que abelhas dos gêneros Xilocopa, Eulaema, Centris, Epicharis e Bombus foram os principais visitantes de flores da castanheira, sendo também potenciais polinizadores.Considera-se que os principais visitantes e polinizadores da castanheira são as abelhas dos gêneros Bombus, Centris, Xylocopa e Epicharis, assim como algumas espécies de Euglossinae.

Alguns estudos levaram os autores a indicar a ocorrência de heterostilia (flores com estilete de dois tamanhos em uma mesma planta) além da auto-incompatibilidade e incompatibilidade entre os clones existentes no Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA). Porém, ainda existem muitos pontos a serem esclarecidos quanto à biologia floral dessa espécie vegetal.

Foto: Lucia Wadt

Figura 1. Inflorescência da castanheira