Mancha de alternaria

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autor

Selma Cavalcanti Cruz de Holanda Tavares - Embrapa Solos

 

Nas condições do Vale do São Francisco, os sintomas da mancha de alternaria, causada por Alternaria alternata e A. solani, em folhas, são caracterizados por secamento das bordas, contornado por uma linha não muito definida e evoluindo para o centro. Com os frutos ainda em campo, não se constata a presença do fungo, porém existe suspeita de seus sintomas na pós-colheita. Análises em laboratório não nos permitiu o diagnóstico em frutos de infecção latente. Os sintomas são as manchas concêntricas pequenas ou coalescidas de forma mais ou menos circular na lateral da superfície, com centros escuros e bordas difusas, exteriorizado-se somente após a colheita.

A sintomatologia da mancha de alternaria em manga causada por A. alternata é semelhante à causada por A. solani, o que dificulta uma diagnose precisa da doença no campo, em termos de espécie.

 

Foto: Embrapa Semi-Árido.

Figura 1. Sintoma de mancha de alternária em fruto e de queima em folha. 

 

Na literatura existem poucas informações sobre o controle da mancha de alternaria na cultura da mangueira. Porém, existem relatos que indicam que a combinação do tratamento com água quente em pulverização associada ao fungicida prochloraz (900 mg/ mL) foi mais eficiente que o tratamento hidrotérmico convencional, com água quente a 55oC por 5 minutos.

Tratamento químico na pré colheita também reduz em 37% as infeções latentes causadas por A. alternata no armazenamento.

Entre os fungicidas usados no controle de A. alternata, há eficiência de Iprodione (50 g i.a./100 L), Prochloraz (11,5 g i.a./100 L) e Flusilazol+mancozeb (2+160 g i.a./100 L), sendo estes mais eficientes na variedade Tommy Atkins, do que na Keitt.

No Vale do São Francisco, em vistas a freqüência de ocorrência, porém ainda em pequenos focos, tem-se orientado as seguintes medidas de controle:

  • Moderação em todo o manejo de indução floral, como, por exemplo, redução do período de dias de estresse hídrico.
  • Poda de limpeza na copa da planta infectada, retirando ramos danificados ou com gemas em estresse.
  • Retirada de todas as folhas com sintoma, colhendo-as em um saco para posterior queima.
  • Pincelamento de todas as áreas de ferimento das podas com um fungicida sistêmico registrado para a cultura mais um produto adesivo.
  • Pulverização da planta.