Empresarial

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autor

João Carlos Medeiros Madail - Consultor autônomo

 

Na década de setenta, com a concessão de incentivos fiscais à implantação de pomares empresariais, a expansão do pêssego para a indústria teve a sua posição consolidada, principalmente com a criação do Distrito Industrial de Pelotas e a instalação de grandes indústrias, que tinham, ou ainda têm, no pêssego, a sua principal matéria-prima. A inexistência de estatísticas oficiais provoca muita controvérsia quanto ao número de pomares empresariais na região.

Entretanto, informações de pessoas ligadas ao segmento do pêssego na região, dão conta que existem 12 pomares com áreas em torno de 100 a 200 ha, responsáveis por mais de 30% da produção total de pêssego, estimada em mais de 60 mil toneladas em safras normais. A produtividade média dos pomares é de 12 toneladas, com vida útil de 14 anos. No período de plena produção compreendido entre os 6º e 7º anos, os pomares, em geral, ultrapassam a produtividade média de 20 toneladas. O que distingue os pomares empresariais dos pomares familiares, afora o tamanho da área explorada, é a tecnologia adotada pelos produtores, o que altera, em parte, o sistema de produção. Operações como a subsolagem na implantação do pomar ou a irrigação é comum nos pomares empresariais que utilizam a força motriz na maioria das operações. A quase totalidade da produção oriunda dos pomares empresariais se destinam às indústrias processadoras da região que a contratam antes da colheita.As frutas deste segmento se destacam pela qualidade, traduzida na uniformidade, tamanho, aparência e isenção de danos. No passado, os pomares empresariais tinham ligação direta com as indústrias que, aproveitando-se da política de incentivos fiscais, instalavam seus próprios pomares para garantir parte do seu abastecimento. Com o fechamento de várias indústrias de grande porte, os pomares que lhes pertenciam foram repassados, mantidos, renovados e até expandidos. Nas safras 2005/2006 e 2006/2007, os produtores empresariais destinaram uma pequena parcela da produção das cultivares de duplo propósito para o mercado “in natura”, com tendência de aumentar a participação neste tipo de mercado nas próximas safras, em função da procura da fruta dentro e fora do estado.