Manejo Integrado de Pragas

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

José Magid Waquil

Paulo Afonso Viana - Embrapa Milho e Sorgo

Ivan Cruz - Embrapa Milho e Sorgo

 

A definição de MIP (Manejo Integrado de Pragas) adotada por um painel organizado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) enuncia: "Manejo Integrado de Pragas é o sistema de manejo de pragas que no contexto associa o ambiente e a dinâmica populacional da espécie, utiliza todas as técnicas apropriadas e métodos de forma tão compatível quanto possível e mantém a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar dano econômico."

Os fundamentos, tanto do Controle Integrado como do Manejo Integrado de Pragas, baseiam-se em quatro elementos: na exploração do controle natural, dos níveis de tolerância das plantas aos danos causados pelas pragas, no monitoramento das populações para tomadas de decisão e na biologia e ecologia da cultura e de suas pragas. Estas premissas implicam no conhecimento dos fatores naturais de mortalidade, nas definições das densidades populacionais ou da quantidade de danos causados pelas espécies-alvo equivalentes aos níveis de dano econômico (NDE) e de controle (NC), que fica imediatamente abaixo do NDE. Outra variável importante seria a determinação do nível de equilíbrio (NE) das espécies que habitam o agroecossistema em questão.

Em função da flutuação da densidade da espécie-alvo e de sua posição relativa a esses três níveis (NE, NDE E NC) ao longo do tempo, as espécies podem ser classificadas em pragas-chave (densidade populacional sempre acima do NDE), pragas esporádicas (densidade na lavoura raramente atinge o NDE) e não-pragas (a densidade da espécie em questão nunca atinge o NDE). Mais recentemente, tem sido proposto também o nível de não-controle (NNC), ou seja, a densidade populacional de uma ou mais espécies de inimigos naturais capaz de reduzir a população da espécie-alvo a níveis não econômicos, dispensando, assim, a utilização de medidas de controle.

Monitoramento

O monitoramento é o primeiro passo para se praticar o MIP. Sem monitorar a densidade populacional da espécie-alvo no campo não há como se aplicar os princípios do MIP. Assim, recomenda-se iniciar o monitoramento mesmo antes de se iniciar o plantio. A frequência e o método de amostragem depende da fase de desenvolvimento da cultura e do nível de precisão que se pretende conduzir o manejo. Quanto maiores a frequência e tamanho da amostra, melhor. Entretanto, deve-se considerar também os custos dessas amostragens.

Monitoramento de pragas de solo

Deve-se examinar amostras de solo de 30 cm x 30 cm por 15 cm de profundidade utilizando-se uma peneira e procurando por insetos. Para a larva-arame, medidas de controle devem ser adotadas se dois ou mais insetos forem detectadas por amostra. A média de uma larva por amostra é suficiente para causar dano significativo. Neste caso, a proteção da semente  com inseticida  é uma estratégia que propicia retorno ao agricultor.

Para a simples detecção da presença de insetos no campo, pode-se proceder da seguinte maneira: tomar cerca de 200 g de sementes sem tratamento e enterrar em locais, com identificação, dentro da área a ser cultivada e cobrir com um pedaço de plástico transparente. Alguns dias depois, desenterrar o material e procurar por insetos.

No caso específico de cupins subterrâneos, o exame de restos culturais, como pedaços de colmos ou sabugos de milho da cultura anterior, pode dar um bom indicativo da presença da praga no cultivo seguinte. Uma outra estratégia é enterrar os restos culturais ou mesmo um rolo de papel higiênico (sem cor e perfume) em pontos estratégicos e, após alguns dias, examinar o material visando detectar a presença de insetos.

Monitoramento de pragas de plântulas e de plantas mais desenvolvidas

Considerando a eficiência do tratamento de sementes, se essa prática foi realizada,  o levantamento pode ser iniciado a partir da terceira semana após a semeadura do milho. A detecção de cigarrinhas pode ser feita através de exame direto ou utilizando-se rede entomológica. Para se estimar densidades com maior precisão pode-se usar o método do saco plástico. Neste caso, se em áreas e/ou em condições de risco de incidência de enfezamentos e viroses, recomenda-se fazer o controle quando detectado a presença dos insetos. No entanto, a utilização de cultivares com grau elevado de resistência às doenças transmitidas por insetos é a estratégia principal para se evitar os prejuízos.

Para a lagarta-elasmo e lagarta-rosca, deve-se estimar a incidência contando-se o número de plantas atacadas em 10 m de fileira e adotar medidas de controle em função do nível de dano. Em regiões onde haja histórico de ocorrência dessas pragas, o tratamento de sementes pode ser a melhor estratégia de controle, considerando a severidade das espécies.

Para a broca da cana-de-açúcar, um problema mais recente no milho, é de suma importância a detecção da praga na área, pois muitas vezes os sintomas de ataque só são verificados em plantas mais desenvolvidas, época em que a entrada de medidas convencionais de controle não são eficientes.

