Coco
Ácaro-da-necrose-do-fruto
Autores
Joana Maria Santos Ferreira - Embrapa Tabuleiros Costeiros
Paulo Manoel Pontes Lins - Consultor autônomo
José Inácio Lacerda de Moura - Consultor autônomo
Marco Antonio Barbosa Moreira - Embrapa Tabuleiros Costeiros
Adenir Vieira Teodoro - Embrapa Tabuleiros Costeiros
Presente em todas as regiões produtoras de coco no Brasil, o ácaro Aceria (Eriophyes) guerreronis (Acari: Eriophyidae) causa queda prematura de frutos e deformações, que se refletem no peso dos albumens sólido (amêndoa) e líquido (água), além de causar depreciação no valor do fruto destinado ao mercado de água de coco in natura. O ácaro tem tamanho microscópico, completamente desenvolvido chega a medir 250 µm, possui corpo vermiforme, coloração branco-leitosa e dois pares de pernas na parte anterior do corpo.
Sintomas e danos
Desenvolve sua colônia sob as brácteas (pétalas, cálice, perianto), de onde surgem pequenas manchas, cloróticas e de formato triangular, e que à medida que se desenvolvem, tornam-se de cor marrom, ficando os tecidos necrosados e com aspecto áspero. Os primeiros sintomas do ataque se manifestam de 4 a 8 semanas após a fecundação das flores femininas. Fortes ataques podem reduzir o fruto em tamanho e peso, ou provocar deformações e queda prematura. Perdas superiores a 50% no rendimento da produção são registradas em plantios infestados pela praga. No Brasil, além de afetar os frutos, esse ácaro causa também necrose do broto ou gema terminal e a consequente deformação ou morte de plantas jovens.
Controle
Identificar as plantas severamente infestadas; retirar todos os cachos com frutos danificados e deformados, além das palhas e panículas secas, procedendo-se em seguida a destruição desses materiais. Para plantas de viveiro e plantas jovens no campo, recomenda-se pulverizar todos os coqueiros com os acaricidas fenpiroximato, espirodiclofeno, azadiractina, hexitiazoxi ou abamectina quando forem detectados os primeiros sinais de ataque, dirigindo-se o jato para as folhas centrais da planta. Para coqueiros em produção, não há necessidade de pulverizar toda a planta. Recomendam-se três pulverizações a intervalos de 15 dias e com alternância de produtos (acaricida de contato ou sistêmico; dirigindo o jato para as inflorescências e cachos de frutos mais novos (referentes às folhas nos 10 a 16). A nova sequência de pulverizações deve-se iniciar somente após três meses do último tratamento e quando forem detectados novos sinais de ataque da praga. Utilizar 3 l de solução por planta. No uso de acaricidas sistêmicos, a colheita dos frutos para consumo in natura deve ser realizada no mínimo 30 dias após a última aplicação do produto. É obrigatório o uso do E.P.I. no preparo da calda química e durante as aplicações. Um método de controle menos agressivo ao meio ambiente e ao homem é a pulverização das áreas infestadas com a mistura óleo de algodão (1,5%) + detergente neutro (1%). Realizar três a quatro pulverizações em intervalos quinzenais, a depender da severidade do ataque; aplicar a calda cedo pela manhã e à tarde somente após as 16:00h; efetuar pulverizações de manutenção para obtenção de uma eficiência superior a 90%.
Existe outra espécie de ácaro cujo hábito, danos e prejuízos se assemelham aos de A. guerreronis. Trata-se do ácaro Steneotarsonemus furculatus. Apenas, o dano na epiderme dos frutos se desenvolve em faixas longitudinais paralelas. As mesmas medidas de controle são também utilizadas no controle dessa espécie.
Foto: Paulo M. Pontes Lins,2010
Figura 1. Adulto do ácaro-da-necrose-do-fruto Aceria guerreronis.
Foto. Joana Ferreira, 2011
Figura 2. Dano do ácaro da necrose Aceria guerreronis, em planta jovem.
Foto. Joana Ferreira, 2011
Figura 3. Necrose em frutos de coqueiro causada pelo ácaro da necrose Aceria guerreronis
Foto. Joana Ferreira, 2011
Figura 4. Cloroses e necroses no fruto do coqueiro causadas pelo ácaro Aceria guerreronis em frutos de coqueiro.