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Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autores

Gustavo Ribeiro Xavier - Embrapa Agrobiologia

Norma Gouvêa Rumjanek - Embrapa Agrobiologia

Rejane Escrivani Guedes - Consultora autônoma

 

Econômico


A produtividade média brasileira do feijão-caupi é inferior a 500 kg ha-1. Os resultados obtidos com a prática de inoculação de bactérias formadoras de nódulos nas raízes das plantas (rizóbios) apontam ganhos de produtividade, tanto em relação à planta não inoculada como à planta adubada com nitrogênio mineral.

Na região Semiárida do Nordeste brasileiro, tradicionalmente, o feijão-caupi é semeado após as chuvas sem a utilização de práticas agrícolas de adubação e correção da acidez do solo.

Os ganhos de produtividade na região Semiárida alcançaram patamares de até 30 % em condição de campo experimental e de até 52 % em áreas de agricultores experimentadores.

Os resultados obtidos na Região Norte mostraram que a inoculação de estirpes de rizóbio seria capaz de proporcionar rendimentos semelhantes à dose de 50 quilos de nitrogênio por hectare aplicados no plantio, ou de 80 quilos de nitrogênio por hectare, parcelados em duas vezes.

O aumento de produtividade da cultura é acompanhado pelo aumento na margem de lucro do agricultor, já que o investimento com a tecnologia de inoculação do feijão-caupi tem custo aproximado de R$ 4,00 a dose de inoculante para o plantio de um hectare de feijão-caupi. 

 

Ambiental

A ação de microrganismo fixador garante a utilização do nitrogênio a partir de um reservatório inesgotável na atmosfera. O incremento nas taxas de Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) reduz a necessidade de aplicação de compostos nitrogenados como, por exemplo, o nitrato, que contamina as águas e os vegetais consumidos pelo homem.

Dessa forma, além de contribuírem para o equilíbrio dos agroecossistemas, o processo de FBN possibilita o desenvolvimento de uma agricultura menos agressiva ao ambiente. Estima-se que de 139 a 170X106 toneladas de nitrogênio é fixado da atmosfera por ano, pelo menos o dobro daquela obtida pela indústria química.

A tecnologia de inoculação do feijão-caupi também contribui para um maior teor de matéria orgânica, resultado da incorporação ou deposição no solo de uma quantidade maior de biomassa vegetal. 

 

Social

Apesar de a cultura do feijão-caupi ser considerada de subsistência, em algumas regiões do país como  Norte e Nordeste, ela assume importância socioeconômica em função do alto teor de proteína encontrado no grão, representando uma fonte de proteína de baixo custo para a alimentação humana. A adoção da tecnologia de FBN é capaz de aumentar a oferta de grão, o que aumentará a disponibilidade de proteína e também propiciará a geração de um excedente de produção. O potencial da cultura do feijão-caupi, em especial quando em associação com inoculantes rizobianos, aponta para um impacto social positivo.