Mamona
Colheita
Autores
Odilon Reny Ribeiro Ferreira da Silva - Embrapa Algodão
Máira Milani - Embrapa Algodão
Uma das principais características da mamoneira relacionada à colheita é o nível de deiscência dos frutos. A colheita de variedades deiscentes é uma das operações mais dispendiosas e que mais consome mão de obra, em virtude da necessidade de se repetir o processo de colheita 5 a 6 vezes durante o ano.
Nas cultivares de frutos indeiscentes, a operação de colheita pode ser feita em uma única vez, quando todos os cachos da planta atingirem a maturidade fisiológica. Neste estádio de desenvolvimento, a semente apresenta o máximo vigor, teor de óleo e poder germinativo.
Variedade deiscente é aquela que os frutos se abrem na própria planta quando atingem a maturação. Semideiscente é aquela que os frutos se abrem quando os frutos são colhidos e expostos ao sol ou quando expostos a altas temperaturas e/ou baixa umidade quando maduros na própria planta. Variedade indeiscente é aquela em que os frutos só abrem sobre pressão mecânica, em máquinas ou manualmente.
Quando colher
Variedades deiscentes: colher quando 70% dos frutos do racemo estiverem secos, completando-se a secagem no terreiro ou em secadores mecânicos. A colheita quando a maioria dos frutos ainda está verde diminui o conteúdo e a qualidade do óleo.
Variedades indeiscentes: esperar o amadurecimento total da lavoura para se proceder a uma só colheita.
Colheita manual
É indicada para pequenas e médias propriedades, onde a mão de obra disponível deve ser abundante; consiste em cortar os cachos pela base, utilizando-se faca, canivete, tesoura de poda (Figura 1) ou podão. Os cachos colhidos são depositados em jacás, cestos, caixas, sacolas (Figura 2), carroças ou reboques e transportados para o local de secagem (terreiro ou secador). Quando a produção é grande, recomenda-se efetuar, na lavoura, o desprendimento dos frutos, para evitar o transporte dos talos, os quais representam 10% do peso do cacho.
Foto: Liv S. SeverinoFigura 1. Colheita da mamona com uso da tesoura de poda. | Foto: Liv S. SeverinoFigura 2. Transporte dos cachos colhidos em "sacola|" improvisada com saco de ráfia. |
Colheita mecânica
Indicada para variedades com porte anão, indeiscentes, com plantas de arquitetura compacta e perda parcial das folhas.
Secagem
A secagem dos frutos após a colheita pode ser natural ou artificial. A natural é recomendada para pequenas produções e é feita expondo-se os frutos ao sol, após o seu desprendimento do cacho, em terreiros de chão batido (Figura 3), cimentado ou de alvenaria (Figura 4), colocados em camadas finas e uniformes de 5 cm a 10 cm de espessura por um período de 4 a 15 dias, dependendo da temperatura, umidade do ar e insolação. Durante o dia, recomenda-se fazer o revolvimento várias vezes, para uniformizar a secagem e, à tardinha, antes do sol esfriar, amontoá-los e cobri-los com lona plástica para evitar a umidade da noite. O mesmo procedimento deve ser adotado se houver ameaça de chuva. Para o dimensionamento do terreiro, deve-se considerar uma área de aproximadamente 200 m2 para a secagem da produção de 1 ha de mamona. A secagem artificial é recomendada para produções em áreas superiores a 50 ha e consiste na utilização de secador mecânico para a retirada da umidade dos frutos. A temperatura ideal de secagem é de 50 oC a 55 oC. Para ambos os sistemas de secagem, a umidade ideal dos frutos é de 10%, quando acontece a deiscência das cápsulas.
Foto: Odilon R. R. F. da SilvaFigura 3. Exposição de cachos ao sol: chão batido. | Foto: Odilon R. R. F. da SilvaFigura 4. Exposição de cachos ao sol: alvenaria.---- |