Gergelim
Pragas e doenças
Autores
José Janduí Soares - Embrapa Algodão
Paulo de Tarso Firmino
Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão - In memoriam
Alderi Emídio de Araújo - Embrapa Algodão
Nair Helena Castro Arriel - Embrapa Algodão
Pragas
As principais pragas do gergelim são: lagarta-enroladeira, pulgão, mosca-branca, cigarrinha-verde, vaquinha-amarela e saúvas.
Lagarta-enroladeira (Antigastra catalaunalis) – é a principal praga da cultura, e exige um controle sistemático em grandes lavouras ou em áreas tradicionais de cultivo. Pode atacar o cultivo do décimo quinto dia de emergência das plântulas até o amadurecimento das cápsulas. No estágio inicial do ataque, ocorre o atrofiamento de ramos e folha.
Foto: Marenilson B. da Silva Figura 1. Lagarta enroladeira de folha. |
| Foto: Marenilson B. da Silva Figura 2. Inseto adulto.
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Foto: Lúcia Helena A. Araújo Figura 3. Danos ocasionados pela lagarta enroladeira no ápice da planta. | Foto: Lúcia Helena A. Araújo Figura 4. Danos ocasionados pela lagarta enroladeira na cápsula da planta. |
Pulgão (Aphis sp.) – ocorre em cultivos irrigados. O ataque inicial é feito em reboleiras. Os pulgões formam colônias na face inferior das folhas, que se tornam brilhosas por causa da excreção da “mela”, proveniente da sucção do açúcar, que serve de substrato para o desenvolvimento da fumagina, a qual impede a fotossíntese. Os pulgões são transmissores de viroses. Para seu controle, recomenda-se o uso de inseticidas sistêmicos, estritamente necessário para não eliminar a população de inimigos naturais.
Foto: Sérgio Cobel Figura 5. Colônia de pulgões em folhas de gergelim. | Foto: Sérgio Cobel Figura 6. Colônia de pulgões em folhas de gergelim. |
Mosca-branca (Bemisia argentifolii) – Tanto o inseto adulto como as ninfas que se estabelecem em colônias na face inferior das folhas causam danos à planta. Altas infestações da praga definham a planta, provocando a “mela”, e também ocasionando o aparecimento da fumagina. Os adultos são transmissores de viroses causadas pelo vírus Nicotiana 10. Para seu controle, é preciso eliminar as plantas daninhas, fazer barreiras com milho ou sorgo forrageiro e usar inseticidas para adultos e ninfas, com detergentes neutros (160 mL/20 L de água), óleos (de 0,5% a 0,8%) ou sabões para redução do número de ninfas, em pulverizações dirigidas à parte inferior da folha. Não se deve repetir o mesmo princípio ativo, nem usar misturas de produtos, pois essa prática promove a resistência ao inseticida. Vários inimigos naturais têm sido associados ao complexo de espécies de mosca-branca, como os dos gêneros Chrysoperla, Hippodamia, Coleomegilla e Cycloneda.
Foto: Tarcísio Marcos de S. Gondim Figura 7. Planta de gergelim atacada pela mosca-branca (Bemisia tabaci/ B. Argentifolii), na fase adulta. |
Cigarrinha-verde (Empoasca sp.) – ao sugar a seiva, esse inseto inocula na planta uma toxina que compromete o desenvolvimento e a produção da planta. As plantas atacadas apresentam folhas de coloração verde-amarelado, com bordas enroladas para baixo, e ramos tenros e estiolados. A cigarrinha-verde é transmissora de viroses e da filoidia do gergelim, especialmente quando existem lavouras de feijão macassar e de malváceas (guaxumas e vassourinhas) infectadas com viroses em áreas próximas às do plantio. O controle químico é feito por meio de inseticidas sistêmicos à base de demeton-metílico, thiometon ou pirimicarb.
Foto: Nair Helena de Castro ArielFigura 8. Danos causados pela cigarrinha-verde. | Foto: Nair Helena de Castro ArielFigura 9. Cigarrinha-verde na fase adulta. |
Saúva (Atta spp.) – corta folhas e ramos tenros, podendo destruir completamente as plantas na sua fase inicial de desenvolvimento. O controle químico por meio de iscas tóxicas granuladas é muito utilizado, mas deve ser evitado em dias chuvosos e em solos úmidos. As iscas devem ser distribuídas em porções ou dentro de porta-iscas, ao lado dos carreiros ativos. É importante que se efetue uma vistoria frequente na área. Ressalta-se que o gergelim é conhecido tradicionalmente pelo controle de formigas-cortadeiras. Esse efeito vem sendo estudado na Universidade de São Carlos, onde se constatou que a sesamina contida na semente de gergelim atua contra os fungos que servem de alimento para as formigas. Há mais de dez anos, trabalhos de pesquisa vêm sendo conduzidos pelo professor João Batista Fernandes, do Departamento de Química daquela universidade, a fim de obter um inseticida e fungicida natural a partir do extrato extraído de folhas e de sementes de gergelim, de mamona e de plantas cítricas para o controle da formiga-cortadeira.
Foto: Ísaias AlvesFigura 10. Danos provocados por formiga-cortadeira (saúva) em gergelim. | Foto: José Ednilson Miranda Figura 11. Detalhe de formiga saúva cortando folha de gergelim. |
Doenças
Foto: Eleusio C. Freire Figura 1. Sintomas de Filoidia em gergelim. | Foto: Nair Helena de C. Arriel Figura 2. Planta de gergelim com Filoidia. |
Murcha-de-fusário (Fusarium oxysporium) – os sintomas dessa doença caracterizam-se por flacidez e murcha da planta que, posteriormente, seca e morre. Fazendo-se um corte transversal no caule, pode-se observar o enegrecimento dos tecidos do sistema vascular. Esse fungo sobrevive no solo na forma de esporos, vivendo saprofiticamente em restos de cultura. Sua disseminação é feita por partículas do solo e por gotas de água (da chuva e de irrigação). Sementes sadias, rotação de culturas, eliminação de restos de culturas, e cultivares resistentes devem ser usados como medidas de controle.