Feijão-Caupi
Mercado e comercialização
Autor
Maurisrael de Moura Rocha - Embrapa Meio-Norte
Mercado
O feijão-caupi é cultivado em mais de 50 países da Ásia, África e Américas Central e do Sul. Da produção total, 80 % é obtida por três países, sendo o Brasil o terceiro produtor mundial de feijão-caupi. Não obstante a grande produção brasileira, cerca de 1.500.000 t, quando a demanda supera a produção, o Brasil chega a importar feijão-caupi. Os maiores exportadores de feijão-caupi são os Estados Unidos, Peru e Brasil (América), Niger, Mali, Burkina Faso, Benin, Chade, República dos Camarões (África), Myanmar e Tailândia (Ásia). Os maiores importadores são os Estados Unidos, Canadá (América), Portugal, Espanha, Grécia, Reino Unido, Bélgica (Europa), Argélia, Egito, Nigéria, Gana, Costa do Marfim, Togo, Gabão (África), Emirados Árabes Unidos, Israel e Turquia (Ásia).
O mercado do feijão-caupi no Brasil compreende grãos secos para os mercados interno e externo, sementes e vagens verdes e grãos verdes (frescos ou hidratados). Há um mercado potencial para produção de farinha, grãos para enlatamento e congelamento e vagens para salada. O mercado de grãos secos para o mercado interno é o que predomina no Brasil, no entanto, as exportações têm aumentado nos último três anos, com a ampliação da área e a crescente adoção da cultura pelo agricultor empresarial, notadamente nos cerrados do Meio-Norte e Centro-Oeste do Brasil.
A oferta de feijão-caupi é maior na segunda safra (das secas), principalmente na Região Nordeste, entre os meses de abril e agosto. A colheita da terceira safra (inverno-sequeiro ou irrigado) ocorre entre agosto e outubro, em que predomina o cultivo irrigado. O Estado do Ceará é responsável por 54 % da oferta nacional. No entanto, tem crescido a oferta de outros estados, como Bahia, Pará e Mato Grosso. Isso tem contribuído para a ampliação e melhor definição dos mercados do feijão-caupi no Brasil, antes concentrados nas regiões Norte e Nordeste.
Comercialização do feijão-caupi
A comercialização do feijão-caupi é realizada a granel ou na forma de pacote. O primeiro ocorre mais nas feiras livres e o segundo é mais comum em mercearias e supermercados. Um aspecto de suma importância na comercialização do feijão-caupi empacotado é a qualidade, que deve estar isento de impurezas, apresentando um bom aspecto visual ao consumidor. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem elaborado normas técnicas mais rígidas para o segmento de empacotamento, visando melhorar a qualidade do feijão-caupi empacotado.
Um aspecto importante a ser considerado na comercialização do feijão-caupi são as classes e subclasses comerciais. A classe branca, que compreende as subclasses brancão, branca e fradinho, é a que tem sido mais comercializada no Brasil e a que apresenta maior perspectiva para a exportação. As cultivares pertencentes à classe cores requerem atenção especial no que diz respeito à cor dos grãos, pois representa um fator determinante de preço no mercado. Os grãos das cultivares pertencentes à subclasse sempre-verde, canapu e mulato, bastante valorizados e aceitos no mercado nordestino, apresentam valores diferenciais de acordo com a idade do grão. Grãos mais novos, portanto mais claros, têm melhor preço no mercado, relativamente àqueles mais velhos ou escuros. A idade dos grãos também influencia no tempo de cozimento e é fator determinante de consumo.