Feijão
Semeadura
Autor
José Geraldo Da Silva - Embrapa Arroz e Feijão
O sucesso de uma lavoura depende das condições que são oferecidas às plantas para elas expressarem seu potencial produtivo. A escolha da área, a qualidade das sementes e a operação de semeadura, especialmente no que se refere à época, à profundidade em que as sementes são colocadas no sulco de plantio, ao espaçamento entre fileiras e ao número de sementes por metro, são fatores bastante importantes que devem ser levados em consideração.
Basicamente o feijão é cultivado em três períodos: 1) águas, nos meses de setembro a novembro; 2) seca, de janeiro a março; e 3) outono-inverno, de maio a junho. No plantio de outono-inverno, que só pode ser conduzido em regiões onde o inverno é ameno, sem ocorrência de geadas, como em algumas áreas de São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Distrito Federal, há necessidade de se irrigar a lavoura. Também na época da seca, nem sempre as chuvas são suficientes durante todo o ciclo da cultura, sendo conveniente, nesse caso, suplementar com irrigação.
A profundidade de semeadura pode variar conforme o solo. Em geral, recomenda-se de 3 cm a 4 cm para solos argilosos e de 4 cm a 6 cm para solos arenosos.
A semeadora adubadora deve estar equipada com mecanismos sulcadores apropriados para cortar a palha sobre o terreno e para semear e adubar no sulco de plantio em profundidades recomendadas. Geralmente, o sulcador adubador de haste, em relação ao sulcador de discos, penetra mais no solo e aduba mais profundamente, o que muitas vezes traz benefícios ao feijoeiro. As semeadoras de feijão de disco horizontal e as de disco pneumático para distribuição de sementes, normalmente, produzem resultados similares quando reguladas e operadas de forma adequada, principalmente com velocidade inferior a 6 km/h.
A densidade de plantio, ou o número de plantas por unidade de área, é resultado da combinação do espaçamento entre fileiras de plantas e do número de plantas por metro. Espaçamentos de 40 cm a 50 cm entre fileiras de plantas e com 10 a 15 plantas por metro, proporcionam as melhores produtividades.
O gasto de sementes varia em função do espaçamento entre fileiras, do número desejado de plantas por metro, da massa das sementes e do poder germinativo. Considerando-se esses fatores, o gasto de sementes por hectare varia de 60 kg a 80 kg.