Talhonamento

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autor

Celso Garcia Auer - Embrapa Florestas

 

Como talhonamento entende-se as atividades de divisão da área a ser plantada em unidades denominadas como talhões. No planejamento da área a ser plantada, a sua divisão em talhões deverá ser feita de tal forma que haja a seleção dos melhores locais para o plantio propriamente dito, e se destinem ao zoneamento ambiental representado pelas áreas de reserva legal (RL) e áreas de preservação permanente (APP). Devem ser avaliados a declividade do solo, a permeabilidade ou drenagem, a profundidade do solo, suscetibilidade à erosão e a fertilidade do solo.

A alocação das vias de acesso à área plantada e o dimensionamento dos talhões e seu posicionamento devem ser computados durante o talhonamento. Estas ações facilitarão as operações de plantio, os tratos culturais, as operações de proteção florestal contra pragas, doenças e principalmente controle de fogo, bem como as operações de retirada da madeira.

A construção das vias de acesso deve considerar a distância máxima do arraste ou transporte da madeira no interior da floresta, que por razões técnicas e econômicas não devem ultrapassar 150 m. Assim, os talhões devem ser dimensionados com a largura máxima de 300 m e com comprimento variando de 500 a 1.000 m.

Os aceiros separam os talhões e servem de ligação às estradas de escoamento da produção. Podem ser internos (com largura de 4 a 5 m) ou de divisa (com largura de 15 m). A cada quatro ou cinco talhões, recomenda-se ainda que se estabeleça aceiros internos de 10 m de largura. É desejável que os aceiros possuam leitos carroçáveis, com aproximadamente 60 % da largura. A declividade do solo também pode afetar o tamanho dos talhões. Por exemplo, em áreas declivosas, a distância de arraste não deve exceder 50 m.

A área total ocupada por aceiros, considerando áreas planas ou suavemente onduladas, deve ser da ordem de 5 % da área útil.

O dimensionamento e o posicionamento dos talhões assumem importância estratégica, pois as operações de colheita (derrubada e retirada da madeira) são responsáveis por mais de 30 % do custo da madeira produzida e colocada no pátio da fábrica.

Atualmente, a atividade de talhonamento pode ser facilmente implementada pelo uso de ferramentas de fotointerpretação e geo-referenciamento. Estas ferramentas permitem a distribuição dos talhões de plantio na área, definindo também as áreas de RL e APP, estradas, aceiros, malha hidrográfica (cursos de água presentes) e demais construções rurais.