Lepidópteros

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autor

Flávia Rabelo Barbosa - Consultora autônoma

 

Várias lagartas podem danificar folhas da mangueira. A mais comum é Megalopyge lanata (Lepidoptera:Megalopygidae), conhecida como lagarta de fogo, lagarta cabeluda, taturana ou sassurana. É uma espécie polífaga e de ampla distribuição geográfica. Dependendo do seu estádio de desenvolvimento, ataca as folhas raspando ou cortando o limbo foliar. No Vale do São Francisco, é rara a ocorrência de M. lanata, sendo mais comum o ataque de Eacles imperialis magnifica, que destrói o limbo foliar, podendo desfolhar completamente as plantas.

 

Foto: Cherre Sade.

Figura 1. Larva de Eacles imperialis magnifica. 

 

 

Foto: Cherre Sade.

Figura 2. Adulto de Eacles imperialis magnifica. 

 

As lagartas Pleuroprucha asthenaria (Lepidoptera: Geometridae) e Cryptoblabes gnidiella (Lepidoptera: Pyralidae) alimentam-se de pétalas e ovários de flores, resultando no secamento parcial ou total da inflorescência com consequente diminuição da frutificação. Frutos pequenos e o pedúnculo podem, ainda, apresentar a superfície da epiderme danificada pelas larvas, levando à queda ou amadurecimento precoce. A presença destas lagartas é maior em inflorescências compactadas pelo uso do paclobutrazol ou infectadas pelo fungo Fusarium spp., agente da malformação floral, uma vez que possuem ambiente favorável ao ataque da praga.

 

Foto: Cherre Sade.

Figura 3. Larva de Cryptoblabes gnidiella. 

 

Foto: Cherre Sade

Figura 4. Larva de Pleuroprucha asthenaria. 

 

Controle

Para lagarta-de-fogo, recomenda-se, como controle mecânico, a eliminação dos casulos aderidos aos ramos e tronco da planta. Para controle químico, pode-se usar fentiona ou triclorfom.

Para as lagartas da Inflorescência, logo no início da infestação dos microlepidópteros, é necessário que o monitoramento seja iniciado e o controle realizado assim que o nível de ação seja atingido. Do contrário, o controle dessas lagartas será dificultado. Além disso, devido a ocorrência de flores secas decorrentes do ataque das lagartas, há dificuldade na penetração de inseticida, que deverá atingir o interior da inflorescência, onde os insetos ficam abrigados. O controle biológico das lagartas da inflorescência também é possível. C. gnidiella é parasitada pelo microimenóptero Brachymeria pseudoovata e por duas espécies de Ichneumonidae, sendo uma identificada como da subfamília Pimplinae e a outra Campopleginae. Outras medidas de controle incluem: poda e queima de inflorescências com sintomas de malformação, uma vez que a compactação das mesmas favorece a reprodução e desenvolvimento das lagartas; e utilização de feromônio sexual sintético para C. gnidiella; e a descompactação da panícula.

Não há, no Brasil, produto registrado no MAPA para o controle das lagartas da Inflorescência, na mangueira.