Para o controle da lagarta-do-cartucho, pode ser utilizada a amostragem do número de plantas atacadas em cinco pontos ao acaso dentro de uma área de um hectare. Para lavouras com potencial para no mínimo 100 sacos de milho, a presença de 10% de plantas com sintomas iniciais de ataque da praga já indica a necessidade de medidas de controle. Existem recomendações de amostragens sequenciais. Para áreas mais extensas, a utilização de armadilhas contendo feromônio sexual com atraente de mariposas tem sido um método preciso para ajudar na decisão de quando entrar com medidas de controle da praga.

 

Algumas estratégias de manejo

Tratamento de sementes

O tratamento de sementes é uma prática que tem sido largamente difundida nos últimos anos visando o controle de pragas subterrâneas e iniciais da cultura do milho em áreas que apresentam histórico de problemas oriundos de ataques de determinados grupos de insetos (ver sessões de pragas subterrâneas e iniciais). Os danos causados por essas pragas resultam em falhas na lavoura devido à sua alimentação, nas sementes após a semeadura, nas raízes após a germinação, e na parte aérea de plantas recém-emergidas. Tem-se como ponto primordial para se obter alta produtividade na lavoura o estabelecimento de um número ideal de plantas por área para que tal fato se suceda. Em lavoura com baixo estande, a utilização dos demais insumos não contribuirão para que o agricultor obtenha a rentabilidade esperada da lavoura.

No tratamento de sementes, uma quantidade relativamente pequena de ingrediente ativo aplicado sobre as sementes, protegem-nas no solo até a germinação, bem como as raízes e a parte aérea da planta logo após a sua emergência. O seu emprego, muitas vezes, reduz a necessidade de pulverizações de plantas recém-emergidas com inseticidas de custos elevados e que geralmente, na aplicação, não atingem o alvo devido à pequena área foliar das plantas em pós-emergência. Portanto, a prática contribui para reduzir o impacto negativo no ecossistema, uma vez que não afeta diretamente os inimigos naturais que estão se estabelecendo nesta fase de desenvolvimento da cultura.

A técnica ainda apresenta a vantagem de seu uso ser relativamente fácil e em alguns casos, de baixo custo. Atualmente, existe uma variação bastante grande nos preços de inseticidas, na toxicidade e na eficiência no tratamento de sementes. Tem-se observado que determinados grupos de inseticidas possibilitam melhor controle de lagartas (elasmo, lagarta-rosca), outros apresentam melhor desempenho para insetos sugadores (percevejo-castanho, percevejo barriga-verde, percevejo-preto), térmitas (cupins) e, finalmente, larvas de coleópteros (bicho-bolo, larva-arame, larva-alfinete). Para cada caso, a escolha do inseticida deve estar em consonância com os registros no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Tabela 1).

Tabela 1. Inseticidas registrados para o controle de insetos-praga na cultura do milho. 2002

Praga

Ingrediente ativo

Nome comercial

Form.

C.TOX.

Dose (p.c./ha)

Fabricante

Agrotis ipsilon

carbaryl

Carbaryl Fersol 480 SC

SC

II

2,0 - 3,0 l

Fersol

 

 

Carbaryl Fersol Pó 75

DP

III

15,0 - 20,0 kg

Fersol

 

carbofuran

Furadan 350 TS

SC

I

2,0 - 3,0 l/100 kg sem.

FMC

 

 

Ralzer 350 SC

SC

I

2,0 - 3,0 l/100 kg sem.

Fersol

 

terbufos

Counter 150 G

GR

I

13,0 kg

Basf

 

 

Counter 50 G

GR

I

40,0 kg

Basf

 

chlorpyrifos

Lorsban 480 BR

EC

II

1,0 l

Dow AgroSciences

 

 

Vexter

EC

II

1,0 l

Dow AgroSciences

 

cypermethrin

Galgotrin

EC

II

0,06 l

Chemotécnica Sintyal

 

lambdacyhalothrin

Karate Zeon 250 CS

CS

III

0,01 l

Syngenta

 

permethrin

Pounce 384 CE

EC

II

0,01 - 0,013 l

FMC

Astylus variegatus

carbofuran

Furadan 350 TS

SC

I

2,0 - 3,0 l/100 kg

sem.

Cornitermes snyderi

carbofuran

Furadan 350 TS

SC

I

2,0 - 3,0 l/100 kg sem.

FMC

 

 

Furazin 310 TS

SC

I

2,25 l/100 kg sem.

FMC

 

carbosulfan

Marshal TS

SC

II

2,0 - 2,8 l/100 kg sem.

FMC

 

 

Marzinc 250 TS

DS

II

2,0 kg/100 kg sem.

FMC

Daubulus maidis

imidaclorprid

Gaucho FS

SC

IV

0,8 l

Bayer

 

thiomethoxan

Cruiser

DP

III

0,15 - 0,2 kg/100 kg sem.

Syngenta

Deois flavopicta

carbofuran

Diafuran 50

GR

I

20,0 kg

Hokko

 

carbosulfan

Marshal TS

FS

II

2,4 - 2,8 l/100 kg sem.

FMC

 

imidacloprid

Gaucho FS

FS

IV

0,6 l/100 kg sem.

Bayer

 

thiamethoxan

Cruiser 700 WS

WS

III

0,15 - 0,20 kg/100 kg sem.

