Feijão
Controle químico
Autor
Mábio Chrisley Lacerda - Embrapa Arroz e Feijão
Controle químico
O controle químico pelo emprego de herbicidas é um dos métodos mais utilizados para o controle de plantas daninhas na cultura do feijão, devido à maior praticidade e eficiência. Na prática, muito comumente as plantas daninhas são divididas em dois principais grupos: as monocotiledôneas, conhecidas como plantas daninhas de folhas estreitas (poáceas e ciperáceas) e as dicotiledôneas, conhecidas como folhas largas. Todas elas podem ser controladas quimicamente com herbicidas aplicados em pré ou pós-emergência. Para a escolha do herbicida, devem-se considerar a finalidade da aplicação, as espécies infestantes na área, a época em que se pretende fazer as aplicações, as características físico-químicas do solo, o tipo de preparo de solo, a disponibilidade do produto no mercado e o custo.
Os herbicidas podem ser aplicados nas seguintes modalidades:
- Em pré-plantio (PRE), quando aplicado antes da semeadura do feijão. Muito utilizado para dessecar a área para o plantio direto.
- Em pré-emergência (PE), quando aplicado após a semeadura e antes da emergência do feijoeiro. Nessa modalidade de aplicação, alguns cuidados devem ser tomados principalmente quanto à quantidade de água no solo. O solo deve estar úmido, porém não encharcado. Por se tratar de um herbicida de posição, podem ocorrer problemas de fitotoxidez, caso ocorram chuvas ou irrigações intensas após a aplicação desses herbicidas.
- Em pós-emergência (POS), realizado com os herbicidas seletivos para o feijoeiro e aplicados após a emergência da cultura e das plantas daninhas. Esses herbicidas seletivos podem ser aplicados em área total. Para aumentar a eficiência de controle, recomenda-se aplicar os herbicidas em POS quando as plantas daninhas se encontram nos estágios iniciais de desenvolvimento.
A eficácia dos herbicidas no controle de plantas daninhas na cultura do feijão está diretamente associada à aplicação correta do produto no alvo. A regulagem apropriada dos equipamentos de pulverização, o treinamento dos aplicadores e o uso dos produtos de acordo com as recomendações da bula são requisitos para o sucesso dessa modalidade de controle.
Um dos aspectos que deve ser levado em consideração quanto ao uso de herbicidas é a resistência de plantas daninhas a esses produtos. O manejo da resistência deve ser colocado em prática quando se faz a utilização de controle químico de plantas daninhas. Quando se utiliza um mesmo produto (mesmo ingrediente ativo e mesmo modo de ação) repetidamente, por vários ciclos consecutivos, aumenta-se a pressão de seleção sobre as plantas daninhas e, consequentemente, podem surgir plantas daninhas resistentes a esse produto. A resistência de plantas daninhas a herbicidas é a capacidade natural e herdável de sobreviver e se reproduzir após a exposição à dose desse herbicida, que seria letal a uma população normal (suscetível) da mesma espécie. Dessa maneira, recomenda-se a rotação de herbicidas com mecanismos de ação diferentes. Além disso, deve ser dada prioridade para sistemas de rotação de culturas associados à cobertura do solo durante o ano todo.
O ideal é a utilização do controle químico apenas como auxiliar aos demais métodos de controle citados anteriormente, como parte de um manejo integrado, quando um método de controle complementa o outro de forma a minimizar as perdas provenientes de infestações de plantas daninhas.