Plantio

Conteúdo atualizado em: 23/02/2022

Autores

Alderi Emídio de Araújo - Embrapa Algodão

José Janduí Soares - Embrapa Algodão

Nair Helena Castro Arriel - Embrapa Algodão

Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão - In memoriam

Vicente de Paula Queiroga - Embrapa Algodão

Paulo de Tarso Firmino

 

O sistema de plantio do gergelim pode ser manual ou mecanizado, dependendo do tamanho da área e do nível tecnológico da lavoura. A quantidade de sementes por hectare pode variar de 1,5 kg a 3,5 kg, de acordo com o espaçamento e a densidade de plantio.

 

Foto: Nair Helena de C. Arriel Figura 1. Espaçamento após desbaste.

 

A semeadura deve ser feita em sulcos rasos contínuos ou em covas rasas, à profundidade de 2 cm. Pode ser manual (com a ponta dos dedos), distribuindo-se em torno de 30 sementes/m, ou com semeadora manual, feita com uma lata de 1 L ou similar, acoplada a uma haste de madeira, com um furo no fundo, ajustado para liberar de 6 a 10 sementes por cova, de modo a gastar, em média, 3 kg de sementes por hectar

 

Foto: Tarcísio Marcos de Sousa Gondim Figura 2. Semeadura realizada com a semeadora manual para o plantio em covas.

 

Existe, também, uma semeadora simples para o plantio em sulcos, que foi desenvolvida por produtores e oferece maior agilidade e precisão na distribuição das sementes. Ela é baseada em equipamentos adaptados, que dispõem de mecanismos para abrir o sulco, distribuir as sementes e fazer o aterramento. Nesse sistema, gastam-se, em média, 2 kg de sementes por hectare.

 

Foto: Nair Helena de Castro Arriel Figura 3. Semeadora simples para plantio de gergelim em covas. 

 

Para determinar a época de semeadura, deve-se levar em conta o ciclo da cultivar e do período chuvoso da região, a fim de que a fase de colheita/secagem ocorra na estação seca. A incidência de chuvas sobre as cápsulas abertas promove o enegrecimento das sementes.

Nos estados do Nordeste, recomenda-se o plantio após a definição da estação chuvosa, quando ocorrem precipitações de pelo menos 40 mm a 50 mm, que possibilitam o preparo do solo e o estabelecimento inicial das plântulas. Nas demais regiões do Brasil, especialmente no Centro-Oeste e no Sudeste, onde o período chuvoso é bem definido, o gergelim pode ser usado como primeira ou como segunda cultura, conforme o interesse do produtor.

Para que a semeadura mecanizada seja feita, podem-se usar máquinas de plantio destinadas a sementes pequenas, como a cenoura, ou pode-se adaptar o disco cego, que normalmente vem com as máquinas, fazendo-se 8 furos de 3/16 polegadas e calibrando-se a saída de 4 a 8 sementes.

 

Foto: Nair Helena de C. Arriel Figura 4. Plantio mecanizado.

 

Foto: Tarcísio Marcos de S. Gondim Figura 5. Plantio de sementes de gergelim em uma plantadeira adaptada.

No plantio de cultivares ramificadas, recomenda-se um espaçamento de 0,80 m a 1,0 m entre as fileiras e de 0,20 m entre as plantas. Para cultivares não ramificadas, recomenda-se usar um espaçamento de 0,60 m a 0,70 m entre as fileiras, com 0,10 m entre as plantas. Para ser feita a configuração de plantio em fileiras duplas, recomenda-se o espaçamento de 1,70 m entre as fileiras duplas, de 0,30 m dentro da fileira e de 0,10 m entre as plantas.

Como o gergelim apresenta uma semente muito pequena e leve, normalmente se gastam mais sementes que o necessário. Para que a população de plantas satisfaça as recomendações de espaçamento e de densidade de plantio, que gira em torno de 100 mil plantas/ha, é necessário fazer o raleamento ou desbaste, deixando as plantas mais vigorosas e retirando as excedentes. O desbaste deve ser realizado em solo úmido e em duas etapas: inicialmente, quando as plantas estiverem com 4 folhas, deixam-se 20 plantas por metro, e, quando as plantas alcançarem cerca de 12 cm a 15 cm de altura, deixam-se 2 plantas por cova ou de 8 a 10 plantas por metro linear. Para as cultivares não ramificadas, deixam-se de 12 a 15 plantas por metro linear.

Foto: Nair Helena de C. Arriel Figura 6. Operação de desbaste de plantas de gergelim.