Syngenta

 

thiodicarb

Semevin 350

SC

III

2,0 l/100 kg sem.

Aventis

Diabrotica speciosa

chlorpyrifos

Astro

EW

III

2,6 l

Bayer

 

 

Lorsban 10 G

GR

IV

11,0 kg

Dow AgroSciences

 

 

Sabre

EW

III

2,6 l

Dow AgroSciences

 

fipronil

Regente 800 WG

WG

II

0,1 kg

Aventis

 

imidacloprid

Gaucho

WP

IV

0,7 kg/100 kg sem.

Bayer

 

phorate

Granutox 150 G

GR

II

17 kg

Basf

 

terbufos

Counter 50 G

GR

I

40 kg

Basf

 

 

Counter 150 G

GR

I

13 kg

Basf

Dichelops furcatus

imidacloprid

Gaucho FS

SC

IV

0,35 l/100 kg sem.

Bayer

 

thiamethoxan

Cruiser 700 WS

DP

III

0,3 kg/100 kg sem.

Syngenta

Diloboderus abderus

thiodicarb

Futur 300

SC

III

2,0 l/100 kg sem.

Aventis

 

 

Semevin 350

SC

III

2,0 l/100 kg sem.

Aventis

Elasmopalpus lignosellus

carbaryl

Carbaryl Fersol 480 SC

SC

II

2,0 - 2,3 l

Fersol

 

 

Carbaryl Fersol Pó 75

DP

III

15,0 - 20,0 kg

Fersol

 

 

Sevin 480 SC

SC

II

1,9 - 2,25 l

Aventis

 

carbofuran

Carbofuran Sanachem 350 TS

SC

I

2,0 - 3,0 l/100 kg sem.

Dow AgroSciences

 

 

Carboran Fersol 350 SC

SC

I

2,0 l/100 kg sem.

Fersol

 

 

Diafuran 50

GR

I

30 kg

Hokko

 

 

Furandan 350 SC

SC

I

3,0 - 4,0 l

FMC

 

 

Furadan 350 TS

SC

I

2,0 - 3,0 l/100 kg sem.

FMC

 

 

Furadan 50 G

GR

III

30,0 kg

FMC

 

 

Furazin 310 TS

SC

I

2,25 l/100 kg sem

FMC

 

 

Ralzer 350 SC

SC

I

2,0 - 3,0 l/100 kg sem.

Fersol

 

 

Ralzer 50 GR

GR

I

30,0 kg

Fersol

 

carbosulfan

Marshal TS

SC

II

2,4 - 2,8 l/100 kg sem.

FMC

 

 

Marzinc 250 TS

DP

II

2,0 kg/100 kg sem.

FMC

 

chlorpyrifos

Lorsban 480 BR

EC

II

1,0 l

Dow AgroSciences

 

 

Vexter

EC

II

1,0 l

Dow AgroSciences

 

furathiocarb

Promet 400 CS

SL

III

1,6 l/100 kg sem.

Syngenta

 

thiodicarb

Futur 300

SC

III

2,0 l/100 kg sem.

Aventis

 

 

Semevin 350

SC

III

2,0 l/100 kg sem.

Aventis

Frankliniella williamsi

imidacloprid

Gaucho FS

SC

IV

0,8 l/100 kg sem.

Bayer

Helicoverpa zea

carbaryl

Carbaryl Fersol 480 SC

SC

II

2,0 - 2,3 l

Fersol

 

 

Carbaryl Fersol Pó 75

DP

III

15,0 - 20,0 kg

Fersol

 

 

Sevin 480 SC

SC

II

1,90 - 2,25 l

Aventis

 

parathion-methyl

Bravik 600 CE

EC

I

0,45 - 0,67 l

Action

 

trichlorphon

Dipterex 500

SL

II

0,8 - 2,0 l

Bayer

 

 

Trichorfon 500 Milena

SL

II

1,0 - 2,0 l

Milenia

Mocis latipes

carbaryl

Carbaryl Fersol 480 SC

SC

II

2,0 - 2,3 l

Fersol

 

 

Carbaryl Fersol Pó 75

PD

III

15,0 - 20,0 kg

Fersol

 

 

Sevin 480 SC

SC

II

1,9 - 2,,25 l

Aventis

 

chlorpyrifos

Lorsban 480 BR

EC

II

0,6 l

Dow AgroSciences

 

 

Vexter

EC

II

0,6 l

Dow AgroSciences

 

malathion

Malathion 500 CE Sultox

EC

III

2,5 l

Action

 

parathion-methyl

Bravik 600 CE

EC

I

0,45 - 0,675 l

Action

 

 

Folisuper 600 BR

EC

I

0,25 - 0,65 l

Agripec

 

trichlorphon

Dipterex 500

SL

II

0,8 - 2,0 l

Bayer

 

 

Triclorfon 500 Milenia

SL

II

1,0 - 2,0 l

Milenia

Procornitermes triacifer

benfuracarb

Laser 400 SC

SC

II

1,75 - 2,5 l/100 kg sem.

Iharabras

 

 

Oncol Sipcam

SC

II

1,75 - 2,5 l/100 kg sem.

