Rosinha

Conteúdo atualizado em: 29/07/2023

Autor

Luis Cláudio de Faria - Embrapa Arroz e Feijão

Leonardo Cunha Melo - Embrapa Arroz e Feijão

Helton Santos Pereira - Embrapa Arroz e Feijão

Marcelo Sfeir de Aguiar - Embrapa Arroz e Feijão

Adriane Wendland Ferreira - Embrapa Arroz e Feijão

Joaquim Geraldo Cáprio da Costa - Embrapa Arroz e Feijão

 

Cultivar BRS Vereda

Grupo comercial: rosinha
Tipo de planta: indeterminado – tipo II
Ciclo (floração): 47 dias
Ciclo: 93 dias
Cor da vagem na maturação: verde com tonalidade rosa
Porte da planta: semiereto
Cor do grão: bege com tons rosa
Cor da flor: branca
Massa de 100 grãos: 26,3 g

 

A cultivar BRS Vereda se originou do cruzamento múltiplo (HI 822510 x CB 733743) x (LM 30013 x Rosinha G2 RMC), realizado na Embrapa Arroz e Feijão. Nas gerações F2 e F3, foi utilizado o método massal (bulk). Na geração F4, após inoculação com o patótipo 89 (raça alfa-Brasil) de Colletotrichum lindemuthianum, foi realizada seleção massal modificada, e as plantas suscetíveis foram eliminadas. Nas remanescentes resistentes, procedeu-se à colheita de uma vagem por planta, objetivando a reconstituição da população. Na geração F5, foi utilizada a mesma metodologia de seleção, sendo realizada a colheita por planta individual, dando origem às famílias F6, de onde se selecionou, por produtividade e tipo ereto das plantas, a linhagem LM 93203304.

Em 28 ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU), a linhagem LM 93203304 mostrou sua superioridade média de 11,2% em rendimento de grãos, quando comparada com a média das testemunhas. Os dados embasaram sua indicação com o nome fantasia de BRS Vereda para Goiás/Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

A cultivar BRS Vereda, sob inoculação artificial, é resistente ao mosaico-comum. Para antracnose, apresentou reação de resistência aos seguintes patótipos: 89 (alfa-Brasil), 585 (alfa-Brasil TU suscetível), 453 (zeta) e 95 (capa). Nos ensaios de campo, apresentou resistência à ferrugem, reação intermediária à mancha-angular e suscetibilidade ao crestamento-bacteriano-comum. A cultivar BRS Vereda (Figura 1) possui uniformidade de coloração e de tamanho de grão, com excelentes qualidades culinárias e ótima aparência após o cozimento.

 

Foto: Sebastião Araújo
Figura 1. Cultivar BRS Vedera.

 

Essa cultivar é indicada para o plantio em GO/DF, MS, MG, SP, PR e SC, para vários sistemas de produção. Seu tipo de grão rosinha confere a essa cultivar um valor agregado na comercialização, maior que os tipos tradicionais (carioca e preto).

 

Cultivar BRS FS212

Grupo comercial: rosinha
Hábito de crescimento: indeterminado – tipo II
Porte da planta: semiereto
Floração média: 35 dias
Ciclo: 70 dias
Cor da flor: branca
Cor da vagem na maturação: uniforme, verde
Cor da vagem na colheita: uniforme, verde
Cor do grão: rosa-claro
Brilho do grão: opaco
Massa de 1.000 grãos: 270,0 g

Foto: Sebastião Araújo
Figura 2. Cultivar BRS FS212.

 

