Coco
Mosca-branca
Autores
Joana Maria Santos Ferreira - Embrapa Tabuleiros Costeiros
Paulo Manoel Pontes Lins - Consultor autônomo
José Inácio Lacerda de Moura - Consultor autônomo
Marco Antonio Barbosa Moreira - Embrapa Tabuleiros Costeiros
Adenir Vieira Teodoro - Embrapa Tabuleiros Costeiros
A mosca-branca Aleurodicus pseudugesii (Hemiptera: Aleyrodidae) completa todo o ciclo de vida no coqueiro. A parte inferior dos folíolos das folhas do coqueiro é o local de postura preferido das fêmeas, onde os ovos são colocados formando pequenas espirais. As ninfas são translúcidas e de coloração amarelo-clara, sugam a seiva da planta e secretam uma camada branca cerácea que as protegem, e passam todo seu desenvolvimento na parte inferior dos folíolos. Espécies de mosca-branca têm alta capacidade reprodutiva (100 a 300 ovos/fêmea) e rapidez de multiplicação, chegando a produzir até 16 gerações por ano. Na lavoura, sua movimentação acontece à noite e nas horas mais frescas do dia e o vento é considerado o principal fator de sua disseminação dentro e entre lavouras, mas, convém não descartar seu transporte em roupas, equipamentos e veículos. Mudas provenientes de viveiros infestados são excelentes fontes de disseminação da praga.
Sintomas e danos
Plantas sujeitas a alta infestação ficam com a face inferior dos folíolos coberta por uma camada branca e cerácea e por inúmeros fios alongados, translúcidos e açucarados que se dissolvem ao serem tocados. Adicionalmente, a face superior dos folíolos fica coberta por uma fuligem preta conhecida por fumagina. Tanto a camada branca e serosa quanto a fumagina são barreiras físicas que interferem nos processos de fotossíntese e respiração da planta, causando consequentemente, redução da produção. Um ataque severo de mosca-branca pode atingir todos os folíolos de todas as folhas do coqueiro. À medida que o ataque progride e que as folhas vão sendo colonizadas, as posturas passam a ser feitas nas folhas cada vez mais novas e até nos frutos. O ataque inicia em pontos do plantio e se dissemina rapidamente, podendo atingir todas as plantas. Não foram observadas, até o momento, alterações fitotóxicas causadas pela mosca-branca em coqueiro.
Prejuízos
Perda de 35,9% foi registrada em um plantio de coqueiro Anão-verde no Município de Paracuru, CE, no entanto, acredita-se que essa perda possa chegar a índices bem maiores se a praga não for controlada.
Controle
Em plantios ainda jovens e em mudas, usar uma mistura de óleo de algodão bruto a 2% + detergente neutro a 1% ou óleos vegetais emulsionáveis a 2% em pulverizações quinzenais para eliminação dos adultos emergentes. As pulverizações devem ser realizadas sempre nas horas mais amenas, com menos vento e dirigidas para a face ventral dos folíolos das folhas infestadas.
Em plantios safreiros e de porte alto, ainda não foi constatada a eficiência do uso dos óleos vegetais. Os produtores de coco estão lançando mão de produtos registrados para controle da mosca-branca em outras culturas, na tentativa de proteger a produção de sua lavoura. Considerando a localização dos adultos e das ninfas na face ventral do folíolo e os ventos fortes que fecham os folíolos no embalar das folhas, há necessidade de adicionar um espalhante adjuvante siliconado (copolímero poliéter-polimetil siloxano) que auxilia na absorção e penetração do produto sistêmico, garantindo maior eficiência na operação de controle. As pulverizações devem ser mais frequentes (três a quatro aplicações, com intervalos de 8 a 15 dias), e em horário diferenciado, ou seja, cedo pela manhã ou durante a noite quando os ventos são mais amenos. Outros cuidados dispensados para um bom manejo da mosca-branca são: a) a inspeção semanal da plantação para tratamento imediato de qualquer novo foco; b) a inspeção, remoção ou o tratamento de plantas daninhas hospedeiras da praga presentes na área; c) o não cultivo de espécies hospedeiras da mosca-branca nas proximidades do plantio; e, d) a prevenção do trânsito de plantas ornamentais.
Foto. Joana Ferreira, 2011
Figura 1. Adultos da mosca branca Aleurodicus pseudugessi
Foto. Joana Ferreira, 2011
Figura 2. Camada cerosa branca produzida pela mosca branca Aleurodicus pseudugessi recobrindo a face inferior dos folíolos das folhas do coqueiro.
Foto. Joana Ferreira, 2011
Figura 3. Folhas do coqueiro recobertas por fumagina em consequência do ataque de mosca branca.
Foto. Joana Ferreira, 2011
Figura 4. Folhas de coqueiro esbranquiçadas em consequência do ataque de mosca branca.