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Conteúdo atualizado em: 15/02/2022

Autor

Nirlene Junqueira Vilela - Embrapa Hortaliças

 

Em 2010, a CEAGESP, entreposto de São Paulo, comercializou 69.017 t de cebola adquiridas de São Paulo (43,0%), Santa Catarina (28,2%), Minas Gerais (12,4%), Goiás (9,0%), Bahia (2,6%), Rio Grande do Sul (2,2%) e Paraná (1,7%). A CEASA-MG, entreposto de Belo Horizonte, movimentou 70.328 t, sendo 14,2% importadas da Argentina.

As importações de cebola, em 2010, foram de 242 mil t no valor de US$ 116 milhões, aproximadamente. Em contrapartida o Brasil exportou pouco mais de mil toneladas no valor de US$ 637 mil (Tabela 1).

Tabela 1. Comércio internacional de cebola, 2000-2010.

 Anos  Exportação Importação
Mil US$ (t) Mil US$ (t)
2000  1.705  11.287  17.737  77.618
2001  483  2.480  20.413  107.745
2002  537  2.469  5.777  113.646
2003  296  997  24.452  174.634
2004  568  3.314  30.941  195.280
2005  208  1.186  27.083  172.054
2006  564  1.411  36.267  201.707
2007  8.122  37.683  40.022  159.684
2008  2.512  6.319  80.621  204.277
2009  224  425  48.903  180.648
2010  637  1.240  111.928  242.414

Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Secretaria de Comércio Exterior. Exportações e importações brasileiras de cebola. Disponível em: <http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 05 de abril 2011.

 

No contexto de comércio internacional de cebola, observa-se que, em relação ao ano de 2006, ocorreu aumento do  volume de importações brasileiras (20,2%) e redução das exportações (12,1%) (Figura 1). 

Comércio internacional de cebola

Figura 1. Comércio internacional de cebola, 2000-2010

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Secretaria de Comércio Exterior. Exportações e importações brasileiras de cebola. Disponível em <http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 05 de abril de 2011.

 

A importação de cebola em maior parte foi procedente da Argentina (88,6%). A cebola “in natura” ou refrigerada é o principal tipo importado pelo Brasil (98,3%).

No Brasil não existe mais períodos entressafra de cebola, uma vez que a safra nacional se estende por todos os meses do ano. Nesse sentido, a produção do Rio Grande do Sul é escoada para o mercado de novembro a junho e a de Santa Catarina e Paraná de outubro a maio. As safras do Sudeste (São Paulo e Minas Gerais) e do Nordeste (Pernambuco e Bahia) abastecem o mercado durante o ano inteiro.

A safra de Goiás é vendida no período de maio a setembro. Entretanto, o mercado nacional continua dependente da produção externa, pois intercala  meses, ora de escassez, ora de excesso de oferta. Inevitavelmente, essa situação tende a persistir causando flutuações de preços no mercado brasileiro. Apesar da relativa instabilidade da cebola no mercado, existem oportunidades para os produtores de cebola tanto no Brasil como no mercado internacional, desde que invistam na qualidade do produto e em embalagens adequadas e atrativas.

Além disso, a busca de novos nichos de mercado como o da cebola doce para sanduíches e saladas tem a preferência dos consumidores estadunidenses e europeus. Cebolas altamente picantes são preferidas pelo mercado asiático. Portanto, são alternativas de diversificação da produção de cebola que valem para atender o mercado interno e também o internacional.