A BRS FS212 (Figura 2) originou-se do cruzamento ESAL 693 / Rosinha G2, realizado na Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás, GO, no ano de 1999. Em 2000, a geração F1 foi multiplicada no telado. Em 2000, em Ponta Grossa, PR, na época das águas, na geração F2 foi realizada seleção de plantas individuais baseada na reação à antracnose e no tipo de grão rosinha. Em 2001, em Santo Antônio de Goiás, no inverno, as progênies na geração F2:3 foram selecionadas para precocidade. Em 2002, em Lavras, MG, na época da seca, as linhas na geração F2:4 foram selecionadas para precocidade; e, na época das águas, a geração F2:5 foi selecionada para antracnose. Em 2003, na época de inverno, em Santo Antônio de Goiás, foi realizada seleção para precocidade entre as linhas na geração F2:6. As progênies F2:7, na época da seca, em Ponta Grossa, foram selecionadas para a reação à antracnose, à ferrugem, ao crestamento-bacteriano-comum e tipo de grão. Em 2004, em Santo Antônio de Goiás, na época do inverno, dentro das progênies na geração F2:8 foi realizada seleção de plantas individuais. No ano de 2005, em Santo Antônio de Goiás, na época do inverno, nas linhagens na geração F2:8:9 foi realizada seleção para arquitetura. No ano de 2006, em Santo Antônio de Goiás, na época do inverno, as linhagens na geração F2:8:10 foram selecionadas para arquitetura e precocidade. Em 2007, em Ponta Grossa, na época da seca, as linhagens na geração F2:8:11, foram avaliadas para reação à antracnose, ao crestamento-bacteriano-comum, à ferrugem e tipo de grão, sendo selecionada a linhagem LMC207102421. Em 2008, a linhagem LMC207102421 foi avaliada no ensaio Teste de Progênies Rosinha. Os ensaios foram instalados em Ponta Grossa, nas épocas da seca e das águas, e em Santo Antônio de Goiás, na época de inverno. Foi feita avaliação para acamamento, arquitetura, reação a doenças (antracnose, ferrugem, crestamento-bacteriano-comum) e produtividade. A linhagem LMC207102421 foi selecionada para participar do Ensaio Preliminar Roxo e Rosinha.

Em 2009, esse ensaio foi conduzido em Santo Antônio de Goiás (época do inverno) e em Ponta Grossa (época das águas). Foi feita a avaliação para ciclo, acamamento, arquitetura, reação a doenças (ferrugem, mancha-angular, murcha-de-Fusarium, crestamento-bacteriano-comum) e produtividade. A linhagem LMC207102421, com a denominação de CNFRS 15558, foi selecionada para participar do Ensaio Intermediário Diversos. Em 2010, foi realizada a multiplicação de semente.

Em 2011, a linhagem CNFRS 15558 foi avaliada no Ensaio Intermediário Diversos em Santo Antônio de Goiás, nas épocas da seca e de inverno, e em Ponta Grossa, nas épocas das águas e seca. Os ensaios foram avaliados para ciclo, acamamento, arquitetura, reação a doenças (ferrugem, mancha-angular, murcha-de-Fusarium, crestamento-bacteriano-comum) e produtividade. A análise conjunta dos dados dos Ensaios Preliminares e Intermediários permitiram que a linhagem CNFRS 15558 fosse selecionada para o ensaio de VCU, com a denominação de BRS FS212. Em 2012, foi realizada a multiplicação da semente.

Nos anos de 2013 a 2017, os ensaios de VCU foram conduzidos utilizando-se metade das doses indicadas de adubação, conforme resultados de análise de solo, visando identificar linhagens com melhor desempenho em condições de menor uso de adubos. Os ensaios de VCU foram conduzidos nos anos de 2013 a 2017, na região 1 (Paraná) na época das águas e na região 2 (Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal) nas épocas das águas e de inverno. Os ensaios foram avaliados para ciclo, acamamento, arquitetura, reação a doenças (ferrugem, mancha-angular, murcha de Fusarium, crestamento-bacteriano-comum) e produtividade. Nesses ensaios, a cultivar BRS FS212 apresentou produtividade média de 1.746 kg/ha, com 100,5% de desempenho relativo médio quando comparada à média das testemunhas BRS Vereda e BRS Pitanga (1.755 kg/ha). Considerando cada uma das regiões, o desempenho relativo foi de 113,1% na região 1 e 95,5% na região 2. O potencial produtivo da BRS FS212, obtido a partir da média dos três ensaios em que essa cultivar apresentou as maiores produtividades, foi de 2.656 kg/ha. Essa estimativa demonstra que a cultivar tem potencial genético elevado e que, se o ambiente for favorável e existirem boas condições de cultivo, altas produtividades podem ser alcançadas. Com relação à qualidade tecnológica e industrial dos grãos, a cultivar BRS FS212 apresenta tempo médio de cocção de 30 minutos e teor médio de proteína nos grãos de 21,0%.

A cultivar BRS FS212 sob inoculação artificial é resistente ao vírus do mosaico-comum e aos patótipos 65, 73, 89 e 91 de Colletotrichum lindemuthianum, agente causal da antracnose. É suscetível ao patótipo 453. Nos ensaios de campo, apresentou reação de tolerância para antracnose e mosaico-comum; reação intermediária para ferrugem; e suscetibilidade para crestamento-bacteriano-comum, mancha-angular, murcha-de-Curtobacterium e mosaico-dourado.

A cultivar BRS FS212 é recomendada para cultivo na região 2 em Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro para as épocas das águas e inverno.