Plantas daninhas

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autor

Leandro Vargas - Embrapa Trigo

 

O manejo integrado de plantas daninhas consiste na adoção de um conjunto de métodos e técnicas para prevenção e controle dessas espécies. A prevenção consiste na adoção de práticas que evitem a entrada de propágulos de espécies indesejadas na área. Já o controle objetiva reduzir a infestação, mas sem a completa erradicação. O controle eficiente deve reduzir o número de plantas daninhas na área até o nível em que estas não causem perdas substanciais. O nível de dano econômico é atingido quando as perdas são iguais ao custo do controle, e é nesse momento que o controle deve ser praticado.

 

O controle de plantas daninhas deve ser planejado e executado antes do estabelecimento da cultura e durante todo ciclo desta. A escolha da área onde a cultura vai ser instalada, o uso de cobertura morta e a dessecação antes da semeadura são exemplos de práticas que podem ser adotadas. A aplicação de herbicidas pré e pós-emergentes é prática adotada durante o ciclo da cultura. O tipo de prática ou método a ser adotado será de acordo com as espécies daninhas presentes na área. Dessa forma, o produtor deverá conhecer e monitorar as espécies de plantas daninhas que ocorrem na lavoura. O monitoramento proporciona economia e maior eficiência, principalmente para produtos pré-emergentes.

 

A seguir, são listados os métodos de controle possíveis de ser empregados na cultura de centeio.

 

Controle preventivo

O controle preventivo engloba todas as medidas capazes de prevenir a introdução e a disseminação de plantas daninhas na lavoura. Entre elas estão: uso de sementes certificadas, limpeza de equipamentos e controle dessas espécies em áreas adjacentes da lavoura.

 

Controle cultural

O controle cultural consiste em usar qualquer condição ambiental ou procedimento que promova o crescimento da cultura, tendendo a diminuir os danos causados por plantas daninhas. A escolha da cultivar adequada, a adubação correta e a adequação da densidade, da profundidade, do espaçamento entre as linhas e da época de semeadura são fatores que podem proporcionar grande vantagem para a cultura.

 

Centeio é uma espécie que possui crescimento inicial vigoroso, cobrindo rapidamente a superfície do solo. Assim, concorre em vantagem com a maioria das plantas daninhas. Apresenta alelopatia, que impede o desenvolvimento de plantas daninhas entre as plantas cultivadas e logo após a colheita. Centeio produz vários componentes nos tecidos da planta e em exsudados das raízes que, aparentemente, inibem a germinação e o crescimento de espécies daninhas e de outras culturas. Esses efeitos alelopáticos, associados à habilidade competitiva, faz do centeio uma alternativa atrativa no manejo de plantas daninhas. Entretanto, vale salientar que os componentes alelopáticos produzidos pelo centeio podem afetar a germinação de culturas subsequentes.

 

Controle químico

O controle de plantas daninhas com herbicidas é o método mais rápido e eficiente disponível atualmente. O controle seletivo de plantas daninhas na cultura de centeio pode ser realizado em pós-emergência das plantas daninhas, com a cultura no estádio de início do perfilhamento até início do emborrachamento, com uso do herbicida 2,4-D amina, sendo este o único princípio ativo registrado para a cultura. A dose recomendada desses herbicidas comerciais varia de 0,8 a 1,2 L/ha, dependendo das espécies infestantes.