Cenoura
Pós-colheita
Autores
Nozomu Makishima - Consultor autônomo
Milza Moreira Lana - Embrapa Hortaliças
Jairo Vidal Vieira - Consultor autônomo
De acordo com o Programa Brasileiro Para a Melhoria dos Padrões Comerciais e Embalagens implantado pela Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo – CEAGESP, a cenoura deve ser classificada em:
Classe 10 = raízes com 10 a menos de 14 cm de comprimento;
Classe 14 = raízes com 14 a menos de 18 cm de comprimento;
Classe 18 = raízes com 18 a menos de 22 cm de comprimento;
Classe 22 = raízes com 22 a menos de 26 cm de comprimento e
Classe 26 = raízes com mais de 265 cm de comprimento.
Os defeitos que podem ocorrer nas raízes da cenoura são considerados graves se prejudicam a aparência, comprometem a qualidade ou a conservação e leves, aqueles que não prejudicam ou não comprometem tanto a aparência, a qualidade ou a conservação.
Assim, segundo o Programa da CEAGESP, são considerados graves os seguintes defeitos: a podridão mole, a podridão seca, deformação, ombro com coloração verde ou roxa em superfície maior que 10% da raiz, dano mecânico com mais de 10% da superfície da raiz ou 3 milímetros de profundidade, rachadura, injuria por doença ou inseto, aspecto murcho, lenhoso. Como defeitos leves são considerados o ombro verde ou roxo em menos de 10% da superfície, dano mecânico com menos de 3 milímetros de profundidade, corte inadequado da haste, presença de radicelas e manchas na coloração.
As percentagens admitidas para cada um dos defeitos graves acima referidos estão na Tabela 1.
Tabela 1. Percentagem de raízes com defeitos tolerados por caixa, de acordo com a categoria ou tipo.
Defeitos | Categorias | |||
Extra | Cat I | Cat II | Cat III | |
Podridão mole | 0 | 0 | 1 | 3 |
Podridão seca | 0 | 1 | 2 | 5 |
Deformação | 0 | 1 | 3 | 5 |
Ombro verde/roxo | 2 | 3 | 4 | 6 |
Rachaduras | 0 | 1 | 2 | 5 |
Dano mecânico | 1 | 2 | 3 | 5 |
Injúria por inseto ou doença | 0 | 1 | 3 | 5 |
Aspecto lenhoso | 1 | 2 | 3 | 4 |
Aspecto murcho | 0 | 2 | 3 | 4 |
Total de defeitos graves | 3 | 10 | 10 | 20 |
Total de defeitos leves | 4 | 10 | 25 | 100 |
Total geral de defeitos | 6 | 10 | 25 | 100 |
Fonte: Folder sobre o Programa Brasileiro de melhoria dos padrões comerciais e embalagens de cenoura.
Obs: Os totais não são as somas das porcentagens toleradas em cada tipo de defeito
Acondicionamento
Para o acondicionamento na tradicional caixa K de madeira inicialmente, coloca-se ordenadamente uma camada de raízes transversalmente à fresta deixada pelas duas ripas, para formar a "boca da caixa". O enchimento é feito colocando-se as raízes no sentido longitudinal da caixa e de modo a ocupar todos os espaços e em seguida prega-se a tampa que normalmente, com uma só tabua. Isto é necessário para evitar que durante o manuseio ou transporte da caixa, ocorram danos mecânicos por atrito ou impacto entre as raízes acondicionadas.
Foto: Jairo V. Vieira | Foto: Milza M. Lana |
Figura 1. Acondicionamento em sacos de ráfia | Figura 2. Acondicionamento em caixas tipo “k” |
Para se identificar a classe e a categoria da cenoura contida na caixa coloca-se um carimbo ou se escreve a classe e a categoria. Ex Classe 14 Cat Extra
Foto: Sérgio Bender |
Figura 3. Acondicionamento em de papelão
No caso de se utilizar caixa de papelão, não se faz a "boca da caixa", mas as raízes devem ser colocadas ordenadamente, isto é todas no mesmo sentido para melhor acomodação e evitar danos físicos por atrito no manuseio das caixas. Para se identificar o produto contido na caixa coloca-se um rótulo . Em algumas regiões, principalmente no Nordeste, a cenoura é ainda embalada em sacos de polietileno ou polipropileno, o que não é recomendável, porque este tipo de recipientes não protege as raízes.
Embalagem em sacos de malha
Na Tabela 2 estão apresentadas as especificações das dimensões das caixas utilizadas para o acondicionamento da cenoura
Tabela 2. Embalagens de cenoura admitidas no Brasil.
Embalagens | Dimensões em mm | ||
Comprimento | Largura | Altura | |
Sacos de polietileno ou polipropileno - IV | 700 | - | 480 |
Caixa K - madeira | 495 | 230 | 355 |
Caixa papelão ondulado I | 490 | 220 | 350 |
Caixa papelão ondulado II | 356 | 205 | 237 |
Fonte: Portaria n. 306, de 26/11/90 do Ministério da Agricultura e do Abastecimento
Embora as caixas de madeira ou papelão sejam de alto custo, elas dão maior proteção ao produto e facilitam o manuseio e a identificação do produtor, podendo ainda serem reutilizadas ou recicladas.
Em algumas CEASAS (como exemplo: Entreposto Terminal da CEAGESP em São Paulo), encontra-se em pequena escala, cenouras sendo comercializadas com folhas amarradas em molhos ou maços de um a dois quilos. Neste caso, a colheita é feita quando as plantas estão mais novas e tenras, para que as folhas também possam ser aproveitadas na culinária.