Controle cultural

É a utilização de práticas adequadas de manejo da cultura do feijoeiro para minimizar os problemas com as plantas daninhas. De maneira geral, o manejo cultural busca prover um ambiente para que a cultura do feijoeiro possa expressar o máximo potencial de desenvolvimento e, assim, poder competir com as plantas daninhas. Então, uma adequada fertilidade do solo, plantas bem nutridas e sadias, bem como época adequada de plantio, são premissas básicas para o sucesso desse método de controle.

A rotação de cultura é praticada como meio de prevenir o surgimento de altas populações de algumas plantas daninhas mais adaptáveis a uma determinada cultura, pois quebra-se o ciclo de desenvolvimento tanto por competitividade com outras culturas, quanto pela utilização de princípios ativos de diferentes herbicidas. A escolha da cultura a ser incluída em sistema de rotação deve levar em consideração a espécie daninha que seja problemática para a cultura do feijoeiro, mas de fácil controle na cultura escolhida.

Outra prática cultural importante para o manejo de plantas daninhas é a semeadura direta (Figura 1). A cobertura morta proporcionada por esse sistema de cultivo, desde que manejada de forma adequada, é componente chave para redução de novas infestações, pois contribui para menor emergência de plantas daninhas da área e redução do banco de sementes. Manter o solo coberto durante a maior parte do ano é uma das premissas básicas do plantio direto. Quando a cultura de cobertura é bem conduzida, essa serve de barreira física e evita novas reinfestações. O uso de Brachiaria ruziziensis ou milheto, na entressafra, são bons exemplos de culturas de cobertura para evitar a germinação de diversas espécies de plantas daninhas na área, além de trazer outros benefícios como a ciclagem de nutrientes, evitar a perda de água, diminuir as variações bruscas de temperatura da superfície do solo e favorecer o aumento da matéria orgânica.

Foto: Mábio Chrisley Lacerda

Figura 1. Controle cultural com as práticas de rotação de culturas e semeadura direta, com o detalhe da manutenção de palha sobre o solo.

A correta escolha do espaçamento entre linhas e da densidade de plantio das cultivares também são boas práticas de controle, de modo que o dossel das plantas de feijão possa causar a interceptação da luz e desfavorecer a quantidade de radiação solar que incide sobre o solo. Com isso, há menor germinação do banco de sementes de plantas daninhas, além de redução no desenvolvimento daquelas plantas daninhas que ficaram sob o dossel (Figura 2).

Foto: Mábio Chrisley Lacerda

Figura 2. Baixa incidência de plantas daninhas sob o dossel da cultura do feijão.