Coco
Cultura de Tecidos
Autor
Ana da Silva Lédo - Embrapa Tabuleiros Costeiros
Técnicas de cultura de tecidos têm sido aplicadas como estratégias complementares para o intercâmbio e conservação de recursos genéticos vegetais, e apresentam vantagens, como facilidade para o transporte, manutenção de um grande número de acessos num pequeno espaço físico e livres dos riscos que existem em condições ex vitro.
A cultura de embriões tem sido utilizada para coleta e intercâmbio de germoplasma de coqueiro porque suas sementes apresentam grandes dimensões, o que aumenta drasticamente o volume de material a ser coletado e conservado. Em 2006, a Embrapa Tabuleiros Costeiros estabeleceu o protocolo para cultura de embriões zigóticos de coqueiro Anão Verde de Jiqui do Brasil, que permite regenerar plântulas completas a partir do cultivo do embrião em meio de cultura rico em sais minerais, vitaminas, sacarose e reguladores de crescimento em laboratório com posterior adaptação em viveiro de mudas. As etapas do processo são apresentadas abaixo.
Ana Ledo,2010
Figura1: Esquema do cultivo de embriões zigóticos de coqueiro AveBrJ.
(A) discos de endosperma; (B) embrião zigótico excisado do disco de endosperma; (C) embriões zigóticos inoculados em meio de cultura Y3 líquido; (D) plântulas desenvolvidas aos 70 dias; (E) plântulas desenvolvidas aos 150 dias; (F) plântulas transferidas para meio de cultura Y3 gelificado para indução de enraizamento; (G) mudas em fase de aclimatação sob telado.
A conservação de plantas in vitro se baseia no cultivo das coleções em laboratório, a partir da técnica de cultura de tecidos. Nestas condições, a conservação de germoplasma in vitro pode ser feita a partir de mudanças no ambiente de cultivo para desacelerar ou suprimir totalmente o crescimento de células, tecidos e órgãos. Existem poucos trabalhos publicados sobre estratégias de conservação in vitro de Cocos nucifera L.. Resultados promissores foram obtidos com criopreservação de embriões, plúmulas e ápices caulinares de coqueiro.
No Brasil, protocolos para indução de crescimento lento no coqueiro Anão Verde de Jiqui do Brasil foram estabelecidos pela Embrapa Tabuleiros Costeiros em 2007. A adição de manitol a 0,3 ou 0,4 m promove um menor crescimento da parte aérea e da raiz e menor percentagem de sobrevivência das plântulas de coqueiro Anão Verde de Jiqui do Brasil. As concentrações de 40 e 60 g/L de sacarose induzem um crescimento mínimo da parte aérea e 100% de sobrevivência das plântulas aos 365 dias de cultivo, podendo ser promissoras para a conservação in vitro de coqueiro AVeBrJ.
Ana Ledo,2010
Figura 2: Plântulas de coco anão verde de Jiqui do Brasil mantidas sobre crescimento lento na presença de sacarose.
Em 2010, foram iniciados os primeiros estudos com criopreservação de embriões zigóticos de coco Anão Verde de Jiqui do Brasil, na Embrapa Tabuleiros Costeiros. Nessa técnica os embriões são conservados na presença de nitrogênio líquido a - 196°C.
Ana Ledo,2010
Figura3: Embriões zigóticos de coqueiro criopreservados em tambor de nitrogênio líquido.
Ações para o estabelecimento de protocolos de conservação por crescimento lento para outras cultivares de coqueiro Anão e Gigante e ajustes no protocolo de criopreservação de coco Anão Verde do Brasil de Jiqui foram iniciadas em 2011 no laboratório de cultura de tecidos de plantas.