Sipcam

 

carbofuran

Furadan 350 TS

SC

I

2,0 - 3,0 l/100 kg sem.

FMC

 

 

Furazin 310 TS

SC

I

2,25 l/100 kg sem.

FMC

 

carbosulfan

Marshal TS

SC

II

2,0 - 2,8 l/100 kg sem.

FMC

 

 

Marzinc 250 TS

DS

II

2,0 kg/100 kg sem.

FMC

 

imidacloprid

Gaucho FS

FS

IV

0,25 l/100 kg sem.

Bayer

 

terbufos

Counter 50 G

GR

I

40 kg

Basf

 

 

Counter 150 G

GR

I

13 kg

Basf

Rhopalosiphum maidis

imidacloprid

Gaucho FS

SC

IV

0,8 l/100 kg sem.

Bayer

Scaptocoris castanea

terbufos

Counter 50 G

GR

I

40 kg

Basf

 

 

Counter 150 G

GR

I

13 kg

Basf

Spodoptera

alpha-cypermethrin

Fastac 100 SC

SC

III

0,05 l

Basf

frugiperda

beta-cyfluthrin

Bulldock 125 SC

SC

II

0,04 l

Bayer

 

 

Full

EC

II

0,1 l

Bayer

 

 

Novapir

EC

II

0,1 l

Cheminova

 

 

Turbo

EC

II

0,1 l

Bayer

 

carbaryl

Carbaryl Fersol 480 SC

SC

II

2,0 - 2,3 l

Fersol

 

 

Carbaryl Fersol Pó 75

DP

III

15,0 - 20,0 kg

Fersol Ltda.

 

 

Sevin 480 SC

SC

II

1,9 - 2,25 l

Aventis

 

carbofuran

Carbofuran Sanachem 350 TS

SC

I

2,0 - 3,0 l

Dow AgroSciences

 

 

Carboran Fersol 350 SC

SC

I

2,0 kg/100 kg sem.

Fersol

 

 

Diafuran 50

GR

I

20,0 - 30,0 kg

Hokko

 

 

Furadan 350 TS

SC

I

2,0 - 3,0 l/100 kg sem.

FMC

 

 

Furadan 50 G

GR

III

20,0 - 30,0 kg

FMC

 

 

Ralzer 350 SC

SC

I

2,0 - 3,0 l/100 kg sem.

Fersol

 

 

Ralzer 50 GR

GR

I

20,0 - 30,0 kg

Fersol

 

chlorfenapyr

Pirate

SC

III

0,5 - 0,75 l

Basf

 

chlorfluazuron

Atabron 50 CE

EC

I

0,15 - 0,3 l

Ishihara

 

chlorpyrifos

Astro

EW

III

0,3 - 0,5 l

Bayer

 

 

Clorpirifós Fersol 480 CE

EC

II

0,4 - 0,6 l

Fersol

 

 

Clorpirifos Sanachem 480 CE

EC

I

0,4 - 0,6 l

Dow AgroSciences

 

 

Klorpan 480 CE

EC

II

0,4 - 0,6 l

Agripec

 

 

Lorsban 480 BR

EC

II

0,4 - 0,6 l

Dow AgroSciences

 

 

Nufos 480 CE

EC

III

0,4 - 0,6 l

Cheminova

 

 

Pyrinex 480 CE

EC

II

0,4 l

Agricur

 

 

Sabre

EW

III

0,3 - 0,5 l

Dow AgroSciences

 

 

Vexter

EC

II

0,4 - 0,6 l

Dow AgroSciences

 

cyfluthrin

Baytroid CE

EC

III

0,3 l

Bayer

 

cypermethrin

Arrivo 200 CE

EC

III

0,05 - 0,08 l

FMC

 

 

Cipermetrina Nortox 250 CE

EC

I

0,04 - 0,065 l

Nortox

 

 

Cipertrin

EC

II

0,05 - 0,06 l

Prentiss

 

 

Commanche 200 CE

EC

III

0,05 - 0,06 l

FMC

 

 

Cyptrin 250 CE

EC

I

0,05 - 0,06 l

Agripec

 

 

Galgotrin

EC

II

0,05 l

Chemotécnica Sintyal

 

 

Ripcord 100

EC

II

0,1 l

Basf

 

deltamethrin

Decis 25 CE

EC

III

0,2 l

Aventis

 

 

Decis 4 UBV

UL

III

1,3 - 2,0 l

Aventis

 

 

Decis 50 SC

SC

IV

0,05 - 0,075 l

Aventis

 

 

Decis Ultra 100 CE

EC

I

0,04 - 0,05 l

Aventis

 

 

Keshet 25 CE

EC

I

0,2 l

Agricur

 

deltamethrin + triazophos

Deltaphos

EC

I

0,25 - 0,35 l

Aventis

 

diflubenzuron

Dimilin

WP

IV

0,1 kg

Uniroyal

 

enxofre

Kumulus DF

WG

IV

1,0 kg

Basf

 

esfenvalerate

Sumidan 25 CE

EC

I

0,6 - 0,8 l

Sumitomo

 

etofenprox

Trebon 300 CE

EC

III

0,07 - 0,1 l

Sipcam

 

fenitrothion

Sumibase 500 CE

EC

II

1,0 - 2,0 l

Sumitomo

 

 

Sumithion 500 CE

EC

II

1,0 - 1,5 l

Sumitomo

 

fenpropathrin

Danimen 300 CE

EC

I

0,1 - 0,12 l

Sumitomo

 

furathiocarb

Promet 400 CS

SL

III

1,6 l/100 kg sem.

