Inoculante

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autores

Gustavo Ribeiro Xavier - Embrapa Agrobiologia

Norma Gouvêa Rumjanek - Consultora autônoma

Rejane Escrivani Guedes - Embrapa Agrobiologia

 

Inoculante


O inoculante é um produto que contém microrganismo com ação benéfica para o desenvolvimento das plantas. O inoculante contendo bactérias formadoras de nódulos nas raízes das plantas (rizóbios) é desenvolvido e produzido de acordo com protocolos estabelecidos pela rede de laboratórios para recomendação, padronização e difusão de tecnologia de inoculantes microbiológicos de interesse agrícola (RELARE).

Em reuniões técnicas, a RELARE avalia os resultados apresentados tanto para seleção de estirpes eficientes e competitivas quanto para a eficácia de uma determinada formulação e, em seguida, se pertinente, faz a recomendação para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

No entanto, antes dos testes de eficiência agronômica a campo, são necessários estudos de laboratório para o levantamento dos tipos de bactérias nativas formadoras de nódulos nas raízes das plantas (rizóbios) em áreas de produção (Fig. 1) e em condições  controladas de casa-de-vegetação. No campo, os testes devem ser realizados com a cultivar recomendada para a região, além dos produtos comerciais ou estirpes a ser testados, e incluídos os controles negativos (ausência de fertilizante nitrogenado e inoculação), controle com N mineral, além da inoculação padrão, se houver. Os resultados  de campo deverão ser conduzidos em, pelo menos, dois ecossistemas de importância para a cultura em questão e durante duas safras agrícolas.

  Foto: Lindete Martins.   
  Levantamento de tipos de rizóbios nativos   
  Figura  1. Levantamento de tipos de rizóbios nativos.  

 

Bactérias recomendadas


Na XII Reunião da RELARE (junho/2004), a estirpe até então recomendada para feijão-caupi, BR2001, foi substituída por três novas estirpes mais eficientes, sendo uma tecnologia resultante da EMBRAPA (BR3267) e outras duas da UFLA (INPA3-11B e UFLA-84).

 

Como usar


Os tipos de inoculantes comercializados atualmente no Brasil são os turfosos e os líquidos. Essas ou outras formulações devem ter comprovada eficiência agronômica, conforme normas oficiais da RELARE aprovadas pelo MAPA. A inoculação deve ser feita à sombra e a semeadura deve ser efetuada no mesmo dia, mantendo-se a semente inoculada protegida do sol e do calor excessivo.

Para melhor aderência do inoculante turfoso, recomenda-se umedecer a semente com água açucarada a 10 %. Cada 30 g de açúcar em 300 ml de água, representa quantidade suficiente para inocular 50 kg de sementes. O inoculante deve ser uniformemente distribuído na superfície da semente para se obter benefício máximo da fixação biológica do nitrogênio em todas as plantas.

 

Dose recomendada


A dose recomendada é baseada na quantidade mínima de inoculante aderida na semente após o tratamento (600.000 células bacterianas para cada semente). Resultados de pesquisa indicam benefícios crescentes à nodulação e à fixação biológica do nitrogênio pela utilização de concentrações de até 1. 200.000 células bacterianas por semente. A base de cálculo para o número de bactérias/semente é a concentração registrada no MAPA, constante na embalagem do produto.

Os fabricantes consideram a recomendação de uma dose, 250 g de inoculante turfoso para cada     50 kg de sementes de feijão-caupi, suficiente para uma área plantada de 1 hectare (Figura 2).

  Foto: Gustavo Ribeiro Xavier.  
 

Inoculantes 

 
  Figura 2. Inoculantes.    

 

Onde adquirir


O inoculante pode ser obtido nas empresas de inoculantes credenciadas pelo MAPA, nas instituições de pesquisa estaduais e, sob encomenda, na Embrapa Agrobiologia.