A castanha não comercializada imediatamente após a sua coleta pode ser armazenada em casca por pequenos períodos, sobre palhas na floresta,  sob copas de árvores, próximo a estradas de acesso ou em galpões de madeira dentro das unidades de produção (Figura 1a, 1b).  

Fotos: Lucia Wadt e Joana Souza

 (a)                                             (b)

Figura 1. Tipos de armazéns utilizados pelo extrativista
 

As amêndoas também podem ser armazenadas a granel (Figura 2).  Entretanto, esta prática realizada pelo extrativista contribui para a proliferação de insetos, ácaros e microrganismos fitopatogênicos. Neste caso, recomenda-se que sejam realizados revolvimentos a cada dois dias como forma de permitir uma melhor aeração e secagem das amêndoas em casca.

Foto: Joana Souza

Figura 2. Armazenamento a granel da castanha-do-brasil

O produtor não deve armazenar a castanha com outros produtos da agricultura, como arroz, feijão ou milho e insumos e ferramentas agrícolas que possam interferir na qualidade da castanha.

Em razão desta prática, a Embrapa Acre desenvolveu um modelo de armazém secador para utilização individual pelo extrativista, possibilitando a secagem e armazenagem de uma produção de até 700 latas.

O armazém secador (Figura 3) apresenta piso com altura de 2,7m do solo, de forma a não permitir a entrada de insetos e roedores e com ventilação apropriada, de fácil revolvimento, permitindo desta maneira a secagem das castanhas. Sua divisão é realizada em duas partes distintas.

A primeira, com tela galvanizada resistente, com malha de no máximo 1,0cm X 1,0cm, onde o extrativista revolve diariamente as castanhas durante cinco dias. Na segunda área, com piso de madeira para armazenagem em sacos ou a granel.As paredes são confeccionadas em madeira, com altura correspondente a 50% do pé direito na sua parte inferior e em tela galvanizada com malha de 50cm X 50cm até a parte superior do teto, para evitar a entrada de animais e insetos indesejados.

O pé direito possui altura de 3,5m a 4m que auxilia a ventilação no interior da estrutura e facilita a secagem das castanhas. A cobertura com telhas de alumínio ou amianto contendo lanternim, protegido de tela que permite a troca de ar no interior do armazém, formando correntes de ar que arrastam a umidade excessiva das castanhas.

O beiral deve possuir comprimento lateral suficiente para proteger as castanhas das chuvas.

Foto: Joana Souza

Figura 3 - Armazém secador desenvolvido pela Embrapa Acre

Fonte: Joana Souza

Figura 4. Empilhamento desordenado de sacos de castanha

A castanha armazenada é embalada em sacos de 60 kg, devendo-se evitar empilhamentos com mais de cinco sacos e espaçamentos entre as pilhas de no mínimo de 15cm (Figura 4).

Diversos armazéns estão sendo construídos na região do Vale do Acre, e adotam o modelo proposto pela Embrapa Acre, o que permite um manejo adequado das castanhas durante os períodos iniciais de secagem e armazenamento.Nestes casos, o piso deve estar a uma altura mínima de 80cm do chão e conter frestas de aproximadamente 1,5cm, o que permite a circulação de ar e evita o contato com o solo, elevada umidade e a entrada de animais.

As paredes também devem conter as mesmas frestas e protegidos contra a entrada de animais por meio do uso de telas, quando construídos em meia parede, e cones invertidos ou saias de alumínio colocados nos esteios da construção. As escadas devem possuir a proteção de alumínio ou, caso sejam móveis,  removidas sempre que não estiverem sendo utilizadas (Figura 5).   

Foto: Virgínia Álvares

Figura 5. Detalhamento de um armazém de castanhas