Cenoura
Vaquinha
Autores
Jorge Anderson Guimarães - Embrapa Hortaliças
Miguel Michereff Filho - Embrapa Hortaliças
Alexandre Pinho de Moura - Embrapa Hortaliças
As vaquinhas Diabrotica speciosa (Germ.) (Chrysomelidae) e Epicauta atomaria (Germar, 1821) (Meloidae) são insetos que podem ser encontrados nos cultivos de cenoura, principalmente quando estes são implantados logo após o cultivo de milho ou pastagens. No entanto, estes ataques são bem esporádicos e geralmente associados a desequilíbrios no agroecossistema.
Descrição e biologia
O adulto de D. speciosa é um besouro de coloração verde, com manchas amarelas, com 5 mm de comprimento, também conhecido com brasileirinho em alusão a sua coloração (Figura 1). As posturas são feitas normalmente no solo; porém, quando o nível populacional é muito alto, pode colocar ovos na face inferior das folhas. A fêmea de D. speciosa deposita os ovos, aderentes uns aos outros, no solo. As larvas são cilíndricas, com cerca de 10 mm, corpo com coloração esbranquiçada, com a cabeça e o ápice do abdome, de coloração preta, sendo conhecidas vulgarmente como larva-alfinete. Após o período larval, as larvas transformam-se em pupas no solo.
Foto: Miguel Michereff Filho
Figura 1. Adulto de Diabrotica speciosa.
Já o adulto de E. atomaria é um besouro com cerca de 8 a 17 mm de comprimento e de coloração cinza com pontos pretos ao longo dos élitros. Os ovos são depositados em quantidades volumosas no solo e são aderentes uns aos outros. As larvas possuem coloração esbranquiçada, hábito subterrâneo e se alimentam de ovos de outros insetos.
Danos
Os adultos de D. speciosa alimentam-se de folhas e flores, enquanto que as larvas se alimentam das raízes, inviabilizando-as para a comercialização, afetando diretamente a produção.
No caso de E. atomaria, somente os insetos adultos são fitófagos, alimentando-se das folhas da planta.
Controle
Não existe nenhum inseticida registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o controle destas vaquinhas na cultura da cenoura no Brasil. Como alternativa de manejo, pode-se utilizar iscas atrativas, pois os adultos de crisomelídeos são atraídos por raízes do taiuiá (Cayaponia tayuya) ou pelos frutos da cabaça verde (Lagenaria sp.), ambas cucurbitáceas silvestres. Pedaços destas estruturas vegetais são colocados dentro de bacias com água e detergente, e periodicamente quando as iscas se saturarem de insetos deve se proceder a sua imersão na água, o que ocasionará a morte das vaquinhas por afogamento, auxiliando na redução populacional dessa praga no cultivo.