Syngenta

 

lambda-cyhalothrin

Karate 50 CE

EC

II

0,15 l

Syngenta

 

 

Karate Zeon 250 CS

CS

III

0,03 l

Syngenta

 

 

Karate Zeon 50 CS

CS

III

0,15 l

Syngenta

 

lufenuron

Match CE

EC

IV

0,3 l

Syngenta

 

malathion

Malathion 500 CE Sultox

EC

III

2,5 l

Action

 

methomyl

Lannate BR

SL

I

0,6 l

Du Pont

 

 

Lannate Express

SL

II

0,6 l

Du Pont

 

 

Methomex 215 LS

SL

II

0,6 l

Agricur

 

methoxyfenozide

Intrepid 240 SC

SC

IV

0,15 - 0,18 l

Dow AgroSciences

 

 

Valient

SC

IV

0,15 - 0,18 l

Bayer

 

monocrotophos

Agrophos 400

SL

I

0,6 - 0,9 l

Agripec

 

novaluron

Gallaxy 100 CE

EC

IV

0,15 l

Agricur

 

 

Rimon 100 CE

EC

IV

0,15 l

Agricur

 

parathion-methyl

Bravik 600 CE

EC

I

0,45 - 0,675 l

Action

 

 

Folidol 600

EC

II

0,45 - 0,675 l

Bayer

 

 

Folidol ME

CS

III

0,7 l

Bayer

 

 

Folisuper 600 BR

EC

I

0,25 - 0,65 l

Agripec

 

 

Mentox 600 CE

EC

II

0,65 l

Prentiss

 

 

Paracap 450 MCS

CS

III

0,7 l

Cheminova

 

 

Parathion Metílico Pikapau

DP

I

0,65 l

Químicas São Vicente

 

permethrin

Ambush 500 CE

EC

II

0,05 l

Syngenta

 

 

Corsair 500 CE

EC

II

0,1 l

Aventis

 

 

Permetrina Fersol 384 CE

EC

I

0,1 - 0,13 l

Fersol

 

 

Piredan

EC

II

0,065 l

Du Pont

 

 

Pounce 384 CE

EC

II

0,065 l

FMC

 

 

Talcord 250 CE

EC

II

0,1 l

Basf

 

 

Valon 384 CE

EC

II

0,065 l

Dow AgroSciences

 

profenofos

Curacron 500

EC

III

0,5 l

Syngenta

 

pyridaphenthion

Ofunack 400 CE

EC

III

0,5 l

Sipcam

 

spinosad

Credence

SC

III

0,037 - 0,1 l

Dow AgroSciences

 

 

Tracer

SC

III

0,037 - 0,1 l

Dow AgroSciences

 

tebufenozide

Mimic 240 SC

SC

IV

0,3 l

Dow AgroSciences

 

thiodicarb

Futur 300

SC

III

2,0 l /100 kg sem.

Aventis

 

thiodicarb

Futur 300

SC

III

2,0 l /100 kg sem.

Aventis

 

 

Larvin 800 WG

WG

II

0,1 - 0,15 l

Aventis

 

 

Semevin 350

SC

III

2,0 l/100 kg sem.

Aventis

 

triazophos

Hostathion 400 BR

EC

I

0,3 - 0,5 l

Aventis

 

trichlorphon

Dipterex 500

SL

II

0,8 - 2,0 l

Bayer

 

 

Triclorfon 500 Milena

SL

II

1,0 - 2,0 l

Milenia

 

triflumuron

Alsystin 250 PM

WP

IV

0,1 kg

Bayer

 

 

Alsystin 480 SC

SC

IV

0,05 l

Bayer

 

 

Brigadier

WP

II

0,1 kg

Bayer

 

 

Certero

SC

IV

0,05 l

Bayer

 

 

Rigel

SC

IV

0,05 l

Cheminova

 

zeta-cypermethrin

Fury 180 EW

EW

II

0,04 l

FMC

 

 

Fury 200 EW

EW

III

0,08 - 0,1 l

FMC

 

 

Fury 400 CE

EC

II

0,05 - 0,08 l

FMC

Syntermes molestus

benfuracarb

Laser 400 SC

SC

II

1,75 - 2,5 l/100 kg sem.

Iharabras

 

 

Oncol Sipcam

SC

II

1,75 - 2,5 l/100 kg sem.

Sipcam

 

carbofuran

Furadan 350 TS

SC

I

2,0 - 3,0 l/100 kg sem.

FMC

 

 

Furazin 310 TS

SC

I

2,25 l/100 kg sem.

FMC

 

carbosulfan

Marshal TS

SC

II

2,0 - 2,8 l/100 kg sem.

FMC

 

 

Marzinc 250 TS

DS

II

2,0 kg/100 kg sem.

