Mancha angular
Autor
Selma Cavalcanti Cruz de Holanda Tavares - Embrapa Solos
Em frutos, a mancha angular, causada pela bactéria Xanthomonas campestris pv. Mangiferai indica, caracteriza-se por lesões circulares, de coloração verde-escuro, a partir das quais podem ocorrer rachaduras quando o fruto se desenvolve. Quando a parte atacada é o pedúnculo, o fruto mumifica e murcha.
Nas folhas, pode-se observar o aparecimento de pequenos pontos encharcados de coloração castanha, rodeados por um halo de cor verde claro amarelado. Com a evolução da doença, as lesões se desenvolvem, escurecem e assumem formas angulares ao tocarem as nervuras. Em seguida, o tecido do centro das lesões cai, deixando as folhas com vários orifícios.
Nas áreas irrigadas do Semi-Árido brasileiro, os sintomas da mancha angular podem ser confundidos com os da mosquinha da panícula Erosomya mangiferae. Porém, os sintomas causados pela bactéria diferenciam-se pelo halo clorótico. No Vale do São Francisco, a doença acontece principalmente em folhas de brotações jovens e raramente em frutos, no primeiro semestre do ano, quando se tem um aumento da umidade relativa do ar, num período curto de fevereiro a abril. Contudo, pode, em condições atípicas, ocorrer fora deste.
Foto: Embrapa Semi-Árido.
Fig. 1. Mancha angular em folhas e em frutos.
Acompanhando as áreas de produção, a Embrapa Semi-Árido tem orientado aos mangicultores da região realizar uma pulverização quando os primeiros sintomas aparecerem e na época que precede as chuvas, com Kasugamicina + Oxicloreto de Cobre + Adesivo, nas concentrações do rótulo para fruteiras. Recomenda-se, ainda, o arejamento do pomar.
Quando a doença encontra-se estabelecida no pomar, a orientação é fazer uma poda leve de limpeza dos ramos vegetativos novos e infectados, pincelar as áreas podadas na planta, eliminar o material podado, desinfecção da tesoura de poda com hipoclorito de sódio mais água corrente, na proporção de 1:3, e pulverizar com os produtos anteriormente citados.