Pêssego
Raleio
Autor
José Francisco Martins Pereira - Consultor autônomo
Objetivos do raleio
- Aumentar o tamanho: O mais importante efeito do raleio é aumentar o tamanho do fruto por meio do aumento da superfície foliar para cada fruto.
- Melhorar a coloração e a qualidade dos frutos: O maior espaçamento entre os frutos nos ramos permite-lhes maior exposição ao sol e, consequentemente, acentua a coloração da epiderme. A melhor qualidade resulta da menor competição entre os frutos por carboidratos e outros nutrientes necessários para que possuam um bom sabor e aroma. Reduzir a quebra de galhos e pernadas, consequência do excesso de peso, agravado pelo vento em áreas muito expostas.
- Melhorar o vigor da árvore.
- Evitar a produção alternada: O pessegueiro com uma produção excessiva de frutos esgota os nutrientes necessários para suportar uma boa carga no ano seguinte.
- Tornar as plantas mais resistentes às baixas temperaturas.
- Eliminar frutos atacados por pragas e/ou doenças.
- Aumentar a eficiência dos tratamentos fitossanitários.
- Reduzir os custos de colheita.
Época
Quanto mais cedo for realizado o raleio (durante o florescimento ou imediatamente após ele, até 30 dias depois da queda das pétalas), melhores serão os resultados, particularmente com referência ao tamanho do fruto.Em relação à fisiologia das plantas, essa seria a época ideal para o raleio; entretanto, as condições de clima devem ser consideradas.
Nas condições de cultivo do Sul do Brasil, onde a ocorrência de geadas durante a floração é comum, o raleio muito cedo não é aconselhável. Essa operação deve ser retardada até que os possíveis danos por geada estejam afastados. Geralmente, é realizada logo depois da queda natural dos frutinhos, cinco a oito semanas após a floração plena ou quando eles atingem um diâmetro de 1,5 a 2cm.
A fecundação pode ser melhor julgada neste ponto, e a intensidade de raleio será, então, melhor ajustada.O raleio deve ser iniciado pelas cultivares precoces, seguindo-se as de meia-estação e, por último, as tardias.
Intensidade
A necessidade de raleio pode variar de acordo com as cultivares. Também o tipo e a forma de poda, o sistema de condução, o espaçamento e a fertilidade do solo são fatores a se considerarem na determinação da necessidade dessa prática.Visando-se o máximo desenvolvimento vegetativo, torna-se imprescindível a adoção da prática de raleio ou, mesmo, até a supressão total dos frutos na época de formação da planta.O raleio é mais necessário em plantas já completamente desenvolvidas, mas com pequeno crescimento anual, e em plantas com reduzido vigor e pequena superfície foliar do que em árvores jovens e vigorosas.
Na prática, dois métodos são, geralmente, utilizados para a realização do raleio. No primeiro caso, deixa-se uma distância mínima de 8 a 10cm entre os frutos dos ramos vigorosos, e de 12 a 15cm no caso de ramos menos vigorosos. Frutos de ramos muito fracos devem ser eliminados.
Raleio
O raleio deve ser iniciado pela eliminação de frutos machucados, doentes, manchados, picados ou tortos. Depois, retiram-se outros frutos, de modo a se deixar os remanescentes espaçados o mais uniformemente possível, levando-se em consideração outros fatores, como o vigor dos ramos e a posição do fruto na árvore.
Sempre que houver dois ou mais frutos juntos, deve ficar na planta aquele voltado para baixo. Os frutos maiores e de melhor coloração são produzidos nos ramos novos e mais vigorosos.A operação de desbaste deve ser criteriosa. Além da cultivar, e do vigor da planta, sua intensidade depende, ainda, da fertilidade do solo, da adubação usada, do estado fitossanitário e da perfeição que se deseje para os frutos.
Uma planta que tenha perdido as folhas muito cedo, em consequência do ataque de ferrugem, por exemplo, ainda que apresente a circunferência do tronco igual à de uma outra que não tenha perdido as folhas cedo, possui menor capacidade de produção. Enfim, nesses aspectos práticos, ninguém melhor que o fruticultor para conhecer seu pomar e, usando o bom senso, escolher a forma mais adequada de conduzir o raleio.