Helmintosporiose

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Dulce Regina Nunes Warwick - Embrapa Tabuleiros Costeiros

Viviane Talamini - Embrapa Tabuleiros Costeiros

 

A helmintosporiose, também conhecida como mancha-foliar ocorre principalmente em viveiros, nas condições de alta umidade, pouco arejamento, e temperaturas entre 18 e 27ºC. Fungo cosmopolita, é comum em vários outros hospedeiros.

 

Agente causal

A mancha-foliar é causada por Bipolaris incurvata Dreschs (Drechslera incurvata, Helmintosporium incurvatum, H. halodes), teleomorfo: Cochliobolus sp.

 

Sintomas

Em geral, os primeiros sintomas aparecem oito dias após a penetração do fungo. Neste estádio, as lesões são arredondadas e com o diâmetro menor que 2 mm, têm a cor verde-clara, com o centro mais escuro, ocorrendo a formação de um halo amarelado. Esses sintomas evoluem com o desenvolvimento da doença. As manchas tornam-se ovais e alongadas no sentido da nervura dos folíolos, a cor torna-se marrom-clara no centro e com uma cor mais escura na periferia, e o halo amarelo persiste (Figura 1). Em casos severos, as lesões coalescem e as margens dos folíolos tornam-se necróticas.

           Foto Dulce Warwick,2010

           

           Figura 1: Mancha foliar causada por Bipolaris incurvata.

 

Danos e distúrbios fisiológicos

A mancha-foliar pode provocar danos significativos em plantios jovens, principalmente em viveiros, que além de prejudicar o estado fitossanitário das plantas, diminui o valor de mercado das mesmas. Nos casos mais severos, esse patógeno pode provocar a morte das plantas, principalmente tratando-se de germoplasma mais susceptível, como é o caso das variedades de origem polinésica.

Em dosagens elevadas, o nitrogênio aumenta a susceptibilidade das plantas. O enxofre não apresenta efeito na doença, enquanto que o potássio e o fósforo diminuem sua severidade. Observa-se ainda, que a importância do patógeno diminui com o aumento da idade das plantas.

 

Controle

Estudando os mecanismos de resistência varietal, não foi comprovada uma relação entre o número de estômatos na face inferior da folha e a susceptibilidade ao fungo. As variedades de coqueiro são classificadas em três grupos: um tipo resistente, que se caracteriza pela não evolução das lesões após a inoculação com o fungo, como é o caso do GOA (gigante-do-oeste-africano) e do PB 121 (Anão-amarelo-da-malásia x GOA); um outro tipo suscetível, caracterizado por um crescimento rápido das lesões, com necrose e a formação abundante de esporos nas faces inferior e superior das folhas, representado pelo gigante-da-Polinésia; e o tipo intermediário, que apresenta uma evolução limitada das lesões e uma esporulação pouco abundante, sendo o caso do Anão verde. Estudos posteriores, realizados em relação aos mecanismos de hereditariedade, indicam que a resistência observada na variedade GOA é do tipo dominante.

O controle mais utilizado é o químico, por meio da aplicação preventiva de fungicidas, direcionando-se o jato para a face inferior dos folíolos. Deve-se, ainda, remover as folhas infectadas. Também propõe a utilização de uma adubação balanceada, sem excesso de nitrogênio, e a eliminação de plantas daninhas como medidas preventivas.