FMC

 

imidacloprid

Gaucho

WS

IV

1 kg/100 kg sem.

Bayer

 

 

Gaucho FS

FS

IV

0,4 l/100 l água

Bayer

 

terbufos

Counter 50 G

GR

I

40 kg

Basf

 

 

Counter 150 G

GR

I

13 kg

Basf

 

thiodicarb

Futur 300

SC

III

2,0 l/100 kg sem.

Aventis

 

 

Semevin 350

SC

III

2,0 l/100 kg sem.

Aventis

 Fonte: MAPA Agrofit

O período de proteção das sementes e das plantas recém-emergidas proporcionado pelo tratamento de sementes dependerá da interação de vários fatores. Pode-se destacar os relacionados com a própria semente (tamanho, formato, textura, permeabilidade), com a natureza dos inseticidas (modo e espectro de ação, formulação, dose) e com as características do ambiente (pressão de infestação da praga, textura, temperatura e umidade do solo). Associado a esses fatores, também é importante levar em consideração a qualidade da aplicação, como o tipo de equipamento utilizado e a qualificação e capacitação do pessoal envolvido.

Dependendo da toxicidade do inseticida, o tratamento de sementes pode ser realizado na própria fazenda ou deve ser realizado em Centros de Tratamentos de Sementes ou em revendas especializadas com máquinas apropriadas e com pessoal treinado. Nas fazendas, geralmente são utilizados tambores rotativos (figura 1 abaixo), construídos especificamente para essa finalidade. No entanto, independentemente do equipamento ou inseticida utilizado, todos os cuidados devem ser tomados para evitar possíveis contaminações ou intoxicações do operador.

Figura 1: Tambores rotativos para tratamento de sementes

Foto: Paulo Afonso Viana

 

No caso da semente de milho, a eficiência na distribuição da semente tratada no sulco de semeadura pode ser melhorada com a adição de grafite em pó. Isso se deve ao fato de que a semente tratada com inseticida apresenta uma alteração em sua forma original, muitas vezes trazendo como consequência maior dificuldade de escoamento dentro do compartimento da semeadora. Nesse caso, o uso de grafite melhora o escoamento das sementes tratadas, especialmente em sistemas de distribuição através de discos. Por outro lado, o excesso de grafite, colocado nos sistemas de dedos (garras), tem funcionado de maneira contrária. A quantidade recomendada de grafite varia de acordo com o tamanho da semente. Sementes maiores demandam uma maior quantidade. Em média, recomenda-se cerca de 2 a 4 gramas de grafite em pó por quilo de sementes tratadas.

Como recomendação final, sugere-se que as sementes tratadas não sejam armazenadas e que se faça a semeadura em poucos dias após o tratamento. Os inseticidas, geralmente, não afetam a germinação de sementes de alta qualidade. Entretanto, sementes de qualidade inferior podem ter o vigor afetado e, consequentemente, reduzir o número de plantas na lavoura. Deve-se também evitar que as sementes fiquem descobertas no sulco de plantio, pois são tóxicas para pássaros e outros animais.

Seletividade de inseticidas

No passado, a escolha de determinado inseticida para uso contra as pragas da agricultura era baseada na capacidade de o produto químico atuar rapidamente e sobre diferentes espécies de pragas. Geralmente, eram produtos de amplo espectro de ação e, invariavelmente, altamente tóxicos. Por apresentarem custo relativamente baixo, tais produtos químicos eram considerados como uma espécie de seguro para a produção de alimentos. Eram utilizados independentemente da necessidade. No entanto, com o passar dos anos foi fácil verificar os efeitos danosos dos produtos para a natureza como um todo. E, especialmente em relação ao método de controle em si, começaram-se a aparecer raças resistentes de pragas e até mesmo novas pragas, anteriormente presentes, porém em nível populacional baixo em virtude da ação de diferentes agentes de controle natural.

Atualmente, o conceito de controle químico tem mudado. Há uma preocupação crescente não só pela sociedade, mas também pelo próprio agricultor, com o uso indiscriminado de produtos químicos. Tem-se buscado, inclusive pelas empresas produtoras de inseticidas, produtos que sejam menos danosos ao ambiente. Tem-se, portanto, buscado a seletividade dos produtos. Tal seletividade pode ser alcançada através do produto em si. Por exemplo, produtos que atuem somente sobre determinados grupos ou sobre determinadas fases da fisiologia dos insetos (inseticidas fisiológicos). A seletividade também pode ser alcançada através de aplicações dirigidas. Por exemplo, a aplicação de inseticidas para o controle da lagarta-do-cartucho na planta de milho posicionando o bico do pulverizador de modo a aplicar o produto somente na área desejada é mais seletiva do que a aplicação via água de irrigação (que é uma aplicação em área total).

De maneira semelhante, o tratamento de sementes é mais seletivo do que a pulverização em função da formulação do produto e do modo de utilização. A seletividade também pode ser em relação a determinados inimigos naturais. Por algum mecanismo próprio do inseto, ele pode não ser afetado drasticamente por determinado produto químico. Tais produtos devem ser preferidos em programas de manejo.

