Pulgões

Conteúdo atualizado em: 23/02/2022

Autores

Jorge Anderson Guimarães - Embrapa Hortaliças

Miguel Michereff Filho - Embrapa Hortaliças

Alexandre Pinho de Moura - Embrapa Hortaliças

 

São insetos sugadores de seiva, que vivem em colônias numerosas, porém, raramente chegam a causar dano econômico à cultura da cenoura, porque não ocorrem em grandes populações e são altamente parasitados por micro-himenópteros.

Na cultura da cenoura, já foram registradas três espécies de pulgão, descritas abaixo.

 

Descrição e biologia

Aphis gossypii - são insetos pequenos (1-3 mm), com corpo periforme e mole, coloração amarela clara a verde escura, com antenas bem desenvolvidas, sifúnculos e aparelho bucal tipo sugador.

Cavariella aegopodii - corpo ovalado, com 2 mm de comprimento. As formas ápteras são de coloração verde e sifúnculos dilatados, enquanto as formas aladas são de coloração verde-escura e antenas curtas.

Myzus persicae caracteriza-se por apresentar ninfas e adultos ápteros (sem asas), corpo com coloração verde-clara, rosada ou avermelhada, enquanto os adultos alados possuem abdome verde-amarelado, cabeça e tórax pretos e sifúnculos escurecidos no ápice.

 

Danos

Os pulgões ocorrem principalmente na fase de florescimento, ficam concentrados nas pontas das hastes tenras da planta, logo abaixo das umbelas, provocando dano direto pela sucção contínua da seiva. O pulgão C. aegopodii é o vetor da virose “amarelo ou vermelho da cenoura” (Carrot red leaf virus – CtRLV) e, juntamente com M. persicae pode também transmitir o mosaico da cenoura (Carrot mosaic virus - CtMV); causando redução da produtividade das plantas infectadas.

 

Controle

Não existe nenhum inseticida registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o controle de pulgões na cultura da cenoura no Brasil. Recomenda-se que o manejo dessas pragas seja feito com base no monitoramento constante das infestações, por meio do uso de armadilhas adesivas amarelas.

Recomenda-se também, utilizar o controle cultural, baseado na semeadura direta; uso de sementes sadias e isentas de viroses; produção de mudas em locais protegidos com tela anti-afídeos, adequação da época de plantio de acordo com a região, visando o escape de picos populacionais das pragas; seleção de mudas sadias e vigorosas para o transplante; isolamento dos talhões por data e área, evitando escalonamento de plantio; plantio dos talhões no sentido contrário ao vento, do mais velho para o mais novo, adubação química conforme análise de solo ou foliar e requerimentos da cultura, evitando-se excesso de nitrogênio; manejo da irrigação, eliminação de plantas hospedeiras de pulgões das proximidades do plantio; rotação de culturas com gramíneas, implantação de barreiras ou cercas vivas e destruição de restos culturais.

Além disso, deve-se ressaltar que o controle biológico natural, por meio de parasitóides da família Aphelinidae é bastante eficiente na manutenção das populações de pulgões em nível de equilíbrio, sem causar danos a produção.