Feijão
Roxo/Vermelho
Autor
Leonardo Cunha Melo - Embrapa Arroz e Feijão
Helton Santos Pereira - Embrapa Arroz e Feijão
Marcelo Sfeir de Aguiar - Embrapa Arroz e Feijão
Joaquim Geraldo Caprio da Costa - Embrapa Arroz e Feijão
Luis Claudio de Faria - Embrapa Arroz e Feijão
Cultivar Safira
Grupo comercial: roxo
Ciclo (dias): 85
Cor do hipocótilo: tenuamente pigmentada
Hábito de crescimento: indeterminado – tipo II, guia média a longa
Floração média (dias): 46
Cor da flor: branca
Porte da planta: ereto
Cor da vagem na colheita: amarelo-areia
Cor da semente: roxo-escura
Brilho da semente: opaco
Massa de 100 grãos: 17,8 g
A cultivar Safira (Figura 1) é originária do cruzamento das linhagens XAN 87 x XAN 94, realizado no Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), na Colômbia. A seleção foi realizada no Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão (CNPAF), sob condições de inoculação artificial no campo com o agente causador do crestamento-bacteriano. Consistiu de uma geração de seleção massal em F3 e por pedigree em F4, obtendo-se a linhagem PR 710315 (CNF 6296).
Foto: Lauro Pereira da Mota |
Figura 1. Cultivar Safira. |
Considerando-se 17 experimentos conduzidos em 10 municípios de Goiás e 1 no Distrito Federal, no período de 1988–1990, nas épocas da seca e de inverno, a cultivar Safira foi, em média, 4% mais produtiva do que a EMGOPA 201-Ouro, com rendimento médio de 1.561 kg/ha. Entretanto, no inverno de 1988, chegou a produzir 3.319 kg/ha em Goiânia, enquanto a EMGOPA 201-Ouro produziu 2.690 kg/ha. Mostrou, assim, seu alto potencial produtivo, além de ser uma alternativa de feijão de cor para Goiás e Distrito Federal.
A cultivar Safira é resistente ao mosaico-comum e suscetível à antracnose (raças delta, kapa e zeta). Em condições de ocorrência natural em campo, mostrou resistência intermediária ao crestamento-bacteriano-comum, à ferrugem e à mancha-angular.
A cultivar foi colocada à disposição do Sistema Cooperativo de Pesquisa do Feijoeiro, pelo Ensaio Preliminar de Rendimento de Feijão Precoce, em 1988. Como se destacou em relação às testemunhas (Carioca, Goiano Precoce e EMGOPA 201-Ouro), foi promovida pela Empresa Goiana de Pesquisa Agropecuária (Emgopa), em 1989, ao Ensaio Estadual de Rendimento do seu grupo comercial (roxo).
Essa cultivar foi indicada para lançamento na V Reunião da Comissão Técnica da Região II, realizada de 11 a 13 de junho de 1991, no CNPAF, Santo Antônio de Goiás, GO. Atualmente, está indicada para cultivo nos seguintes estados: Goiás/Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Cultivar BRS Timbó
Grupo comercial: roxo
Tipo de planta: indeterminado – tipo II
Ciclo (floração): 43 dias
Ciclo (colheita): 87 dias
Cor da vagem na maturação: amarelo-claro
Porte da planta: semiereto
Cor do grão: roxo
Brilho do grão: opaco
Cor da flor: branca
Espaçamento: 40 cm–50 cm
Massa de 100 grãos: 19,3 g
A cultivar BRS Timbó se originou do cruzamento múltiplo [(A 252 x XAN 105) x (A 373 x A 213)] x [(A 445 x XAN 112) x (BAT 447 x A 213)], realizado pelo Ciat, em Cali, Colômbia. A Embrapa Arroz e Feijão recebeu do Ciat, no programa de intercâmbio de germoplasma, a linhagem fixada denominada FEB 163. No ano de 1991, foi avaliada no Ensaio Preliminar de Linhagens (EPL), sendo selecionada, em 1993, para compor o Ensaio Nacional (EN), juntamente com mais 22 linhagens e 3 testemunhas, conduzido em 8 ambientes, nos estados de Goiás (2), Mato Grosso (1), Mato Grosso do Sul (1), Minas Gerais (3) e Espírito Santo (1).
Em 26 ensaios de VCU, a linhagem FEB 163 mostrou superioridade média de 3,5% em rendimento de grãos, quando comparada com a média das testemunhas.
A cultivar BRS Timbó (Figura 2) possui uniformidade de coloração e tamanho de grão, com excelentes qualidades culinárias e ótima aparência após o cozimento.
Foto: Francisco Rocha de Lins |
Figura 2. Cultivar BRS Timbó. |
Cultivar de grão comercial roxo de alta produtividade, porte semiereto, resistente ao acamamento. Possui resistência ao mosaico-comum, à ferrugem e moderada resistência à antracnose, apresentando ainda resistência moderada à mancha-angular e suscetibilidade ao crestamento-bacteriano-comum e ao mosaico-dourado. É indicada para GO/DF, MS, MT, SP, MG e TO.