Aplicação de inseticidas via água de irrigação

Define-se como insetigação a aplicação de inseticidas via água de irrigação. Na insetigação, o sistema de irrigação por aspersão tem sido o método mais utilizado para a aplicação dos inseticidas. A técnica iniciou-se na América do Norte na década de 1960 visando o controle de pragas foliares com a utilização dos inseticidas azinphos methyl e carbaryl para o controle de insetos-praga na cultura do milho. No Brasil, a insetigação começou a ser utilizada na década de 1980, havendo grande escassez de informações técnicas para as nossas condições. Atualmente, com a expansão de áreas agrícolas irrigadas, tem-se utilizado aplicações de inseticidas via irrigação por aspersão, muitas das vezes sem se conhecer parâmetros técnicos necessários para se obter a melhor eficiência e reduzir os riscos oriundos de qualquer utilização de defensivos agrícolas.

A insetigação tem sido utilizada com sucesso para o controle de diversas pragas e culturas. Entretanto, existem exemplos de insucessos, indicando que o método não se aplica para todas as condições. As doses dos inseticidas aplicados na insetigação são as mesmas utilizadas em pulverizações com os métodos convencionais (tratorizada ou costal). As primeiras avaliações de inseticidas na insetigação fundamentaram-se nos princípios ativos que apresentavam eficiência comprovada através de pulverização para o controle de determinada praga.

Vários parâmetros são relevantes para se obter uma boa eficiência na insetigação e evitar riscos, destacando-se as condições ambientais (velocidade do vento, umidade relativa, precipitação pluviométrica), tipo e umidade do solo, seleção de inseticidas (solubilidade em água, dose), volume, qualidade e velocidade do fluxo de água e compatibilidade de produtos. Na utilização da insetigação, devem ser tomadas medidas contra aplicações indiscriminadas de inseticidas, ter cuidados no manuseio de inseticidas que, em sua maioria são inflamáveis, utilizar equipamentos de segurança adequados, evitar deriva e não entrar na área logo após a mesma ser tratada.

O emprego dessa técnica tem sido pesquisada na Embrapa Milho e Sorgo para o controle da lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda, lagarta-da-espiga, Helicoverpa zea, lagarta elasmo, Elasmopalpus lignosellus, e larva-alfinete, Diabrotica speciosa. Os resultados indicam que essas pragas podem ser controladas empregando os inseticidas aplicados via água de irrigação por aspersão mostrados na Tabela 2.

Tabela 2. Inseticidas com melhores performances para o controle de insetos-praga de milho aplicados via irrigação por aspersão. EMBRAPA/CNPMS.

Insetos-praga

Inseticida (i.a.)

Dose (i.a./ha)

Lâmina de água (mm)

Lagarta-do-cartucho

chlorpyrifos
fenvalerate
carbaryl
diazinon
lambdacyalothrin
spinosad

288
200
1105
480
10
48

6 mm

Lagarta-elasmo

chlorpyrifos

480

10 mm

Larva-alfinete

chlorpyrifos
imidacloprid

480
140

10 mm

Lagarta-da-espiga

cyfluthrin
fenitrothion

15
750

10 mm

Fonte: Paulo Afonso Viana

Os inseticidas podem ser aplicados utilizando equipamentos convencionais de irrigação (tipo lateral portátil) ou através de pivô. Para o equipamento convencional, a calda inseticida pode ser injetada no sistema de irrigação através de bomba dosadora ou de um equipamento portátil de injeção desenvolvido na Embrapa Milho e Sorgo denominado "vaquinha" (figura 2 abaixo). Para o pivô central, utiliza-se a bomba dosadora. Independentemente do método de injeção adotado, a qualidade dos resultados obtidos na aplicação depende do cálculo correto de variáveis como taxa de injeção, quantidade do inseticida a ser injetada, volume do tanque de injeção e dose do inseticida a ser aplicada na área irrigada.

Figura 2. Equipamento portátil de injeção desenvolvido na Embrapa Milho e Sorgo denominado "vaquinha"

Foto: Paulo Afonso Viana

Desde o início de sua utilização, a insetigação tem adaptado tecnologias existentes, tanto na parte de equipamentos ou dos químicos a serem aplicados. No futuro, novas formulações de inseticidas deverão ser desenvolvidas para essa modalidade de aplicação, visando obter maior eficiência no controle das pragas. Pesquisas deverão ser conduzidas objetivando reduzir a quantidade de inseticidas aplicados nas lavouras, com reflexos diretos nos custos de produção e de contaminação ambiental. A indústria deverá desenvolver equipamentos de alta eficiência tanto para a irrigação como para  a aplicação de produtos químicos. A melhoria da eficiência do controle de pragas poderá também ser obtida com novos aspersores, tanques e depósitos para a mistura da calda inseticida e microprocessadores para controlar a irrigação e a injeção.

Controle biológico: papel dos inimigos naturais no controle das pragas

Em função da importância de insetos-praga da ordem Lepidoptera (mariposas, especialmente) como pragas da cultura do milho no Brasil e também em relação ao aparecimento de populações resistentes aos inseticidas, como é o caso da lagarta-do-cartucho, as pesquisas com controle biológico têm aumentado no país. Deve-se considerar que, em certas circunstâncias, os inimigos naturais podem diminuir consideravelmente a população da praga no campo.

