Insumos

Conteúdo atualizado em: 16/02/2022

Autores

Ayice Chaves Silva - Embrapa Algodão

Nair Helena Castro Arriel - Embrapa Algodão

Alderi Emídio de Araújo - Embrapa Algodão

José Janduí Soares - Embrapa Algodão

Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão - In memoriam

Paulo de Tarso Firmino

Vicente de Paula Queiroga - Embrapa Algodão

 

A semente é o principal insumo, e sua escolha é um fator determinante para o êxito de qualquer cultura, pois ela determina o potencial produtivo da futura planta, e esse potencial pode ser influenciado conforme as condições de cultivo às quais a semente será submetida.

 

Foto: Nair Helena de C. Arriel Figura 1. Diferente coloração de sementes de gergelim.

 

Recomenda-se a utilização de semente fiscalizada ou comercial, que é produzida dentro de rigorosos padrões de qualidade, capazes de garantir ao produtor um melhor desempenho de sua cultura, ampliando os benefícios de outros insumos, como fertilizantes e defensivos, e as boas condições oferecidas pelo solo, pela água, pelo ar e pela luz, e permitindo à cultura expressar todo o seu potencial de produção. A semente de gergelim deverá ter uma pureza de cerca de 98% e uma taxa mínima de germinação de 80%.

 

 Foto: Nair Helena de C. Arriel Figura 2. Sementes de gergelim. 

 

Na falta de semente fiscalizada, o produtor deverá produzir sua própria semente, devendo seguir as recomendações mínimas a seguir:

 

Escolha do local - o local deverá ter solo leve, tendente a arenoso, fértil e bem drenado.

 

Clima - deverá ser de baixa umidade relativa do ar, baixa precipitação pluviométrica e estação chuvosa definida, pois chuvas na época de colheita prejudicam a qualidade das sementes.

Irrigação - em regiões de clima seco, pode ser utilizada a irrigação por aspersão, porém, em locais úmidos, aconselha-se a irrigação em sulcos, pois a umidade na região das copas das plantas favorece doenças foliares.

Época de plantio - há cultivares de gergelim tardias (130-160 dias), médias (100-120 dias) e precoces (70-90 dias). É recomendado escolher a época de plantio de modo que a colheita ocorra no período seco ou de pouca chuva, para evitar a perda de qualidade da semente.

Escolha da cultivar - recomendam-se as cultivares com ciclo de curto a médio, e com sementes de boa qualidade e de coloração média, que são mais aceitáveis no mercado.

Isolamento - o campo de produção de sementes deverá ser cultivado com isolamento de no mínimo 800 m de outros campos de gergelim, quando não houver barreira vegetal, e de 400 m, quando se fizer o cultivo de barreiras vegetais ao redor do campo, para evitar cruzamentos indesejáveis que prejudicariam a qualidade final da semente.

Limpeza ou “roguing” - essa operação consiste na retirada de plantas que não formam o padrão da cultivar. São as plantas diferentes das demais, que deverão ser arrancadas antes da floração para evitar cruzamentos.

Colheita - a colheita deve ser feita no momento da abertura dos frutos da base da planta, quando as plantas serão cortadas e amarradas em feixes, no caso de colheita manual.

Beneficiamento - batem-se os feixes sobre uma lona, recolhem-se as sementes e, em uma peneira fina, agitam-se as sementes, que são jogadas para cima e recolhidas, para que, em seguida, o vento, vindo de ventiladores ou não, retire as impurezas. Depois do processo de limpeza, o agricultor deverá fazer uma seleção das sementes com melhores aspectos físicos, retirando as impurezas e sementes malformadas.

Embalagem e armazenamento - as sementes poderão ser embaladas em garrafas do tipo PET, que é a forma mais utilizada na agricultura familiar, ou em recipientes hermeticamente fechados como sacos multifoliados e "baggings".

O adubo ou fertilizante tem a função de fornecer às plantas nutrientes necessários ao seu bom desenvolvimento. O uso de fertilizantes é indicado quando algum nutriente encontra-se em escassez no solo ou em forma não assimilável pelas plantas. São fontes ou suplementos de elementos químicos, como nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, cálcio, cobre e outros elementos indispensáveis para o bom desenvolvimento da planta.

Fertilizantes orgânicos além de terem, em sua composição, os elementos necessários para o bom desenvolvimento das plantas, os adubos orgânicos melhoram a qualidade do solo e aumentam a capacidade de retenção de água, além de conterem micro-organismos responsáveis pela reciclagem natural de nutrientes. Sua composição é bastante variada e depende do material que deu origem ao substrato orgânico que os compõe.

Os fertilizantes minerais são materiais extraídos de jazidas ou fabricados por meio de complexos sistemas industriais, e têm por função fornecer nutrientes às plantas, compensando o esgotamento ou a escassez natural destes no solo. Os principais elementos minerais fornecidos às plantas por meio da adubação são os grandes elementos (macronutrientes): nitrogênio (N), potássio (K), fósforo (P), enxofre (S), cálcio (Ca) e magnésio (Mg). Os fertilizantes são encontrados no mercado em forma comercial, sendo os mais comuns os fertilizantes nitrogenados (fonte de nitrogênio), os fosfatados (fonte de fósforo) e os potássicos (fonte de potássio).

Corretivos são insumos utilizados na agricultura com o propósito de reduzir a acidez dos solos e neutralizar a ação tóxica do alumínio, tornando-o não absorvível pelas plantas, além de fornecer os nutrientes cálcio e magnésio, essenciais para o desenvolvimento dos vegetais. Os principais corretivos são o calcário calcítico, o calcário dolomítico, o calcário magnesiano, a cal virgem agrícola, a cal hidratada agrícola, as escórias e o calcário calcinado agrícola. Utiliza-se também o gesso agrícola em solos de cerrado, em complemento à aplicação de calcário e, em solos salinos, para reduzir a salinidade destes. A eficiência dos corretivos é medida pela sua granulometria e pela sua composição, que está associada ao grau de moagem e ao seu poder de neutralização, definido como poder relativo de neutralização total (PRNT), cujo valor, em um bom corretivo, deve ser da ordem de 80% a 90%.