Cultivar BRS Pitanga
Grupo comercial: roxo
Tipo de planta: indeterminado – tipo II
Porte da planta: ereto
Cor da flor: branca
Ciclo (floração): 38 dias
Ciclo (colheita): 83 dias
Cor da vagem na maturação: amarelo-areia (claro e escuro)
Cor do grão: roxo
Brilho do grão: opaco
Massa de 100 grãos: 25 g
A cultivar BRS Pitanga (Figura 3) se originou do cruzamento FEB 163 / AN512879, realizado na Embrapa Arroz e Feijão. Nas gerações F2 a F4, foi utilizado o método massal (bulk), com seleção para tipo comercial de grão. Na geração F5, procedeu-se à colheita de plantas individuais, novamente, selecionando-se para tipo comercial de grão, e que deram origem às famílias F6, de onde se selecionou para produtividade, arquitetura de planta e reação a doenças, a linhagem LM 95105718.
Foto: Sebastião Araújo |
Figura 3. Cultivar BRS Pitanga. |
Em dez ensaios de VCU, conduzidos nas safras da seca e de inverno em Goiás e no Distrito Federal, a linhagem CNFR 7866 apresentou a mesma média de rendimento de grãos das testemunhas.
Cultivar de tipo comercial de grão roxo indicada para as safras da seca e de outono/inverno em Goiás e no Distrito Federal; para as águas em São Paulo; para a época de plantio da seca em Mato Grosso do Sul; nas épocas de plantio da seca e de inverno em Mato Grosso; e nas épocas de plantio da seca e das águas no Espírito Santo.
Apresenta uniformidade de coloração dos grãos e boas qualidades culinárias. Possui moderada resistência à antracnose e à ferrugem. É resistente ao mosaico-comum e suscetível à mancha-angular, ao crestamento-bacteriano-comum e ao mosaico-dourado. Esse lançamento veio atender à demanda por cultivares de tipo roxinho, com maior resistência à antracnose, porte semiereto e padrão de grão comercial com coloração mais uniforme.
Cultivar Ouro Vermelho
Grupo comercial: outros (vermelho)
Tipo de planta: indeterminado – tipo II
Porte da planta: semiereto
Cor da flor: branca
Ciclo (floração): 38 dias
Ciclo (Colheita): 85 dias
Cor da vagem na maturação: rosa-avermelhado
Cor do grão: vermelho
Brilho do grão: brilhante
Massa de 100 grãos: 25 g
Essa cultivar, oriunda de cruzamentos do primeiro ciclo de seleção recorrente para feijão-vermelho, é fruto do Convênio Melhoramento de Feijão para o Estado de Minas Gerais, no qual participam, diretamente, as seguintes instituições: Universidade Federal de Viçosa (UFV); Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minas Gerais (Epamig); Universidade Federal de Lavras (Ufla); e Embrapa Arroz e Feijão.
Com base nas avaliações realizadas entre 2002 e 2004, a cultivar Ouro Vermelho (Figura 4) apresenta as seguintes vantagens, em relação à cultivar Vermelhinho, muito utilizada pelos agricultores em Minas Gerais: superioridade média de 31% no rendimento de grãos; maior tolerância à mancha-angular e à ferrugem; e melhor arquitetura de planta.
Foto: José Eustáquio de Souza Carneiro |
Figura 4. Cultivar BRS Ouro Vermelho. |
A cultivar de feijão Ouro Vermelho, pela sua ampla adaptabilidade e estabilidade de produção, é uma opção para as áreas de produção de feijão-vermelho no estado de Minas Gerais e veio atender à reivindicação dos produtores de feijão, especialmente os da Zona da Mata.
Cultivar BRSMG Tesouro
Grupo comercial: roxo
Hábito de crescimento: indeterminado – tipo ll
Porte: semiereto
Floração média: 39 dias
Cor da flor: bicolor
Cor da vagem madura: arroxeada
Cor da semente: roxa
Ciclo da emergência à maturação fisiológica: 86 dias
Brilho da semente: opaco
Massa de 100 grãos: 19,9 g
A cultivar BRSMG Tesouro (Figura 5) se originou do cruzamento FEB 163 / AFR 138-3, realizado em 1997 na UFV. A população foi conduzida pelo método bulk, dentro de famílias derivadas de plantas F2, sendo as gerações F2:4 e F2:5 avaliadas na Estação Experimental do Departamento de Fitotecnia da UFV, em Coimbra, MG. Posteriormente, procedeu-se à extração de linhagens dentro das melhores famílias, levando-se em consideração o aspecto comercial dos grãos. Após avaliação da produtividade de grãos por duas safras, as linhagens que se destacaram foram promovidas aos ensaios intermediários e, por fim, uma dessas linhagens, denominada VR-3, passou a compor o ensaio de Valor de Cultivo e Uso (VCU) ciclo 2005/2007.
Foto: Sebastião Araújo |
Figura 5. Cultivar BRSMG Tesouro. |
A cultivar BRSMG Tesouro foi obtida pelo convênio Melhoramento do Feijão para o Estado de Minas Gerais, entre Embrapa Arroz e Feijão, Epamig, Ufla e UFV. A cultivar foi avaliada no âmbito do convênio em 26 ambientes (locais e safras) de Minas Gerais, apresentando resistência às raças 81, 89 e 453 de antracnose e foi recomendada para cultivo no estado.