Comercialização

Conteúdo atualizado em: 06/11/2023

Autor

Alcido Elenor Wander - Embrapa Arroz e Feijão

Osmira Fatima da Silva - Embrapa Arroz e Feijão

 

A cadeia produtiva do feijão no Brasil apresenta-se pouco organizada, com elevado grau de informalidade na comercialização, desde os insumos para plantio, até a comercialização de grãos e sementes produzidos.

A cadeia produtiva do feijão no Brasil apresenta baixo nível organizacional e algumas peculiaridades: a) vasta dispersão geográfica e temporal da produção, uma vez que ela ocorre praticamente o ano todo, tornando-se quase impossível caracterizar um período de entressafra; b) pouca importância dos estoques reguladores, pois o produto não é armazenado por períodos longos; c) mudança na estrutura de comercialização varejista de alimentos; d) mudanças no hábito alimentar da população, ocasionando decréscimo no consumo desse produto; e e) baixa diversificação na indústria de alimentos.

Os principais elos que compõem a cadeia do feijão são os fornecedores dos diferentes tipos de insumos (antes da porteira), produtores (dentro da porteira) e empacotadores, atacadistas, varejistas e consumidores (fora da porteira).

Devido às características de produção, podem ocorrer bruscas e momentâneas alterações de preços no mercado, consequentemente, oscilações na quantidade produzida.

O mercado de feijão, especialmente de grãos do tipo comercial carioca, tem valorizado mais características visuais (cor e calibre dos grãos), enquanto o regulamento técnico de classificação do feijão para empacotamento segue regras relacionadas à presença de defeitos nos grãos.

Normalmente, as indústrias empacotadoras adquirem os grãos por meio de corretores ou compradores próprios, que se deslocam às principais regiões produtoras. Em anos recentes, tem havido por parte desses atores uma busca por grãos que preservem a cor clara do tegumento (caso do feijão carioca) por mais tempo, aumentando o prazo para que o produto chegue até os consumidores. Ocorre que a manutenção da cor clara não garante a maciez dos grãos, que é determinante para o tempo de preparação culinária do feijão.