Coco
Banco Ativo de Germoplasma
Autores
Semiramis R R Ramos - Embrapa Tabuleiros Costeiros
Kamila Marcelino de Brito - Consultora autônoma
Evandro Almeida Tupinamba - Consultor autônomo
O Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de Coco da Embrapa Tabuleiros Costeiros iniciou as suas ações em 1982, quando foram importados da Costa do Marfim os primeiros acessos de coqueiro. O BAG está vinculado à Plataforma de Recursos Genéticos da Embrapa, e em 2006, a partir de um Memorando de Entendimento (MOA) entre a Embrapa e o Bioversity International, foi estabelecido na Embrapa Tabuleiros Costeiros, sob a coordenação da Rede Internacional de Recursos Genéticos de Coco (COGENT), o Banco Internacional de Germoplasma de Coco para América Latina e Caribe (ICG-LAC).
O BAG mantém a variabilidade genética por meio da conservação de 35 acessos de coqueiro Anão e Gigante, sendo 11 duplicatas: Gigante Oeste Africano (GOA), Gigante da Malásia (GML), Gigante da Polinésia (GPY), Gigante de Rennel (GRL), Gigante de Rotuma (GRT), Gigante de Tonga (GTG), Gigante de Vanuatu (GVT), Gigante do Brasil Santa Rita (GBrSR), Gigante do Brasil Merepe (GBrME), Gigante do Brasil São José Mipibu (GBrSJM), Gigante do Brasil Baía Formosa (GBrBF), Gigante do Brasil Praia do Forte (GBrPF), Gigante do Brasil de Pacatuba (GBrPC), Gigante do Brasil Olho de Cravo (GBrOC), Gigante do Brasil Barreirinhas (GBrBA), Gigante do Brasil Luís Correia (GBrLC), Gigante do Brasil Senador Georgino Avelino (GBrSGA), Gigante do Brasil Terra do Rei (GBrTR), Gigante do Brasil Avenida (GBrAV), Anão Verde do Brasil de Jiqui (AVeBrJ), Anão Vermelho de Camarões (AVC), Anão Vermelho da Malásia (AVM), Anão Vermelho de Gramame (AVG), Anão Amarelo de Gramame (AAG) e Anão Amarelo da Malásia (AAM). Os acessos GBrSR, GBrME, GBrSJM, GBrBF, GBrPF, AVeBrJ, AVC, AVM, AVG, AAG e AAM são duplicatas.
Atualmente, os acessos estão implantados em dois campos experimentais: no Campo Experimental de Itaporanga, localizado no Município de Itaporanga d’Ajuda, SE, às margens da Rodovia SE 100, km 03 (11°07’S e 37°11’W), a 28 km da cidade de Aracaju. O segundo, em fase de desativação, encontra-se localizado no antigo Campo Experimental do Betume, no Município de Ilha das Flores, SE, a 10º26'S, 36º32'O e 28 m de altitude. O clima, pela classificação de Köppen, e o solo nas duas áreas experimentais são, respectivamente, do tipo AS’ (tropical chuvoso com verão seco) e Neossolo Quartzarênico.
Além da conservação dos acessos, o BAG Coco tem por prioridades realizar o manejo do germoplasma referente ao enriquecimento, por meio da introdução, coleta e intercâmbio, regeneração, caracterização, avaliação e documentação dos acessos por meio de algumas ações específicas como:
• Introduzir e conservar acessos de coqueiro Anão e Gigante de interesse nacional e internacional.
• Coletar acessos de coqueiro Gigante em áreas de interesse previamente identificadas.
• Caracterizar, por meio de descritores morfológicos e marcadores moleculares, acessos de coqueiro Anão e Gigante conservados no BAG .
• Documentar e disponibilizar, em base de dados específicas, os registros de passaporte e caracterização dos acessos conservados.
• Promover, em colaboração com outros bancos pertencentes ao COGENT, a utilização dos acessos conservados.
• Desenvolver protocolos para preservação ex situ dos acessos de coqueiro.
• Desenvolver técnicas para criopreservação de acessos de coqueiro.
Com relação ao enriquecimento do BAG via coleta de germoplasma, o alvo são as populações de coqueiro Gigante, e as ações estão principalmente relacionadas à identificação de áreas sob processo de erosão genética; intensificado em função da expansão do mercado imobiliário na costa nordestina ou a substituição de lavouras economicamente mais rentáveis, como a cana-de-açúcar; mapeamento e coleta de germoplasma. Recentemente, foram identificadas e prospectadas novas áreas no litoral dos estados de Sergipe, Bahia e Pernambuco. Em todas as populações seguem-se as recomendações técnicas e jurídicas, respectivamente no que se refere à legitimidade e homogeneidade e ao cumprimento dos procedimentos legais determinados pela lei brasileira para aquisição de material exótico em área particular.
Para caracterização e avaliação dos acessos, o BAG utiliza-se a lista descritiva publicada pelo Bioversity International, sendo utilizados descritores quantitativos e qualitativos relacionados às características vegetativas, morfológicas e reprodutivas e de fruto.