Coco
Podridão seca
Autores
Dulce Regina Nunes Warwick - Embrapa Tabuleiros Costeiros
Viviane Talamini - Embrapa Tabuleiros Costeiros
Essa doença é letal ao coqueiro, ocorrendo principalmente em viveiro, ou até o segundo ano após o transplante para o campo. Porém, mais recentemente, tem-se registrado a incidência da doença mesmo em plantas safreiras. A podridão-seca foi registrada na Costa do Marfim, Filipinas, Indonésia, Malásia e Brasil. A variedade anã verde é uma das mais susceptíveis.
Agente causal
Doença de etiologia ainda indefinida, contudo, resultados de pesquisas preliminares têm associado os sintomas à presença de fragmentos de DNA de 1,2 Kb similares a um grupo de fitoplasmas.
Sintomas
A podridão-seca provoca o secamento da flecha (folha central), ou ainda das folhas mais jovens (Figura 1). Os primeiros sintomas começam com a formação de pequenas manchas brancas, isoladas ou contíguas, que formam estrias na superfície da folha. Desde o aparecimento dos primeiros sintomas, o crescimento da flecha fica paralisado, servindo como um alerta para o produtor. Posteriormente, essas manchas tornam-se marrons e a folha seca.
Foto: Dulce Warwick, 2010
Figura 1. Planta com podridão seca.
Com o avanço da doença, outras folhas secam, porém, as raízes permanecem sadias. O diagnóstico mais preciso é realizado através de um corte longitudinal no coleto da planta, onde são observadas lesões internas, marrons, com aparência de cortiça, sendo este um sintoma peculiar da doença (Figura 2).
Foto Dulce Warwick, 2010
Figura 2. Planta com sintomas internos de podridão seca
Danos, distúrbios fisiológicos e epidemiologia.
Na Costa do Marfim, ocorreram até 50% de perdas em coqueiro híbrido e 30% em coqueiro Anão, quando medidas de controle não foram efetivamente executadas. No entanto, não há relatos em relação ao coqueiro gigante. Após o aparecimento do primeiro sintoma externo, é impossível que a planta seja recuperada, uma vez que no coqueiro existe somente um ponto de crescimento, sendo justamente a região mais afetada pelo ataque do patógeno.
A ocorrência da doença é um problema limitante para o cultivo do coqueiro Anão irrigado nas regiões semiáridas do Nordeste e do Brasil Central.
A doença é transmitida por homópteros da família Delphacidae (Sogatella cubana e S. kolophon), que vivem em diversas espécies de gramíneas (Figura 3).
Foto T. Bartlett.
Figura 3. Sogatella kolophon, inseto transmissor da podridão seca.
Controle
É indispensável que o plantio seja regularmente monitorado, para que sejam detectadas as primeiras plantas com sintomas da doença, prevenindo-se desta maneira perdas econômicas significativas e/ou adoção de medidas de controle que exigem a utilização maciça de defensivos agrícolas.
Como medidas preventivas, recomenda-se no viveiro a eliminação das gramíneas que são hospedeiras dos insetos vetores. Em plantios definitivos, deve ser utilizado o consórcio com leguminosas, pois essa prática promove um ambiente inadequado aos insetos vetores e ainda traz benefícios para as qualidades físico-químicas do solo. Recomenda-se eliminar todas as plantas que apresentarem sintomas da doença e realizar tratamento preventivo contra o inseto vetor.