Mamona
Relações com o solo
Autores
Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão - In memoriam
José Félix de Brito Neto
A mamoneira desenvolve-se e produz bem em vários tipos de solo, com exceção daqueles de textura muito argilosa, que apresentam deficiência de drenagem. Solos profundos, com boa drenagem, de textura franca e bem balanceado quanto aos aspectos nutricionais, favorecem o seu desenvolvimento. O sistema radicular da mamoneira tem capacidade de explorar as camadas mais profundas do solo, que normalmente não são atingidas por outras culturas anuais, como soja, milho e feijão, promovendo o aumento da aeração e da capacidade de retenção e distribuição da água no solo.
A mamoneira é exigente em fertilidade, devendo ser cultivada em solos com fertilidade média a alta, porém, solos com fertilidade muito elevada favorecem o crescimento vegetativo excessivo, prolongando o ciclo e expandindo, consideravelmente, o período de floração. Tanto solos ácidos como alcalinos têm efeito negativo no crescimento e desenvolvimento das plantas. A cultura prefere solos com pH entre 5 e 6,5, produzindo em solos de pH até 8,0.
Por ser uma espécie que, durante os estágios iniciais de desenvolvimento, expõe o solo ao impacto das gotas de chuva, seu cultivo deve ser feito em áreas onde a declividade seja inferior a 12%, obedecendo as técnicas de conservação do solo. O solo para plantio de mamona deve ser bem drenado, pois a planta é extremamente sensível ao encharcamento, mesmo que temporário.
Cerca de três dias sob encharcamento pode provocar morte das plantas. Solos com alta salinidade também são pouco recomendados, pois a presença de alta concentração de sais pode prejudicar o crescimento da planta. O cultivo da mamoneira em solo impróprio pode constituir sério fator de degradação dos solos de uma região, pois, graças a essa cultura apresentar um baixo índice de área foliar, deixa o solo mais susceptível ao impacto das gotas de chuva.