Transporte

Conteúdo migrado na íntegra em: 24/11/2021

Autor

Carlos Magri Ferreira - Embrapa Arroz e Feijão

 

O suprimento de produtos alimentícios engloba a produção, a colheita, o transporte, o armazenamento, a transformação, o mercado e o acesso pelos consumidores. Portanto, o transporte é um requisito essencial para o funcionamento da cadeia de suprimentos de produtos.

A eficiência do transporte está basicamente relacionada a três questões: custo, perdas e pegada de carbono. As operações de transportes é um importante componente na formação do custo final do produto ofertado pelas cadeias de suprimento. Algumas questões que influenciam a intensidade e o percurso do transporte do feijão no Brasil são as seguintes:

a) a colheita ocorre o ano todo;

b) a matriz de produção está dispersa no território nacional;

c) o fluxo na comercialização está associado ao volume produzido e à quantidade regionalmente demandada. Também, há que se considerar que alguns estados não produzem feijão-comum. Outros produzem, mas não são autossuficientes o ano todo ou em determinadas épocas do ano. Todos os estados da Federação exportam feijão e recebem feijão de outras regiões;

d) o consumidor é exigente por produto de qualidade, o que leva a indústria a identificar polos de produção, onde se possa encontrar o produto que satisfaça o consumidor.

Em suma, o transporte é uma operação indispensável para garantir o abastecimento do feijão a contento das exigências de mercado. Independentemente da época e da região, dois percursos são básicos: da lavoura até a agroindústria e do feijão beneficiado e empacotado da agroindústria até o ponto de venda no varejo.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estima que, de todos os alimentos produzidos globalmente, um terço é perdido ou desperdiçado. Parte dessa perda ocorre no transporte, mas, no caso do feijão, ao se observar principalmente a época da colheita e a utilização de equipamentos corretos, isso poderá minimizar a perda e o desperdício.

Recentemente, o transporte em toda a cadeia de suprimentos do feijão passou a ser considerado um setor importante na avaliação da pegada de carbono. A coordenação da verticalidade na produção (influencia os elos da cadeia produtiva uns sobre os outros), aliada à estratégia das grandes empresas empacotadoras de feijão, em busca de formas alternativas de contratos de fornecimento de matéria-prima, assim como o uso de serviços especializados em logística são algumas iniciativas que podem minimizar o problema da pegada do carbono.