No Sul do Brasil, onde se concentra um contingente significativo da produção de pêssegos no país, especialmente fruta destinada ao processamento industrial, estima-se que 1.200 produtores de base familiar explorem áreas médias, em torno de 7 ha com produtividades ao redor de 5 toneladas por hectare, o que resulta numa oferta de 42 mil toneladas oriundas deste segmento nas safras normais, o que representa, por volta de 70% da produção total da região.

Essa estimativa é feita em função da experiência de pessoas que circulam com regularidade no meio rural, visto que não existe um banco de informações oficial que contenha tais informações. As propriedades familiares que produzem pêssego, em geral, mantêm outras atividades no sistema de diversificação, mas contam com a renda advinda da venda da fruta como a principal na composição do orçamento da propriedade.As operações anuais para a manutenção de um hectare de pêssego ocupa pelo menos uma pessoa da família. Na ausência de mão de obra familiar há a necessidade de contratação, principalmente para as operações de poda, raleio e colheita. Nos últimos anos, os produtores familiares têm implantado pomares com cultivares com características de duplo propósito, ou seja, destinadas ao processamento industrial e para o consumo “in natura”.Nas safras 2005/2006 e 2006/2007 foram comercializadas mais de 15 mil toneladas da fruta para o mercado de mesa, alcançando preços 75% superiores aos preços médios pagos pelas indústrias da região. Há tendência de expansão deste tipo de mercado, o que beneficiará os agricultores familiares, haja vista o melhor destino da produção. Na Serra Gaúcha, onde se concentra grande parte da produção de pêssegos para mesa, a produção acontece exclusivamente em propriedades de base familiar. Este contingente de produtores interessados na produção de pêssego para mesa tem crescido nos últimos anos, em função da proximidade dos grandes centros consumidores que integram a chamada “Grande Porto Alegre”.