Clorofilômetro

Conteúdo atualizado em: 29/07/2023

Autor

Pedro Marques da Silveira - Embrapa Arroz e Feijão

 

Uso do clorofilômetro na quantificação da adubação nitrogenada em cobertura

 

A adubação nitrogenada em cobertura é uma prática cultural comumente utilizada no cultivo do feijão-comum. No campo, essa adubação é quantificada pelos produtores por meio da análise visual da lavoura, de modo empírico, ou com base em recomendação tradicional da propriedade. Isso porque praticamente não houve avanço técnico na recomendação desse nutriente, como nos demais. Quando a adubação nitrogenada não é adequada, ocorre redução da produtividade de grãos e/ou aumento dos custos de produção.

O medidor portátil de clorofila (Figura 1), que proporciona leituras instantâneas de uma maneira não destrutiva de folhas, é uma alternativa prática de indicação do nível de nitrogênio (N) na planta. A leitura efetuada pelo clorofilômetro corresponde ao teor de clorofila presente na folha.

Vários fatores, além da disponibilidade de N, como idade, teor de água na planta, cultivar, disponibilidade de outros nutrientes, estresse ambiental e fatores bióticos, podem afetar as medições de intensidade da cor verde da folha pelo medidor de clorofila. Assim, para minimizar a influência desses fatores, tem sido recomendado um método de normalização das leituras do clorofilômetro para cada área de plantio, cultivar, estádio de desenvolvimento, condição edafoclimática e prática de manejo. Uma forma de normalizar as leituras é pela determinação do Índice de Suficiência de Nitrogênio (ISN), que é obtido pela média das leituras do clorofilômetro em amostras de uma área a ser adubada com N, dividida pela média das leituras em uma área referência (AR), por sua vez, previamente adubada com N. A AR deve receber uma dose elevada de N para permitir a concentração máxima de clorofila na folha.

Na cultura do feijão-comum, o valor que tem sido utilizado como ISN é igual a 95%. Assim, quando o ISN da amostra situar-se abaixo de 95%, recomenda-se a adubação nitrogenada.

A metodologia para uso em campo do clorofilômetro na quantificação do N a ser aplicado envolve três passos: 1) criação da AR na lavoura, que são parcelas de 30 m2 que recebem alta dose de N (150 kg/ha) entre os 10–12 dias de idade (estádio V3); 2) leitura com a clorofilômetro em plantas da AR e em plantas a serem adubadas (ASA) aos 25–27 dias de idade (estádio V4); e 3) determinação do ISN pela relação: ISN = (ASA/AR) x 100 e aplicação imediata de N se o ISN obtido for menor que 95%. Aplica-se 15 kg/ha de N para cada 1 ponto percentual de ISN menor que 95%.

Na adubação de plantio, deve-se aplicar cerca de 20 kg/ha de N. A leitura com o clorofilômetro deve ser feita no primeiro trifólio do feijoeiro. No visor do clorofilômetro, é mostrado um valor denominado pela empresa fabricante do aparelho como Soil Plant Analysis Development (SPAD).

Foto: Pedro Marques da Silveira
Figura 1. Medidor portátil de clorofila (clorofilômetro).