A raiz da planta de pereira é pivotante e profunda, com um eixo central muito desenvolvido. O tronco é alto, grosso (pode atingir até 1m de diâmetro), de cortiça gretada, de cor amarela-grisalha ou parda, segundo a cultivar, da qual se destacam, com frequência, placas lenticulares. A cortiça tem tendência a ficar bastante rugosa, à medida que envelhece. A cor da cortiça serve muitas vezes para caracterizar uma cultivar. O tecido do lenho é duro, fino e pesado, sendo muito apreciado para trabalhos de tornearia.

Os ramos laterais ao eixo principal formam um ângulo de aproximadamente 45°. Após atingirem o comprimento máximo, apresentam a cortiça lisa, primeiro verde e depois lilácea e, às vezes, parda. Quando jovens, os ramos apresentam espinhos.

As gemas são do tipo mista, apresentando na mesma estrutura a parte floral e vegetativa, acuminadas com escamas abundantes, sem pelos ou ligeiramente pruinosas. As gemas laterais não são aderidas ao ramo, como acontece na macieira. Cada inflorescência apresenta onze primórdios florais, que são indeterminados, ou seja, aqueles situados na extremidade são os últimos a serem formados por ocasião da fase de diferenciação floral, o que ocorre durante o verão e o outono.

As folhas, que podem atingir uma área de 10 cm de comprimento por 5 cm de largura, são serradas, crenadas ou inteiras e raramente lobuladas. São involutas na gema e pecioladas, tendo na base duas estípulas bem desenvolvidas. São glabras raramente tormentosas e brilhantes na face superior (adaxial).

As flores abrem-se junto com as folhas, ou antes delas, em rácimos umbeliformes. São brancas, raramente róseas. O cálice compõe-se de cinco sépalas, que podem ser persistentes ou caducas; as pétalas, em forma de unha, são também cinco, suborbiculares ou oblongas largas. Os estames são de 20 a 30. As anteras são vermelhas ou liliáceas, e os estiletes são de dois a cinco, estreitamente unidos na base. Os ovários são ínferos e tem cinco carpelos cada um, os quais contém de um a três óvulos.

A indução floral acontece, aproximadamente, aos 60 dias após plena floração, nos meristemas terminais dos ramos. A fase de desenvolvimento floral ocorre no verão e no outono, e toda gema potencialmente pode dar origem a uma flor. A maioria das pereiras floresce normalmente todos os anos.

A fruta da pereira é um pomo como a maçã. É considerado, por alguns botânicos o resultado da fusão do cálice com o receptáculo; para outros, porém, é um engrossamento do receptáculo, o qual tem, no seu desenvolvimento, os carpelos.
A forma da fruta é piriforme, destacando-se o corpo e o pescoço, que pode ser mais ou menos pontiagudo e que, em algumas cultivares, é muito curto. As sementes são pretas ou quase pretas.