São importantes inimigos naturais das principais pragas do milho diferentes espécies de insetos chamados parasitóides, cujas larvas se desenvolvem dentro dos ovos ou das lagartas da praga. Também são de igual importância os chamados insetos predadores e, talvez, o representante mais importante e facilmente percebido no campo seja  a chamada "tesourinha", presente no cartucho da planta ou na espiga. Além das tesourinhas, são conhecidas como espécies benéficas as joaninhas, os crisopídeos e os percevejos predadores. O reconhecimento dessas espécies benéficas pode ajudar o agricultor a tomar a medida mais correta e econômica para o manejo das espécies de praga no cultivo de milho.

Todos esses inimigos naturais geralmente estão presentes na cultura do milho em áreas  onde se pratica o MIP (Manejo Integrado de Pragas). Podem ser utilizados sozinhos ou integrados a outros métodos de controle.

Dos parasitóides, dois atuam exclusivamente sobre os ovos da praga, impedindo a eclosão da lagarta e, portanto, não permitindo dano algum à planta de milho: Trichogramma spp. e Telenomus remus (figuras 3 e 4 abaixo). São insetos facilmente criados no laboratório, a um custo inferior ao do produto químico padrão. Esses inimigos naturais já estão sendo liberados em áreas comerciais, em diferentes regiões do Brasil, com sucesso. Há, inclusive, disponibilidade comercial desses agentes de controle biológico no Brasil. O ciclo total dessas vespas varia entre 10 e 12 dias.

Figura 3.Parasitóide de ovo, Trichogramma pretiosum

Foto: Ivan Cruz

 

Figura 4. Parasitóide de ovo, Telenomus remus

Foto: Ivan Cruz

 

A vespa Chelonus insularis (figura 5 abaixo) é de ocorrência comum no Brasil. A fêmea coloca seus ovos no interior dos ovos da praga, mas permite a eclosão das lagartas. No entanto, a lagarta parasitada não provoca danos significativos ao milho, pois ela aos poucos vai sendo consumida internamente pela larva da vespa. O ciclo biológico total do parasitóide é de 28 dias, distribuídos em um período de incubação de 1,8 dias, período larval de 20,4 dias e período pupal de 6,2 dias. A lagarta parasitada sai precocemente do cartucho, dirigindo-se para o solo, onde constrói uma câmara. Após a construção desta câmara, a larva do parasitóide perfura o abdômen da lagarta-do-cartucho e, dentro da câmara, constrói seu casulo e transforma-se em pupa.

Figura 5. Parasitóide de ovo-larva, Chelonus insularis

Foto: Ivan Cruz

 

Campoletis flavicincta (Figura 6) é uma outra espécie de inseto benéfico medindo cerca de 7 mm de comprimento que coloca seus ovos no interior do corpo da lagarta-do-cartucho quando esta é recém-nascida. Uma só fêmea pode parasitar mais de 200 lagartas. O ciclo biológico completo do inseto é de 16,5 dias. Dentro da lagarta-do-cartucho, o parasitóide passa cerca de 9,6 dias. A lagarta parasitada reduz significativamente o alimento ingerido. Próximo à saída da larva do parasitóide, o inseto parasitado sai do cartucho da planta e dirige-se para as folhas mais altas da planta. Neste local, fica praticamente imóvel até ser morto pelo parasitóide que perfura seu abdômen.

Figura 6. Campoletis flavicincta

Foto: Ivan Cruz

A tesourinha Doru luteipes (figura 7 abaixo) tem presença constante na cultura do milho. Tanto os imaturos quanto os adultos alimentam-se de ovos e de lagartas pequenas da praga. Um adulto do predador pode consumir cerca de 21 larvas pequenas por dia. Os ovos da tesourinha são colocados dentro do cartucho da planta, sendo que uma postura possui, em média, 27 ovos. O período de incubação dura cerca de sete dias. As ninfas, à semelhança dos adultos, são também predadoras. A fase ninfal dura em torno de 40 dias. Os adultos podem viver quase um ano. A presença do predador em até 70% das plantas de milho é suficiente para manter a praga sob controle.

Figura 7. Tesourinha Doru luteipes

Foto: Ivan Cruz

 

A conscientização de que os inimigos naturais podem ser aliados importantes no manejo de pragas tem forçado a busca de inseticidas e/ou aplicações mais seletivas. No caso específico da cultura de milho, a tesourinha, por sua importância no controle biológico da praga, além de todas as suas formas biológicas estarem intimamente ligadas ao cartucho da planta, é o inseto mais sujeito à ação dos produtos químicos. Por essa razão, tem-se avaliado o impacto de diferentes formulações e doses dos produtos sobre suas fases. De maneira geral, o inseto adulto é mais tolerante aos produtos químicos, especialmente àqueles que também apresentam baixo impacto ambiental. A sensibilidade desse e de outros inimigos naturais, bem como os critérios para a escolha de um produto químico para uso no manejo integrado em milho, foram abordados por Cruz (1997).